APOCALIPSE


Capítulo 1
A Bíblia é um livro que deve ser estudado com a mente aberta e o coração puro e receptivo. O Apocalipse é um livro que utiliza muitos símbolos, porém, todos eles são explicados pela própria Palavra de Deus. Para compreender o Apocalipse é preciso ter em mente que ele é um resumo de toda a Bíblia. Portanto, para entendê-lo é preciso consultar o Antigo Testamento, inclusive o livro profético de Daniel, e também o Novo Testamento.
Eis aqui uma pequena tabela de conversão dos símbolos usados no Apocalipse, para você usar toda vez que lê-los no livro profético:

Animal = rei ou Reino (Daniel 7:17, 17 e 23)
Mulher = igreja (Efésios 5:23 e 32)
Água = povos (Apocalipse 17:15)
1 dia = 1 ano (Ezequiel 4:6 e 7; Números 14:34)
Ventos = guerras (Jeremias 51:1-5)
Chifres = poder, rei ou reino (Apocalipse 17:12; Daniel 8:21 e 22; 7:14)
Tempos = anos (Daniel 11:13)
Dragão = diabo (Apocalipse 12:9)
Cordeiro = Jesus Cristo (João 1:29)
Cauda = falso profeta (Isaías 9:15)
Estrelas = mensageiros (Apocalipse 12:4 [anjos]; Daniel 12:3 [pregadores])
Apocalipse = revelação (Apocalipse 1:1)

Apocalipse 1:1 a 3: "Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus Lhe deu, para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo Seu anjo as enviou, e as notificou a João Seu servo. O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo."

Revelação de quem? Deus deu a Jesus Cristo uma revelação. O Senhor então entregou a mensagem ao anjo Gabriel e este notificou ao servo João. Essa foi à ordem dos acontecimentos.

Para quem? Seus servos. O que é um servo? É alguém que serve a um senhor. Gostaria de enfatizar a importância dessa passagem. O próprio Deus deu a revelação para Jesus, para que através de Gabriel chegasse a João, o qual foi escolhido para transmitir a mensagem a mim e a você. Fica claro que essa mensagem é para uma categoria especial de pessoas. São eles osservos de Deus. Portanto, não importa se você é rico ou pobre, se é ignorante no assunto, culto, inteligente. Você não terá dificuldade em compreender esse livro se realmente tiver um coração receptivo e for um servo de Deus. A revelação é para você.

Revelação sobre o quê? João foi escolhido por Deus para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer.

Apocalipse 1:2: "O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto." Essa passagem confirma porque João, com 85 anos, foi escolhido para escrever o livro. Ele escreveu sobre tudo aquilo que viu.

Apocalipse 1:3: "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." Creio que essa seja uma das poucas, senão a única passagem bíblica em que é oferecida uma benção tríplice. Os versos também mostram que existem três estágios espirituais para todo o servo que queira conhecer as revelações do Apocalipse.

Primeiro nível: aqueles que lêem – são os servos que lêem a Palavra, a conhecem, dedicam tempo para seu estudo.

Segundo nível: aqueles que ouvem – são os servos que se permitem ficar em silêncio para ouvir a voz de Deus falar-lhes ao coração.

Terceiro nível: aqueles que guardam – são os que já leram, já ouviram e agora praticam o que aprenderam na vida.

Apocalipse 1:4-6: "João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e dos sete espíritos que estão diante do Seu trono. E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados. E nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém."

Confirmação da Santa Trindade Divina saudando o povo de Deus. Quem são os sete espíritos que estão diante do trono? Sabemos que o número sete, na Bíblia, representa a perfeição divina, a plenitude. Aqui o sete é usado de maneira simbólica.

Sete = número simbólico que representa a perfeição.
Espíritos = Espírito Santo de Deus.

O verso declara Jesus como o primogênito dentre os mortos. A referência é para afirmar que Jesus foi a pessoa mais importante que já experimentou a morte.

Apocalipse 1:7: "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até os mesmos que O traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém." Primeira promessa em Apocalipse sobre a volta de Jesus. Indicação de como será Sua vinda. Afirmação de que todas as pessoas que estiverem vivas O verão. Também ressuscitarão no dia da volta do Senhor aqueles que O transpassaram (todos que tiveram participação direta ou indiretamente em Sua morte). Os mortos em Cristo também se levantarão dos túmulos para presenciar Sua volta.

Apocalipse 1:8: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso." Alfa é a primeira letra do alfabeto grego, ômega a última. Isso quer dizer que Deus Se intitulou como sendo o início e o fim de tudo. Que promessa maravilhosa Deus faz aqui; que esperança é saber que por maior que sejam os problemas pelos quais passamos ou vamos enfrentar, eles têm uma data certa para acabar.

Apocalipse 1:9: "Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo."

João confessa que é nosso irmão, que foi como um de nós, cheio de problemas e provações. Aliás, ele estava preso e isolado aos 85 anos na ilha de Patmos justamente por causa da Palavra de Deus. Ele, que andava com Jesus, que foi chamado de apóstolo amado, não foi poupado das injustiças deste mundo. Muitos acreditam que seguir a Jesus é assinar uma "apólice de seguro", porém, aqui fica claro que mesmo João foi alvo de injustiças e provações. Porém, ele seguiu em frente, olhando para o alto, pois sabia que havia de cumprir o propósito pelo qual fora criado.

Apocalipse 1:10: "João diz: Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta."

A real explicação para essa afirmação é que em momento de revelação, o Espírito Santo de Deus levou a mente de João para um estado onde pudesse compreender a visão e a mensagem que iria receber. Sua "alma" não saiu do seu corpo e foi para algum lugar do "além". Não. A Bíblia é enfática em afirmar que a vida (alma) não existe se corpo e espírito (fôlego) não estiverem juntos. O Espírito Santo impressionou a mente do apóstolo a fim de que ele pudesse ver.

João disse que sua visão foi no dia do Senhor. Eis apenas algumas das diversas passagens bíblicas que afirmam que dia é esse:

Isaías 58:12-14: "E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no Meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras. Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse."

Êxodo 20:10 e 11: "Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou."

Lucas 4:16: "Chegando a Nazaré, onde fora criado, [Jesus] entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler." Enquanto Cristo viveu na Terra, guardou e santificou o sábado, o dia do Senhor.

Apocalipse 1:10-14: "E ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta. Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro."

João viveu com Jesus durante anos. Tinha um íntimo relacionamento com o Senhor. Por que, então, o verso menciona que ele precisou se virar para ver quem falava com ele?

Jesus esteve na terra como homem, assim como João. O apóstolo não O reconheceu de imediato porque a voz de Jesus havia mudado. Jesus apareceu a João glorificado, como o próprio Deus. Com uma voz cheia de poder.

Que sete igrejas são essas? Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia representam os períodos e fases pelas quais a igreja de Deus passou na Terra, desde a crucificação de Jesus e a morte dos apóstolos.

O que são os sete castiçais de ouro? Um símbolo usado para descrever as sete igrejas. "O mistério dos sete castiçais de ouro que viste, são as sete igrejas" (Ap 1:20).

O texto trata da primeira revelação que João teve. E sua tradução é a seguinte: João ouviu Jesus falando com ele, afirmando ser o início e o fim. Jesus deu ordem para que João escrevesse tudo aquilo que visse e então mandasse para as sete igrejas, ou seja, para todos os períodos da igreja de Deus na Terra. João disse que, ao se virar, viu sete castiçais de ouro, ou seja, as sete igrejas. E no meio desses períodos, um em especial que refletia o caráter de Jesus Cristo.

Apocalipse 1:13-15: "No meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E a Sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os Seus olhos como chama de fogo. E os Seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a Sua voz como a voz de muitas águas."

As vestes usadas por Jesus eram as mesmas que os sacerdotes do Antigo Testamento usavam quando estavam oficiando no santuário. O relato da descrição das roupas deixa claro que assim como existia um santuário terrestre, existe também o celestial, no qual Jesus está ministrando como sacerdote.

Voz de muitas águas = voz como de grande multidão.

Apocalipse 1:16: "E ele tinha na Sua destra sete estrelas; e da Sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o Seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece."

Sete estrelas = "O mistério das sete estrelas que viste na minha destra são os anjos das sete igrejas" (Ap 1:20). Mensageiros das Igrejas. O recado aqui é para os dirigentes de igrejas quanto à responsabilidade de pregar a Palavra de Deus. Jesus tem em Sua mão direita os mensageiros da Sua Palavra e os sustenta com ela.

O que é a espada aguda de dois fios que saia da boca de Jesus? "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4:12).

Logo, o significado do verso é o seguinte: Jesus sustenta em Sua mão direita os mensageiros de Sua Palavra; de Sua boca sai toda palavra de Deus que é tão penetrante que, quando temos um coração receptivo, entra no íntimo da nossa mente e é capaz de mudar as intenções do coração.

Apocalipse 1:17 e 18: "E eu, quando vi, caí a Seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último. E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno."

Todo e qualquer ser humano, no estado de pecador, não pode ver a Deus. Com João não foi diferente. Não conseguia enxergar a glória de Deus e então desmaiou. Mas Jesus o levantou com Sua mão direita e disse-lhe: "Não temas, Eu sou o primeiro e o último." Jesus também Se refere a Si como aquele que morreu, mas que hoje está vivo para todo o sempre. Jesus é o único que tem a chave da morte e das sepulturas (heb. inferno); só Ele pode dar vida aos mortos.

Apocalipse 1:19: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer."

Jesus chama a atenção de João para que ele continue escrevendo tudo que diante dele tem se revelado, pois é chegada a hora de mostrar a todos os servos de Deus tudo o que há de acontecer. Para que ninguém seja enganado.

Apocalipse 1:20: "O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas."

O capítulo termina com Jesus revelando o significado das sete estrelas e dos sete castiçais.

Desvendando o Apocalipse – Capítulo 2 (parte 1)


Os capítulos 2 e 3 de Apocalipse revelam o conteúdo de cartas que o próprio Jesus ditou ao apóstolo João para serem enviadas às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. No estudo anterior, vimos que essas sete igrejas representam os períodos pelos quais a Igreja de Deus passou. Nas cartas, encontramos o retrato da relação de Cristo com as diferentes fases da Igreja ao longo da era Cristã.
Por meio das cartas, Jesus faz elogios, censuras, exortações, advertências e promessas ao Seu povo, desde Sua crucificação até os dias de hoje. As sete igrejas estavam localizadas na Ásia e a primeira delas, Éfeso, foi fundada pelos próprios apóstolos.
Você vai notar que ao terminar o conteúdo das cartas, Jesus diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Essas palavras confirmam que as mensagens expressas por Cristo são para todos os Seus seguidores. São mensagens de Jesus para você e para mim.
I – A igreja de Éfeso
Éfeso era uma importante cidade na província romana da Ásia. O que fazia da cidade uma atração mundial era o famoso templo de Diana, a denominada “deusa da fertilidade” dos efésios. A maioria das pessoas que viviam na cidade adorava deuses pagãos. Paulo fundou uma igreja cristã em Éfeso e João viveu ali algum tempo. A carta de Cristo dirigida à igreja de Éfeso representa a mensagem que Ele tinha para o primeiro período da igreja cristã.
O período relacionado à igreja de Éfeso vai do ano 31 d.C. ao ano 100 d.C. A palavra Éfeso significa “desejável”. Essa palavra descreve o caráter e as condições espirituais da igreja cristã em sua primeira etapa. Por muitas razões era a igreja apostólica “desejável” aos olhos de Deus:
1. Foi fundada diretamente por Cristo.
2. Era totalmente fiel aos princípios fundamentais de doutrina de Cristo.
3. Possuía o poder sem limites do Espírito Santo.
4. Deu o mais poderoso testemunho em favor de Jesus.
5. Suas obras missionárias foram inigualáveis. Trinta anos foi o tempo em que os apóstolos pregaram o evangelho de Jesus por várias partes do mundo.
Apocalipse 2:1: “Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na mão direita as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:”
Anjos = mensageiros
Sete estrelas = anjos (mensageiros ou emissários) das sete igrejas
Sete candeeiros = sete igrejas
Jesus faz menção sobre Ele mesmo como sendo o autor das mensagens que Seu apóstolo João escreveu.
Apocalipse 2:2: “Conheço as tuas obras e o teu trabalho e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achastes mentirosos.”
“Eu sei as tuas obras.” Elogio de Jesus aos Seus seguidores; é um incentivo para se apegarem às boas obras e renunciarem as más. Nada passa despercebido por Ele. Ainda na vida dos apóstolos, começaram a se manifestar os “maus”, dentro da igreja. Ananias e sua esposa Safira foram os primeiros que, de alguma maneira, queriam mudar os ensinos de Jesus; mas houve muitos deles. Porém, Jesus aprova a perseverança dos que criam em Seu nome em manter as leis e ensinos puros e retos.
Apocalipse 2:3: “Tens perseverança e por causa do Meu nome sofreste e não desfaleceste.”
A igreja apostólica foi muito perseguida pelos judeus e pelos romanos. Nero incendiou Roma em 19 de julho de 64. Os historiadores falam com indignação da crueldade de Nero para com os cristãos incessantemente perseguidos. A perseguição implacável durou quatro anos, até a morte de Nero.
Embora perseguidos, os cristãos eram pacientes e conformados, pois sabiam em Quem criam. Outro elogio de Jesus diz respeito ao trabalho missionário de Sua igreja. O trabalho missionário do período de Éfeso foi o mais grandioso de toda a história da Igreja. Os apóstolos percorreram os quatro cantos do mundo para pregar o evangelho.
Apocalipse 2:4: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.”
Jesus, em seu amor, repreende Seu povo sempre que necessário. A gloriosa igreja que em apenas 30 anos evangelizou o mundo é, por fim, acusada da perda do primeiro amor. Não é o caso que a igreja não amasse mais a Deus, a Jesus e Sua verdade. Mas já não era aquele primeiro amor.
A discussão de assuntos sobre doutrinas sem importância ocupou o tempo que devia ser usado para pregar o evangelho. Foi nessa hora crítica da Igreja que João foi isolado na ilha de Patmos. Quase todos os outros apóstolos já estavam mortos.
E até os nossos dias o cristianismo sente falta do primeiro amor, do primeiro entusiasmo. A história ainda se repete. Quantos cristãos aceitam o evangelho com fervor e entusiasmo, para depois, com o correr do tempo, esfriarem e se deixarem levar pelo desânimo. Jesus nos chama de volta, nos chama para a beleza do primeiro amor.
Apocalipse 2:5: “Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te arrependeres, brevemente virei a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”
Uma admoestação e uma advertência – Deus não estava alheio à gravidade do perigo. Deus apela para que todo cristão faça três coisas:
1. Lembrar-se do momento ou circunstância que o fez se separar das verdades bíblicas.
2. Arrepender-se.
3. E praticar as primeiras obras de fé e fervor.
Se a Igreja não voltasse às primeiras obras, o candeeiro seria retirado. Isso significava que Jesus privaria a Igreja da luz e das bênçãos do evangelho, para confiá-las a outras mãos.
Como cristãos, devemos verificar se estamos ou não sob a influência do “primeiro amor”. A indiferença é a pior coisa na vida espiritual. A proposta de Jesus é a transformação da vida.
Apocalipse 2:6: “Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais Eu também odeio.”
Os nicolaitas faziam parte de uma seita fundada por Nicolau, da Antioquia. Se diziam cristãos, mas consideravam normal o adultério e outras práticas odiadas por Deus. Eles achavam que a fé em Jesus os liberava da obediência aos Dez Mandamentos.
Cristo sempre se preocupava em não apenas apontar os erros, mas em oferecer a cura.
Apocalipse 2:7: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe–ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.”
“Quem tem ouvidos” – a advertência é para todos! Mas vencer o quê? O que há para ser vencido? O pecado. A promessa ao vencedor é bem clara: participação “da árvore da vida que está no paraíso de Deus”. Duas pessoas apenas da família humana – Adão e Eva – provaram da árvore da vida, quando ainda em estado de inocência e pureza. O impedimento do acesso à árvore da vida foi uma das maiores perdas do homem. Mas Jesus assegura devolver essa bênção ao vencedor.
II – A igreja de Esmirna
Esmirna é uma das cidades mais antigas do mundo. Atualmente é chamada Izmir, e é a terceira maior cidade da Turquia. Fica ao norte de Éfeso, numa linha da baía do Mar Egeu, Grécia. O Período relacionado à igreja de Esmira vai do ano 100 d.C ao ano 313 d.C.
A palavra esmirna significa “mirra”, “perfume” ou “cheiro suave”. Compreendemos que a igreja, no segundo período de sua história, seria esmagada por perseguições de seus adversários; porém, na opressão, liberaria o suave perfume da fidelidade e do amor a Jesus.
Apocalipse 2:8: “Ao anjo da igreja de Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, o que foi morto e reviveu.”
Jesus faz menção sobre Ele mesmo como sendo o autor das mensagens que Seu apóstolo João escreveu.
Apocalipse 2:9: “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são, mas são sinagoga de Satanás.”
“Eu sei as tuas obras”, é a frase de Cristo em cada uma das sete cartas, antes de referir-Se à condição da igreja em cada período. Por si só, essa frase constitui uma denúncia ou um elogio às obras de cada cristão. É muito importante que cada cristão medite nessa frase dirigida à Igreja e analise sua condição espiritual.
A pobreza que enriquece – Jesus diz à igreja que sabia de sua pobreza material, mas que ela era rica, pois tinha muita fé.
Falsos judeus – A acusação de Cristo de que na igreja de Esmirna havia falsos judeus, equivale a dizer que havia nela falsos cristãos. Afirmou Jesus que esses pertenciam à “sinagoga de Satanás”.
Apocalipse 2:10: “Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, a dar-te-ei a coroa da vida.”
Sabemos que nas profecias das Sagradas Escrituras um dia equivale a um ano. Em vez de dias literais, temos aqui dez anos proféticos de perseguição contra a igreja do período de Esmirna. Essa perseguição sem trégua durou dez anos (de 303 a 313), durante o governo do imperador Diocleciano. Foi a maior perseguição que a igreja cristã recebeu durante o domínio da Roma pagã, o Imperador não queria apenas matar todos os cristãos, mas acabar com o Cristianismo na face da Terra.
Apocalipse 2:11: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda morte.”
Pela primeira vez no Apocalipse é feita menção à segunda morte. Só o cristão vencedor não passará pela experiência da segunda morte. Mas o que é asegunda morte? De acordo com uma citação de autor desconhecido, “é o resultado da persistência do homem em pecar voluntariamente”. Todos os ímpios serão ressuscitados para a segunda morte ou condenação. Entretanto, aos fiéis, Jesus garantiu a vitória sobre a segunda morte.
III – A igreja de Pérgamo
Pérgamo era uma cidade universitária, famosa pelos seus mestres na arte de curar. Tinha uma biblioteca com 200 mil rolos. Esses rolos eram feitos de pelica, uma forma refinada de couro. Pérgamo é uma modificação da palavra “pelica”. O rei de Pérgamo recebia o título de “Pontífice Máximo”, que significa o “edificador da grande ponte”.
Nisto vemos uma semelhança com a torre de Babel, cujo propósito era alcançar o céu por esforços humanos. Quando o rei de Pérgamo entregou seu reino aos romanos, todo esse culto foi transferido para Roma. E o título “Pontífice Máximo” foi absorvido pelo cristianismo romano. Pérgamo tornou-se, assim, um elo entre a antiga Babilônia e a moderna Roma.
O período relacionado à igreja de Pérgamo foi de 313 d.C a 538 d.C. A palavra Pérgamo significa “exaltação”, “elevação”, porque a própria cidade estava edificada mil pés acima do nível do vale. Esse significado descreve o caráter e a vida espiritual da igreja em seu novo período.
Apocalipse 2:12: “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes.”
Jesus Se apresenta à igreja deste período com uma espada de dois gumes. Espada é a “palavra de Deus que penetra até a medula”, diz Paulo, “que interpreta os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12).
Apocalipse 2:13: “Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás. Contudo, reténs o Meu nome, e não negaste a Minha fé, mesmo nos dias de Antipas, Minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”
É a terceira vez que Jesus diz estar a par das obras de Sua igreja. Esta carta é uma veemente denúncia. Jesus sabia que a igreja estava se aliando ao mundanismo, dando início à apostasia. Deste período da igreja de Pérgamo, de 313 a 538, ou de Constantino a Justiniano, em que ela foi considerada Igreja Imperial, disse Jesus que ela habitava no “trono de Satanás”. Jesus lamentava que Sua igreja escolhesse para sede a mesma cidade onde estava o trono de Satanás, a cidade dos Césares – Roma.
Apocalipse 2:14: “Todavia, tenho algumas coisas contra ti; Tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, levando-os a comer das coisas sacrificadas aos ídolos, e praticar a prostituição.”
A doutrina de Balaão pode ser resumida como idolatria pagã. Como o paganismo não podia vencer a igreja, então fez amizade com ela. Assim, paulatinamente, as práticas e cerimônias pagãs foram sendo introduzidas aos poucos no cristianismo, para amenizar as perseguições. Dessa forma, o cristianismo passou a freqüentar as cortes e palácios dos imperadores, trocando a simplicidade de Cristo e de Seus apóstolos pela pompa e orgulho dos sacerdotes; em lugar dos mandamentos de Deus, entraram teorias e tradições humanas.
Assim como fez com Balaão, Satanás corrompeu a igreja por meio de uma aliança com o mundo. Na pessoa de Constantino, a igreja subiu ao trono dos Césares e reinou como uma rainha. Houve uma mútua transigência e tolerância entre o cristianismo e o paganismo. Por causa da influência pagã, o cristianismo mudou tanto que se tornou um “paganismo batizado”.
Apocalipse 2:15: “Assim tens também alguns que seguem a doutrina dos nicolaítas.”
Apocalipse 2:16: “Arrepende-te, pois! Se não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da Minha boca.”
A igreja foi chamada ao arrependimento, ao abandono das doutrinas de Balaão e dos nicolaítas – a idolatria e a prostituição da verdade.
Apocalipse 2:17: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.”
Quando qualquer pessoa entre os gregos era acusada de crimes contra o Estado e era julgada pelos cidadãos, eles votavam por absolvição com uma pedra branca; e por condenação, com uma pedra preta. Cristo, o único juiz do Seu povo, ao prometer dar aos vencedores uma pedra branca, está lhes dando a certeza da absolvição.
IV – A igreja de Tiatira
Das sete cartas, esta é a mais longa. A cidade de Tiatira estava localizada numa região estratégica para muitos negócios. Tinha como fonte de renda uma brilhante tintura vermelha, conhecida como púrpura. Pode ser considerada a Igreja da Idade Média. O período relacionado a Tiatira foi de 538 d.C. até 1517 d.C.
A palavra Tiatira significa “sacrifício”, “dificuldade”, que bem descreve a situação da Igreja em sua quarta etapa. A igreja foi perseguida de morte pelo papado, principalmente no movimento chamado de Inquisição.
Apocalipse 2:18: “Ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente:”
Cristo Se apresenta à Sua igreja neste período, pela primeira vez e a única em todo o Apocalipse, como “Filho de Deus”, exatamente porque sabia que o lugar do Filho de Deus seria usurpado por aquele que se apresentaria como Seu substituto na Terra. A igreja não deveria trocar de Senhor.
Apocalipse 2:19: “Conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas do que as primeiras”.
Jesus elogia Seu povo. Foi o período que precedeu à grande obra da Reforma. Reconhecido também por “Igreja do Deserto”, época das grandes perseguições de Roma papal, contra o povo de Deus.
Nesse tempo adverso, a igreja cristã manifestou fé, paciência e consagração. A história dos Valdenses é uma prova disso. Rejeitando a supremacia dos papas, os Valdenses mantinham a Escritura Sagrada como única autoridade suprema e infalível. Escondidos nas montanhas e em cavernas dedicavam-se a copiar as Escrituras, capítulo por capítulo, versículo por versículo. Por isso, a Palavra de Deus foi conservada através dos séculos.
Apocalipse 2:20: “Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Com o seu ensino ela engana os Meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos.”
Na igreja de Pérgamo havia os que seguiam a doutrina de Balaão – idolatria e prostituição. Na igreja de Tiatira é mencionado haver uma mulher ensinando e enganando também com idolatria e prostituição. Mas quem era a Jezabel da época da igreja de Tiatira?
A mulher é empregada nas profecias como símbolo de igreja. Se a profecia fala que a igreja verdadeira é simbolizada por uma mulher virgem e pura, então aquela mulher que ensina a mentira para enganar só pode representar uma igreja falsa. Conseqüentemente, a Jezabel de Tiatira representa uma falsa igreja que ensina idolatria e prostituição das doutrinas de Cristo.
A Jezabel do antigo Testamento praticou várias obras detestáveis aos olhos de Deus:
1. Ela se casou com o rei Acabe e tornou-se rainha de Israel.
2. Por ser filha de um rei pagão, ela introduziu a idolatria entre o povo de Deus.
3. Proibiu o verdadeiro culto a Yahweh.
4. A adoração ao Sol tomou o lugar da adoração a Yahweh.
5. Trouxe sacerdotes pagãos para Israel.
6. Perseguiu até a morte os verdadeiros servos de Deus.
7. Os que se recusavam a deixar de adorar a Deus eram mortos (1 Reis 16-21).
Diante disso, é de se perguntar: Quem foi a Jezabel (ou a igreja) que nos séculos do período de Tiatira introduziu na igreja cristã a idolatria, que proibiu o verdadeiro culto a Deus, que tinha um grande número de sacerdotes sob suas ordens e que perseguiu os servos de Deus que se opunham à sua autoridade?
Apocalipse 2:21: “Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade, mas ela não quer se arrepender.”
A profecia diz que Deus concedeu um tempo para que essa igreja, a Jezabel, se arrependesse de sua prostituição espiritual, mas ela não se arrependeu. Todo afastamento dos princípios fundamentais de Cristo é prostituição e apostasia.
Apocalipse 2:22: “Portanto, lançá-la-ei num leito de dores, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.”
Apocalipse 2:23: “Ferirei de morte a seus filhos. Então todas as igrejas saberão que Eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações, e darei a cada um de vós segundo as vossas obras.”
Apocalipse 2:24: “Digo-vos, porém, a vós, os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga não porei sobre vós.”
Todo desvio da doutrina correta é considerado adultério. Como conseqüência, todos os que persistirem voluntariamente com essa igreja na idolatria e prostituição, após receberem o pleno conhecimento da verdade, terão que enfrentar as sete pragas que serão estudadas no capítulo 16.
Os “filhos” de Jezabel são, evidentemente, os adeptos dessa falsa igreja. Estes, se não se arrependerem a tempo, como assegura a profecia, conhecerão a segunda morte, porque serão julgados e condenados segundo as suas próprias obras e não segundo as obras de Cristo.
Apocalipse 2:25: “O que tendes, retende-o até que Eu venha.”
A eterna verdade do evangelho de Cristo foi confiada à Sua igreja neste planeta. Por nada no mundo a igreja pode descuidar desse patrimônio. O desejo de Cristo é que Seus seguidores defendam a verdade a todo custo.
Apocalipse 2:26: “Ao que vencer, e guardar até o fim as Minhas obras, Eu lhe darei autoridade sobre as nações,”
Apocalipse 2:27: “e com vara de ferro as regerá, quebrando-as como são quebrados os vasos de oleiro; assim como também recebi autoridade de Meu Pai.”
Apocalipse 2:28: “Também lhe darei a estrela da manhã.”
A estrela da manhã é Jesus (Ap 22:16). Ele oferece a Si mesmo para ser a nossa companhia.
Apocalipse 2:29: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”
Durante a Idade Escura, cada região da Europa esteve sob a inspeção direta da Igreja. Não somente reis em seus tronos, mas até pessoas comuns, em suas próprias casas, se submetiam ao poder de Roma. A Igreja se colocou entre o rei e os súditos, pais e filhos, maridos e mulheres. Os segredos dos corações eram abertos no confessionário. A Igreja ensinou que as pessoas eram salvas pelas boas obras. Penitências e indulgências tiraram o pão de muitas bocas. Um governo forte, com um domínio como jamais foi visto, assentou-se no trono.
Apocalipse 3:1: “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”
Jesus Se identifica como o Espírito Mensageiro. Mais uma vez, deixa claro que é onisciente e conhece todas as obras do Seu povo. Sardes teve um bom começo, pois carregava a bandeira das verdades bíblicas; trouxe o espírito da Reforma. Começou com uma história de glória e terminou em completa ruína.
1 João 5:12: “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” Jesus Se referiu a Sardes como igreja que tem nome de que vive mas está morta, porque o povo daquela época estava aos poucos se afastando dEle.
Apocalipse 3:2 e 3: “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.”
A estratégia de Satanás que antes era na forma de perseguição contra o povo de Deus, passou a ser “unir-se” à igreja. Foi nesse período, após a Reforma de Martinho Lutero, que houve proliferação de denominações religiosas. Jesus está pedindo para o povo guardar a verdade, mas Satanás percebeu que poderia entrar na igreja e deturpar a doutrina, causando assim separação e confusão.
Sardes simboliza a igreja da Reforma, cobrindo os séculos dezesseis, dezessete e a maior parte do século dezoito. O protestantismo foi fundado em protesto contra as doutrinas e práticas corruptas do romanismo, mas a falta de conhecimento das Escrituras produziu debilidade espiritual e conformidade com o mundo.
Apocalipse 3:4 e 5: “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos.”
As pessoas que não se contaminaram são aquelas que, mesmo em meio à confusão de diversas denominações, se mantiveram fiéis à Palavra de Deus. Jesus afirma que esses fiéis ganhariam vestes brancas e teriam seus nomes no livro da vida.
Apocalipse 19:8: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” Os fiéis herdarão a Justiça de Cristo.
Apocalipse 3:6: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Todo ser humano deve ouvir o que Deus diz.
Igreja de Filadélfia
Filadélfia se localizava em uma vasta colina entre dois vales férteis. Esta igreja recebe elogios e nenhuma falha é mencionada. Esse tempo representa um período missionário, quando pregadores falavam sobre a mensagem de um grande despertamento.
O período relacionado à igreja de Filadélfia vai do ano 1821 d.C. ao ano 1844 d.C. – o mais curto entre todos os outros.
Apocalipse 3:7: “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.”
Jesus Se identifica como aquele que tem a chave de Davi. Quer dizer, aquele que tem toda autoridade e poder.
Apocalipse 3:8: “Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome.”
Jesus afirma que para aqueles que se mantivessem fiéis Ele abriria uma porta e ninguém fecharia. Mas que porta é essa?
Apocalipse 11:19: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da Sua aliança foi vista no Seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.”
Porta da graça, salvação. Não era uma porta para o Céu, mas uma porta aberta no Céu. No santuário celestial, onde Jesus ministrava no lugar santo, foi aberta uma porta e Ele passou ao lugar santíssimo.
Nesse momento da história, através da nova luz, novas verdades foram apresentadas, como, por exemplo, a guarda de todos os dez mandamentos apresentados em Êxodo 20. Quando a porta no Céu se abriu, as portas das igrejas protestantes se fecharam.
Apocalipse 3:9: “Eis que Eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que Eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que Eu te amo.”
Jesus está Se referindo aos que dizem ser Seus seguidores, mas não são. O grande perigo atual está nas igrejas que pregam, digamos, 95% da verdade. Por ocultar os 5% restantes elas automaticamente deixam de ser de Cristo. Lembre-se sempre que para saber se você está no lugar certo é preciso que a igreja pregue 100% das verdades bíblicas.
Apocalipse 3:10: “Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra.”
Promessa de Deus para os filhos fiéis que iriam passar por aflições. Tempo de angústia. Deus promete proteção na hora da dificuldade.
Apocalipse 3:11: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”
É a primeira vez no Apocalipse que Jesus coloca Sua volta como fato iminente. Não é mais apenas uma promessa, mas o próprio Filho de Deus fala com clareza que Sua segunda vinda está próxima.
Apocalipse 3:12: “A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do Meu Deus, e também o Meu novo nome.”
Jesus promete ao filho fiel e vencedor três bênçãos especiais.
Apocalipse 3:13: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.”
Ouça o que Deus diz!
Laodicéia
Laodicéia era uma cidade muito rica. A confiança nas riquezas era tanta que seus habitantes não aceitaram ajuda de Roma para reconstruir a cidade, depois que um terrível terremoto a destruiu. Sua riqueza vinha principalmente do comércio e dos juros bancários. O período relacionado à igreja de Laodicéia vai do ano 1844 d.C. até os dias de hoje. Isso significa que as mensagens de Jesus para este período são para você e para mim – a mensagem é para nós, que levamos a bandeira das verdades bíblicas; povo cristão que guarda os dez mandamentos e têm o testemunho de Jesus.
Apocalipse 3:14: “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.”
Jesus Se apresenta como o “princípio da criação de Deus”. A palavra usada no original, em grego, é Arché, que significa “origem ou agente da criação”.
Apocalipse 3:15 e 16: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente. Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.”
Só esses dois versículos dariam um sermão, tamanha a importância do conteúdo. Jesus começa a mensagem com palavras extremamente fortes. Ele diz conhecer tudo o que você e eu. Conhece o que está em nosso íntimo. Conhece as intenções do nosso coração. Em seguida, diz que se não somos frios nem quentes, somos pessoas mornas. E afirma que preferiria uma das duas condições, menos a mornidão.
Jesus está falando aqui sobre a mornidão espiritual em que vivemos nos dias de hoje. Estamos dentro da igreja, guardamos os mandamentos, temos o testemunho de Jesus, cremos em Sua volta, mas pelo fato de termos a verdade, achamos que não precisamos mais trabalhar.
A mensagem aqui é para todos os cristãos de nome. Aqueles que falam muito bonito, mas que não vivem os ensinos da Palavra. São os cristãos de banco, que ouvem as lindas pregações e os louvores, mas não falam mais de Deus para ninguém. São os cristãos que se tornaram indiferentes espiritualmente.
Jesus usa uma série de adjetivos fortes e negativos para Se referir ao povo morno. É um recado para todos aqueles que se acham bons a ponto de não precisarem de Deus. São aqueles que dizem ser conhecedores da verdade, arrogantes e presunçosos. A mensagem é para as pessoas que têm a pretensão de imaginar ser algo que não são.
Frio – É um estado desconfortável o bastante para saber que há algo errado. São as pessoas que desconhecem as verdades bíblicas, que vivem a vida conforme sua vontade.
Quente – Esta condição representa uma igreja pronta a fazer o bem. Repleta do primeiro amor, do temor, adoração. Cheia de louvor, alegria e sabedoria.
Morno – Mistura de quente e frio. Mistura de mundanismo e religião, o que é nauseante para Cristo. Religiosa o bastante para não desprezar o Seu nome, mas mundana demais para assumir uma posição firme ao lado dEle.
O problema não é doutrinário, mas comportamental.
É uma mensagem de Deus para acordar todo cristão que se encontra nessa condição de mornidão.
Apocalipse 3:17: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.”
Os presunçosos e arrogantes Jesus coloca nas condições de:
Desgraçados: dignos da misericórdia de Deus.
Miseráveis: dignos de pena.
Pobres: pobreza espiritual, falta de dedicação, trabalho, oração.
Cegos: falta de visão. Cegos para as necessidades alheias, para a necessidade da pregação do evangelho.
Nus: despidos, desprovidos das vestes de glória e beleza que devem adornar a igreja de Deus.
Apocalipse 3:18: “Aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.”
Através do Seu inexplicável amor, Jesus dá a receita para os que necessitam de cura. Chama Seu povo para comprar (de graça) dEle ouro e roupas brancas.
Jó 23:10: “Porém Ele sabe o meu caminho; provando-me Ele, sairei como o ouro.” Jesus nos convida a nos purificarmos e a refinarmos a fé.
Apocalipse 19:8: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.”
Os fiéis herdarão a justiça de Cristo. Jesus nos chama para nos despirmos de nossa própria justiça e vestirmos a dEle.
Atos 10:38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.” O colírio é o Espírito Santo.
Efésios 1:18: “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” O trabalho do Espírito Santo é iluminar nossa mente, abrir nossos olhos para que enxergamos o que Deus tem para nos mostrar.
Apocalipse 3:19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.”
A repreensão de Deus são expressões de amor, porque por meio delas Ele espera que nos voltemos para Sua verdade.
Apocalipse 3:20: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”
Um dos mais lindos versículos da Bíblia. É interessante notar que anteriormente Jesus também fala de uma porta. Mas Ele tinha a chave para abri-la. Aqui Jesus afirma que Ele está à porta e precisa bater, logo, entende-se que Ele está do lado de fora.
Esta porta representa o seu e o meu coração. Jesus está ali, a todo o momento, batendo para que possamos abrir.
Jesus não força a entrada pela porta do nosso coração. Ele valoriza nossa liberdade de escolha. Respeita nosso livre-arbítrio.
Apocalipse 3:21: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.”
Os que abrirem o coração a Jesus estarão ao lado dEle no Céu.
Apocalipse 3:22: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

O Trono de Deus
Depois de Jesus ter apresentado a João as mensagens para todos os períodos de Sua igreja aqui na Terra, Jesus o convida para contemplar o trono de Deus no Céu. Neste capítulo, João teve o privilégio de ver a habitação do Rei dos reis; presenciou toda a Glória de Deus no trono eterno. Desde 1844, data em que teve início o último período da igreja de Deus – Laodicéia -, está acontecendo um julgamento no Céu. É essa a visão que João é convidado a contemplar no capítulo 4 de seu livro.
Apocalipse 4:1: “Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz que, como de trombeta, ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.”
João viu uma porta no Céu. É importante lembrar que no capítulo 1 de Apocalipse ele viu uma porta, mas esta do capítulo 4 se refere à porta pela qual Jesus passou do lugar Santo para o Santíssimo, em 1844.
Outros profetas bíblicos tiveram a mesma oportunidade de João. Isaías viu anjos cantando; Ezequiel contemplou uma cena com brasas de fogo, tochas. Estevão, pouco antes de morrer, pôde ter uma vista da sala do trono de Deus.
Apocalipse 4:2 e 3: “E logo fui arrebatado no Espírito, e eis que um trono estava posto no Céu, e um assentado sobre o trono. E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda.”
O livro de Hebreus confirma a existência de um santuário no Céu. O Apocalipse o menciona 14 vezes como estando localizado lá. O trono de Deus, o qual está no interior do Templo Celestial, é mencionado 40 vezes.
João, através de uma visão, contemplou o trono de Deus no Céu e diz ter visto alguém sentado no trono. Por que ele não reconheceu quem estava lá? Sabemos que no estado pecaminoso em que o homem se encontra é impossível ver a Deus. Porém, o apóstolo tenta descrever o que viu, usando o jaspe e a sardônica, que representam um brilho cristalino. O brilho retrata a santidade de Deus.
O arco-íris que João viu é o mesmo que representa a promessa de Deus de Sua misericórdia infalível. Foi um sinal de concerto entre Ele e Seu povo, ao afirmar que jamais haveria um novo dilúvio sobre a Terra. O arco-íris no Céu denota um concerto da graça de Deus.
A certeza que isso nos dá é que Deus continua no comando do mundo. Ele ainda não efetuou Sua justiça, mas em breve o fará. Ele tem o controle de todas as coisas.
Apocalipse 4:4: “E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.”
Existem duas maneiras pelas quais o ser humano pode chegar ao Céu:
1. Transladação – De acordo com a Bíblia, somente dois homens foram para o Céu dessa maneira: Elias e Enoque.
2. Ressurreição – Moisés foi ressuscitado e levado para o Céu logo após seu sepultamento.
Estudiosos da Bíblia crêem que os 24 anciãos vistos no Céu são pessoas santas e justas que viveram em todas as épocas na Terra. Podem ser os que ressuscitaram com Cristo e com Ele subiram como as primícias da Sua vitória no Calvário (cf. Mt 27:50-53; Ef 4:8).
Apocalipse 4:5: “E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.”
João contemplou basicamente a mesma cena de quando Deus entregou a Moisés as tábuas com os Dez Mandamentos, no monte Sinai. Relâmpagos e Trovões são símbolos do julgamento divino. Retratam todo o poder e a glória de Deus; remetem à solenidade do acontecimento.
Sete é o número da perfeição. O texto diz que as sete lâmpadas de fogo são os sete espíritos de Deus. A obra completa do Espírito Santo é representada em suas múltiplas operações investigando todas as coisas, atuando em todos os lugares.
Apocalipse 4:6: “E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás.”
Quem são os quatro seres viventes?
Isaías 6:1 e 2: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.”
São serafins; categoria de anjo. 
Apocalipse 4:7: “E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.”
Os quatro animais representam aspectos de Jesus destacados pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João, nos Evangelhos.
Leão: 28 vezes no livro de Apocalipse Jesus é chamado de Leão por Mateus, referindo-se ao Leão da tribo de Judá. Aquele que é Rei dos reis.
Bezerro: Marcos mostra toda humildade de Jesus através da figura do novilho, que é um animal de serviço. Jesus veio à Terra para servir. O bezerro representa esse aspecto do ministério de Jesus.
Homem: Lucas mostra o lado humano de Jesus. O chama de “Filho do homem”.
Águia: Creio que se fosse nos dias de hoje João usaria algo como um avião a jato para representar Jesus. A idéia é apresentar Jesus como quem tem visão privilegiada. Alguém capaz de chegar aos altos céus. O primeiro capítulo de João apresenta Jesus como Deus – o lado Divino. Ele está muito acima de tudo o que podemos ver ou compreender.
Apocalipse 4:8: “E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.”
João contempla toda a adoração e louvores prestados a Deus por Seus anjos. Uma adoração “24 horas”.
Apocalipse 4:9 a 11: “E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre. Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.”
Deus está no controle deste mundo. Todos os anjos que vivem com Ele há séculos entoam louvores e cânticos de honra e glória. Os 24 anciãos se prostram perante o Criador de todo o Universo. Louvam a Deus pelo motivo que, atualmente, milhares se esquecem: a Criação.
Jesus é a figura central do louvor dos anjos. Louvam porque O conhecem intimamente, convivem com Ele há séculos e vivem impressionados por Seu amor e justiça. Deus é exaltado porque é o Criador e Doador de toda a vida.

Desvendando o Apocalipse – Capítulo 5

O Cordeiro de Deus
Este novo capítulo encerra a continuação da visão precedente, no santuário celestial. O tema central apresentado é um livro selado com sete selos. Uma só pessoa, em todo o Universo de Deus, foi achada digna de abrir o livro e remover os seus sete selos.
Ao ter sido encontrada a pessoa digna, denominada “Leão da Tribo de Judá”, a Divindade e toda criatura na vastidão universal sem fim, promoveram um coro inigualável de louvor e honra ao Todo-Poderoso e a Seu Filho.
O livro de Jó fala de uma comemoração que ocorreu no Céu por ocasião da criação do mundo, quando miríades de anjos entoaram louvor em um hino para a criação: “Quando as estrelas da alva juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38:7). Em Apocalipse 5, temos outro concerto, ainda mais bonito. É o hino da redenção.
Apocalipse 5:1: “Vi na mão direita do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.”
João fala sobre um livro que estava na mão de Deus. O livro não tinha a forma como hoje conhecemos. Na verdade, eram rolos em papiro ou pergaminho. O livro continha uma nova seqüência profética em sete partes, como no caso das sete igrejas. Cada parte estava fechada com um selo.
Apocalipse 5:2: “Vi também um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e de lhe romper os selos?”
Apocalipse 5:3: “E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.”
Apocalipse 5:4: “E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele.”
O anjo não pergunta “quem é capaz” de abrir o livro, mas “quem é digno”. O Universo inteiro ficou em silêncio. Diante desse silêncio, João chora copiosamente. Se não aparecer alguém digno de abrir o livro e romper-lhe os selos, todas as promessas dos profetas, todas as esperanças do povo de Deus, todas as mensagens dos apóstolos terão sido em vão. João desconhece o conteúdo do livro. Ele fica tão preocupado que chora.
Os querubins, os serafins, os 24 anciãos e as hostes angelicais param de cantar e, silenciosamente, esperam até que alguém tome o rolo da mão de Deus, e quebre os sete selos.
Apocalipse 5:5: “Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores! Olha, o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.”
Apocalipse 5:6: “Então vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes, e entre os anciãos, em pé, um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a terra”.
Apocalipse 5:7: “E veio e tomou o livro da mão direita do que estava assentado no trono.”
O leão, além de ser o rei dos animais, é o mais poderoso deles; invencível. Jesus é chamado assim porque é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Procedeu da tribo de Judá, que era a tribo líder do povo de Deus em Israel.
A raiz é quem sustenta a planta. Assim, Cristo era o sustentáculo de Davi como rei de Israel. O reino de Davi era um emblema do futuro reino de Cristo.
Cristo venceu todos os Seus inimigos e foi então capacitado “para abrir o livro e desatar os seus sete selos”.
Jesus é apresentado perante João sob os símbolos de “Leão da Tribo de Judá” e de um “Cordeiro” como havendo sido morto. Esses símbolos representam a união do poder onipotente e do sacrifício do amor.
O Cordeiro não foi abatido pela morte, mas triunfou sobre ela.
Novamente o número sete representa uma unidade em sua plenitude. Os sete chifres simbolizam plenitude de poder – onipotência. Os sete olhos simbolizam plenitude de conhecimento – onisciência. Por isso, os sete chifres e os sete olhos são os sete espíritos de Deus – onipresença.
Apocalipse 5:8: “Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.”
Apocalipse 5:9: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação.”
Apocalipse 5:10: “Para o nosso Deus os fizeste reino e sacerdotes, e eles reinarão sobre a terra.”
Jesus é digno, não porque viveu uma vida santa, mas “porque [foi] morto”. Ele foi feito pecado por nós. Houve uma substituição. Ele recebeu em Seu corpo a punição, para que pudéssemos ser conduzidos a Deus.
A redenção tem suas raízes no passado, mas sua plena realização está no futuro. O preço da nossa redenção foi pago quando o Senhor morreu na cruz. Mas a nossa redenção só se completará quando Jesus vier pela segunda vez.
Este mundo deve ser recuperado e entregue outra vez ao povo de Deus: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.” Essa herança está no futuro.“Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21:28).
Quando Adão pecou, ele cedeu todos os direitos sobre este mundo. E a herança não somente saiu de suas mãos, mas das mãos de toda a sua posteridade. Satanás se declara senhor do mundo. Porém, por todo esse tempo, os verdadeiros donos têm estado à espera de que o Remidor tome o livro selado e reassuma a herança perdida.
Antes, porém, que o inimigo e sua semente possam ser despejados, e os verdadeiros herdeiros reinstalados em sua propriedade, tem que haver uma completa verificação de todos os argumentos e alegações. Isso exige a abertura dos livros no Céu. Esses livros devem ser examinados antes que a sentença seja proferida. Antes que o nosso Senhor volte em glória e poder para receber Sua igreja, todo caso terá sido decidido, pois Ele traz consigo o Seu galardão “para dar a cada um, segundo a sua obra” (Ap 22:12).
O juízo investigativo teve início em 1844 e a sentença será dada quando Jesus retornar.
Julgamento
Em todo julgamento há três fases: (1) a investigação; (2) a sentença; (3) a execução da sentença.
No grande tribunal do Céu, são evidentes essas mesmas fases. Antes da sentença, deve haver uma investigação de cada caso. Não porque Deus necessite disso, pois Ele sabe todas as coisas, mas para que todo o Universo possa conhecer a justiça e a correção da sentença.
O apóstolo Paulo diz: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo” (2Co 5:10). Cristo “há de julgar os segredos dos homens” (Rm 2:16). “Porquanto [Deus] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31).
Esse Homem não é outro senão Jesus Cristo, pois Ele próprio declara de Si mesmo: “O Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo.” “E deu-Lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem” (Jo 5:22, 27). Assim, Jesus é ao mesmo tempo nosso Advogado e Juiz.
Sabemos, pois, que para um advogado nos representar, é preciso que lhe demos uma procuração. Jesus Cristo será o juiz no dia do julgamento pelo qual todos iremos passar, mas Ele só será o advogado de quem lhe entregar a “procuração”.
Apocalipse 5:11: “Então olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e o número deles era milhões de milhões e milhares de milhares,”
Apocalipse 5:12: “proclamando com grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber a glória, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.”
Apocalipse 5:13: “Então ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: ‘Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder para todo o sempre.’”
Apocalipse 5:14: “E os quatro seres viventes diziam: Amém. E os anciãos prostraram-se e adoraram.”
Ao mover-Se o Remidor exibindo o título de propriedade da posse alienada, irrompeu um novo canto diante do trono: “Digno é o Cordeiro que foi morto.” Os anjos, os quatro seres viventes e os 24 anciãos compreendem claramente o que significa o livro nas mãos do Cordeiro – o Remidor celestial. O cântico de glória é para Aquele que é digno de toda honra e louvor.

Desvendando o Apocalipse – Capítulo 6

No capítulo 5 do Apocalipse, João descreve a cena em que Jesus toma o livro selado da mão de Deus sob uma aclamação nunca antes vista no Universo. Neste, vamos vê-Lo abrir os selos, um por um. O capítulo 6 trata dos seis primeiros selos, o sétimo será explorado no capítulo 8 de Apocalipse. Ao invés de palavras ditadas por Jesus, João agora visualiza cenas. Assim, como em outros capítulos, a simbologia é bastante utilizada. É importante citar que a seqüência profética e simbólica dos sete selos relaciona-se com o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando ênfase a outros eventos.
As profecias do Apocalipse não são sucessivas, mas repetitivas; isto é, elas são reafirmadas cobrindo os mesmos períodos de tempo. Os sete selos, por exemplo, e as sete trombetas cobrem o mesmo período das sete igrejas.
O princípio de interpretação profética destacado pelo próprio Senhor Jesus é que somente quando a profecia encontra o seu cumprimento é que pode ser plenamente compreendida. Três vezes Jesus disse isso no cenáculo: “Eis que vos tenho dito antes que aconteça, para que quando acontecer possais crer” (Jo 14:29, 13:19 e 16:4).
O propósito do cumprimento das profecias é fortalecer nossa fé.
Os quatro cavalos e suas diferentes cores – conforme descrito nos quatro primeiros selos – representam as quatro primeiras fases da igreja cristã (Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira).
Os quatros cavaleiros do Apocalipse
O primeiro selo
Apocalipse 6:1: “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer, como se fosse voz de trovão: Vem!”
Apocalipse 6:2: “Olhei, e vi um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo, e para vencer.”
O cavalo branco simboliza pureza e vitória. Cristo é o cavaleiro.
Nos dias em que o Apocalipse foi escrito, o cavalo era o meio mais rápido de comunicação (como o e-mail, hoje). Além disso, a cavalaria era a principal arma de guerra. Cavalo, portanto, é símbolo do poder e da rapidez necessários à pregação do evangelho; tarefa incumbida ao povo de Deus. A cor branca era símbolo de vitória sobre o inimigo.
A mesma figura é aplicada na profecia que menciona a segunda vinda triunfal de Cristo, que o apresenta vindo à Terra vestido de branco e cavalgando um cavalo branco.
O cavalo de cor branca é uma alusão aos triunfos da igreja apostólica, no período de 34 a 100 d.C. A igreja cristã era pura na doutrina porque foi conduzida diretamente por Cristo. O arco que o cavaleiro trazia, nos dias antigos, era uma arma de ataque; um poderoso instrumento de guerra. A grande munição dos exércitos daquele tempo eram as flechas.
Ao sair para a batalha, o cavaleiro recebe uma coroa. Enquanto os vencedores deste mundo recebem a coroa somente após a vitória, Cristo, o cavaleiro do primeiro selo, recebe a coroa antecipadamente, como evidência segura de Sua vitória.
O segundo selo
Apocalipse 6:3: “Quando o Cordeiro abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizer: Vem!”
Apocalipse 6:4: “Então saiu outro cavalo, vermelho. Ao seu cavaleiro foi dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros. Também lhe foi dada uma grande espada.”
O cavalo vermelho simboliza sangue, corrupção e pecado. O cavaleiro representa o Império Romano pagão.
O segundo selo apresenta a igreja em estado de corrupção. A cor vermelha, em se tratando de vida espiritual, simboliza o pecado. “Ainda que os vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim…” (Is 1:18).
A igreja incorporou doutrinas pagãs e abandonou a pureza da verdade. Este período do segundo selo, de corrupção dos princípios básicos da igreja, estendeu-se do ano 100 ao ano 313 d.C.
Milhões morreram quando o Império Romano tentou varrer o cristianismo da face da terra. A perseguição contra cristãos foi seguida de muitas mortes, porém, por causa do sangue de muitos mártires, o cristianismo crescia a cada dia.
Os cristãos primitivos não tinham liberdade como nós hoje de ir às igrejas prestar culto a Deus. Ser cristão era um crime punido com a morte. Conta-se que no Concílio de Nicéia, em 325 d.C., quase todas as pessoas presentes apresentavam algum tipo de mutilação, resultado da perseguição. O tempo do cavalo vermelho foi o tempo em que os pagãos perseguiram os cristãos.
O terceiro selo
Apocalipse 6:5: “Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: Vem! Olhei, e vi um cavalo preto. O seu cavaleiro tinha uma balança na mão.”
Apocalipse 6:6: “E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes, que dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário, e não danifiques o azeite e o vinho.”
O cavalo preto simboliza luto e trevas espirituais. O cavaleiro representa a figura do Imperador Romano.
O cristianismo já não era mais ilícito, mas popular. As pessoas eram incentivadas a tornarem-se cristãs. Mas o cristianismo já não era mais puro. Não era mais branco. Era tão corrupto que foi representado por um cavalo preto. As doutrinas pagãs tomaram o lugar das doutrinas verdadeiras e puras da igreja primitiva.
Foi durante esse período que a igreja começou a dominar o Estado ou o governo (313 a 538 d.C.). A partir daí não eram mais os pagãos que perseguiam os cristãos. Eram os cristãos que passaram a perseguir os pagãos.
A balança é o símbolo da justiça. A utilização desse símbolo demonstra que a Igreja e o Estado estariam unidos para exercer a autoridade judicial. Isso foi verdade entre os imperadores romanos desde Constantino até Justiniano, quando ele entregou a mesma autoridade judicial ao bispo de Roma.
Nesta visão, João viu uma balança na mão do cavaleiro. “Uma medida de trigo por um denário; e três medidas de cevada por um denário.” Deus havia ordenado que o pão da vida devia ser de graça. Mas agora estava sendo vendido. A religião tornou-se um negócio.
O trigo representa a pura verdade do evangelho de Cristo, enquanto a cevada que não é tão pura assim, as tradições e erros que penetraram na igreja. Em razão de sua escassez, o trigo era vendido por valor maior do que a cevada. Três medidas de cevada eram vendidas pelo mesmo preço de uma medida de trigo.
E até hoje esse estado de coisas perdura no chamado cristianismo nominal. Aquele que apresenta ao mundo, evidentemente, mais “cevada” do que “trigo”, ou seja, mais erros tradicionais do que verdades fundamentais.
Nas Escrituras Sagradas o azeite é símbolo do Espírito Santo, enquanto o vinho representa o sangue de Cristo. A ordem “Não danifiques o azeite e o vinho” reclama que não se pode invocar o nome de Cristo e do Espírito Santo quando se prega o erro e a “tradição dos homens” em lugar da verdade de Deus.
O quarto selo
Apocalipse 6:7: “Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente, que dizia: Vem!”
Apocalipse 6:8: “Olhei, e vi um cavalo amarelo. O seu cavaleiro chamava-se Morte, e o Inferno o seguia. Foi-lhes dado poder sobre a quarta parte da terra para matar com a espada, com a fome, com a peste e com as feras da terra.”
O cavalo amarelo simboliza a morte. O cavaleiro é representado pelo Papado.
Na verdade, a palavra grega que designa a cor deste cavalo é chloros, que é um esverdeado pálido. A cor da morte.
Foi durante os 1.260 anos da perseguição que os templos pagãos viraram igrejas cristãs. Mas o povo verdadeiro de Deus teve que fugir para as montanhas a fim de adorar o seu Deus.
Não eram mais pagãos perseguindo cristãos. Não eram mais cristãos perseguindo pagãos. Agora eram cristãos perseguindo e matando outros cristãos. A Roma cristã não crucificava pessoas como a Roma pagã fazia. A Roma cristã as queimava vivas. A Roma pagã torturava criminosos por roubarem, mas a Roma cristã torturava cristãos por lerem a Bíblia.
No período do quarto selo, que foi de 538 a 1517 d.C., foi dado ao cavaleiro que monta o cavalo amarelo ou tem as rédeas da igreja em suas mãos o nome de “Morte”. É uma prova real da carnificina que foi a Inquisição. O papado efetuou grande chacina e levou multidões à sepultura. Inferno, ou “hades”, designa o lugar dos mortos ou sepultura.
O quinto selo
Apocalipse 6:9: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.”
Apocalipse 6:10: “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”
Apocalipse 6:11: “E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas, e foi-lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram.”
O quinto selo é uma sucessão do quarto e estende-se do período que vai do ano 1517 a 1755. No quarto selo vimos os terríveis extermínios do papado contra o povo de Deus. O quinto selo nos mostra o quadro das testemunhas de Deus e de Seus filhos mortos pela espada papal.
Para entender o que significam as almas debaixo do altar é preciso considerar quatro questões:
1. O que significa o termo “alma”?
A palavra “alma”, do nosso texto, vem do grego psyche e é mencionada 103 vezes no Novo Testamento. Psyche é traduzido em inúmeras passagens por “pessoa”. Por exemplo, referindo-se aos convertidos no Pentecostes, é dito que “naquele dia agregaram-se quase três mil almas” [psyche] (At 2:41). Fica claro que João teve a visão das próprias pessoas dos mártires das perseguições papais do quarto selo, e não supostas almas desencarnadas.
2. Existe algum altar de sacrifícios no Céu?
Por outro lado, no Céu não existe um altar para sacrifícios. Por isso, a declaração de João de que viu “debaixo do altar as almas dos que foram mortos” no período da perseguição papal deve ser entendida como uma afirmativa de que eles estão debaixo da terra, ou em seus sepulcros.
3. Pode haver espírito de vingança no Céu?
Não podemos imaginar que o espírito de vingança pudesse dominar de tal maneira as mentes das almas no Céu a ponto de fazer com que, a despeito da alegria e da glória do Céu, elas não ficassem satisfeitas enquanto não vissem a vingança praticada contra os seus inimigos. Há lugar para ódio no coração dos habitantes do Céu? Não, nunca. Jamais.
4. Por que essas almas estariam clamando por vingança?
Se a idéia popular que coloca essas almas no Céu fosse verdade, seus perseguidores estariam queimando num suposto inferno. Por que essas almas estariam clamando por vingança? Que vingança maior poderiam querer?
O sangue clama por vingança é a mesma expressão usada no livro de Gênesis. O sangue de Abel clama por vingança (Gn 4:9, 10).
O clamor figurado dos milhões e milhões de mártires do quarto selo longe está de afirmar que eles estejam no Céu. É apenas um alerta de que Deus punirá, no tempo certo, os Seus inimigos. O que João viu – numa visão simbólica – foi o clamor de justiça que será satisfeito no devido tempo. “A voz do sangue do teu irmão clama a Mim desde a Terra” (Gn 4:10). E, por acaso, sangue tem voz? É evidente que se trata de uma linguagem figurada.
As vestes brancas comprovam o caráter daqueles que foram covardemente martirizados, não porque fossem criminosos, mas “por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram”.
A frase “repouso por pouco tempo” é outra evidência de que não poderiam estar no Céu, mas em seus sepulcros onde deveriam permanecer mais um pouco.
O sexto selo
Apocalipse 6:12: “Olhei enquanto ele abria o sexto selo. Houve um grande terremoto. O sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue.”
Apocalipse 6:13: “As estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.”
Apocalipse 6:14: “O céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola, e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.”
Apocalipse 6:15: “Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes,”
Apocalipse 6:16: “e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro!”
Apocalipse 6:17: “Pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir?”
João visualiza a abertura do sexto selo, onde estão descritos os sinais da iminente volta de Jesus. A linguagem que antes era simbólica passa a ser literal. Os escritores do Antigo Testamento, e o próprio Cristo, falaram muitas vezes de grandes sinais no universo físico, no Sol, na Lua, nas estrelas e na Terra. Esses sinais seriam indicações especiais da volta de nosso Senhor.
No século 18, em 1º de novembro de 1755, na cidade de Lisboa, Portugal, ocorreu o maior terremoto de toda história. A maior parte da cidade foi destruída em apenas seis minutos. O sismo abalou outras cidades da Europa e da África.
O dia escuro ocorreu no dia 19 de maio de 1780, principalmente na cidade de Connecticut.
Na noite seguinte ao dia escuro, a Lua se mostrou vermelha como sangue.
Na noite de 12 de novembro de 1833, uma tempestade de estrelas cadentes irrompeu sobre a Terra. A América do Norte recebeu o maior impacto desse chuveiro de estrelas.
De acordo com a profecia descrita em Apocalipse 6, estamos vivendo entre os versos 13 e 14. Os eventos do verso 13 já ocorreram. Os próximos acontecimentos no programa de Deus estão descritos no verso 14. O Céu se retira como um rolo. Cada montanha e ilha serão removidas.
João descreve que haverá um tempo em que as pessoas irão correr e se esconder da ira de Deus. Numa grande reunião irão desejar que montes e vales caiam sobre eles, pois não conseguirão encarar a face do Senhor. Essas pessoas são todos aqueles que, infelizmente, não dedicaram a vida a Deus. Não reconheceram Jesus como Salvador, Senhor e Advogado e recusaram todas as ofertas de salvação. Mas ainda há tempo! É preciso tomar uma decisão – a escolha deve ser imediata.

Desvendando o Apocalipse: o selo de Deus

O assunto é tão importante que Deus abriu um parêntese antes de falar sobre o sétimo selo para mostrar a João que, antes da volta de Jesus, existirá um povo especial responsável por realizar uma obra profética mundial. O capítulo sete apresenta informações adicionais particulares concernentes ao sexto selo. João visualiza essa cena antes de o céu retirar-se como um livro que se enrola, e depois dos sinais no Sol, na Lua e nas estrelas. Isso ocorre entre os versos 13 e 14 de Apocalipse 6.

Apocalipse 7:1: “Depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.”

Os quatro cantos da Terra denotam os quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste. Isso significa que esses anjos têm toda a Terra para cuidar.

Os anjos são agentes sempre presentes nos negócios da Terra. Aqui fica claro que Deus lhes confiou uma poderosa obra: reter os quatro ventos da Terra. Isso é uma profecia a cumprir-se imediatamente antes da segunda vinda de Cristo.

Na Bíblia, ventos significam comoção política, agitação, guerras (Dn 7:2, 3, 16, 17; Is 17:12-14; Jr 49:35-37).

Não fosse pelos quatro anjos segurando os ventos, a civilização se auto-destruiria. Os anjos do mal estão agitando os ventos das guerras. Os acontecimentos internacionais falam em voz alta de que se aproxima o momento decisivo em que os ventos serão soltos, e se estabelecerá o caos total. Simultaneamente, ao serem soltos os ventos, virão as sete últimas pragas preditas no capítulo 16.

Mas a obra dos anjos de segurar os ventos tornará possível a realização de outra obra muito especial, que será descrita nos versos seguintes. O tempo da graça divina por um mundo caído e ingrato terá se esgotado para sempre. Multidões que estão recebendo e rejeitando o convite da misericórdia estarão excluídas da salvação que desprezam. Agora, porém, é o tempo da decisão.

Apocalipse 7:2: “Vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do Deus vivo. Ele clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,”

Apocalipse 7:3: “dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus.”

A Bíblia usa as palavras “sinal” e “selo” de maneira intercalada. Em Gênesis 17:11, é dito que a circuncisão era um “sinal”. Em Romanos 4:11, ela é mencionada como sendo um “selo”. O selo é uma marca distinta que torna o povo de Deus diferente. Segundo as Escrituras, o selo de Deus é o sábado (Êx 31:16, 17; Ez 20:12, 20).

Os Dez Mandamentos são a Lei de Deus. Para uma lei ser autêntica, é necessário que ela tenha três características: nome do legislador, função e território.

O quarto é o único mandamento onde é possível encontrar essas três características.

Êxodo 20:8 a 11: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou."

Nome do Legislador: Deus

Sua função: Criador

Território: Terra

A expressão "selado nas suas testas" quer dizer que haveria um povo que teria consciência da importância de guardar e santificar o sábado, que é o selo de Deus. Como se trata de uma obra de evangelização, esse anjo deve representar, sem dúvida, um movimento mundial que deverá chamar a atenção dos homens para o selo de Deus.

O anjo é tão-somente o portador do selo. Mas o Selador deve ser Aquele que é o único capaz de convencer os homens a aceitar o selo de Deus. O Espírito Santo é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Em outras palavras, Ele convence o mundo sobre a transgressão da lei, porque, segundo o apóstolo João, pecado também é a transgressão da lei.

Só guardar o sábado não garante o selamento; é preciso ser santificado. Somente depois que os pecados são apagados por Jesus no santuário celestial é que os Seus servos poderão receber o “selo do Deus vivo”, pois o sábado, como vimos, é um sinal de “santificação” (Ez 20:20).

Apocalipse 7:4: “E ouvi o número dos que foram selados, e eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.”

Apocalipse 7:5: “Da tribo de Judá, doze mil foram selados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;”

Apocalipse 7:6: “da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manasses, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;”

Apocalipse 7:8: “da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamin, doze mil.”

Essa profecia não trata do Israel que foi condenado como nação por ter rejeitado o Filho de Deus. Então, quem são os 144 mil?

Os 144 mil representam um símbolo do Israel espiritual, a igreja de Deus. O número 144 (12 tribos de Israel x 12 apóstolos) simboliza o povo de Deus de todos os tempos (Ap 21:12-14), por isso o número 144 é multiplicado por mil. Os 144 mil são um grupo especial de pessoas que estarão no Céu.

Apocalipse 7:9: “Depois destas coisas olhei, e vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e perante o Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos.”

Apocalipse 7:10: “Clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.”

Apocalipse 7:11: “Todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,”

Apocalipse 7:12: “dizendo: Amém. Louvor e glória e sabedoria e ação de graças e honra e poder e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.”

Apocalipse 7:13: “Então um dos anciãos me perguntou: Estes que estão vestidos de branco, quem são eles e de onde vieram?”

Apocalipse 7:14: “Respondi-lhe: Senhor, tu o sabes. Disse-me ele: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

Apocalipse 7:15: “Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o Seu tabernáculo sobre eles.”

Apocalipse 7:16: “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede. Nem sol nem calor algum cairá sobre eles.”

Apocalipse 7:17: “Pois o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.”

O profeta contempla todos os santos salvos, “de todas as nações, e tribos, e povos e línguas”, de todos os séculos da história do mundo. Todos trajarão uma vestimenta única – as vestes brancas simbólicas da justiça do Salvador. Ostentarão palmas em suas mãos como emblemas da grande vitória alcançada sob o poder de Jesus. Essa multidão incontável é composta dos que “vieram da grande tribulação”.

Todos os cristãos passam por tribulações para entrar no reino de Deus (At 14:22). A Bíblia fala sobre o tempo de angústia “qual nunca houve, desde que houve nação” (Dn 12:1).

Nem fome, nem sede. Isso mostra que eles passaram fome e sede. Nas sete últimas pragas, os pastos, com todos os frutos e a vegetação, ficam secos (Jl 1:18-20), e os rios e fontes tornam-se em sangue (Ap 16:4-7). Nesse tempo, a dieta de justiça será reduzida para pão e água, e isso será certo (Is 33:16).

Nas pragas, o Sol recebe poder para “abrasar os homens com fogo” (Ap 16:8, 9). Os justos serão protegidos dos efeitos mortais.

Deus tem muitos filhos espalhados ao redor do mundo. São encontrados em todas as igrejas e até mesmo fora das igrejas. Sua mensagem de selamento está indo depressa a todas as terras, reunindo aqueles cujo coração é perfeito para com Ele.

Aqueles que estão diante do trono louvam e servem a Deus de dia e de noite porque “Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima”.

Desvendando o Apocalipse: as sete trombetas

Os capítulos 8 e 9 apresentam a terceira cadeia histórica do livro. O tema central é a abertura do sétimo selo. Uma nova corrente profética, composta de sete trombetas. Nas profecias, os toques de trombetas são emblemas de guerra; e, nesta revelação, o teor da profecia já indica isso mesmo, aliás, guerras de conquista e aniquilamento, movidas por poderes levantados contra o império mais opressor da história do mundo – o Império Romano.

Apocalipse 8:1: “Quando ele abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por cerca de meia hora.”

Que acontecimento será esse que fará com que cessem os coros e as orquestras celestiais por quase meia hora? Em Sua segunda vinda, Jesus virá acompanhado de todos os anjos do Céu. Assim sendo, haverá silêncio no Céu, enquanto não regressarem com os salvos de todos os tempos.

A meia hora de silêncio no Céu não será literal, mas profética, como o resto do Apocalipse. Para sabermos o tempo exato de quase meia hora profética, temos que dividir um dia profético por 24 horas. Um dia profético equivale a um ano, ou melhor dito – 24 horas proféticas. E, mais ainda, o ano profético compreende 360 dias literais.

Agora, para termos o tempo exato de “quase meia hora” profética, teremos que, em primeiro lugar, dividir 360 dias por 24 horas. E o resultado da operação será 15 dias. Quer dizer que uma hora profética equivale a 15 dias literais. Então, meia hora profética equivale a sete dias e meio. Como a profecia não fala em meia hora, ou sete dias e meio, mas em “quase meia hora”, isso dá exatamente sete dias (uma semana). Eis o tempo que Jesus levará para vir buscar os salvos e regressar ao Céu.

Apocalipse 8:2: “E vi os sete anjos que estavam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.”

Profeticamente falando, trombeta é símbolo de guerra ou de graves acontecimentos políticos. Como as sete igrejas revelam a condição interna e os sete selos, a condição externa da igreja cristã, as sete trombetas demonstram evidentes guerras ou juízos que desabariam sobre os seus opressores, a começar com os primeiros que foram os romanos: Roma-Pagã Ocidental e Roma-Cristã Oriental.

Apocalipse 8:3: “Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro. Foi-lhe dado muito incenso, para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.”

Apocalipse 8:4: “E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.”

Antes dos sete anjos saírem de diante de Deus para cumprirem a sua missão, uma nova cena é apresentada na visão. Um novo anjo surge, não com trombeta, mas com um incensário de ouro, pondo-se “junto ao altar”. No Céu, há um único altar, aliás, o do incenso, que se encontra no primeiro compartimento ou lugar santo do santuário.

Mas quem é o anjo que se apresentou junto do altar para ministrar o incenso? Um anjo comum não pode exercer funções de sacerdote, pelo fato de o sacerdote ser um mediador entre o pecador e Deus, e os anjos jamais foram designados como tais. O Mediador entre o pecador e Deus é um só – Jesus Cristo. Daí o anjo ministrante da visão ser o próprio Senhor Jesus, não só porque já O vimos noutra visão ministrando no santuário, mas porque a revelação O apresenta também como um anjo, o “anjo do concerto”.

Se pudéssemos ser transportados ao santuário de Israel, veríamos ali o sacrifício contínuo (diário) dos sacerdotes. Todos os dias, um deles tirava fogo do altar e, enchendo o incensário, queimava o incenso. Enquanto a fragrância permeava o acampamento, ela servia como um chamado à oração.

Em um dia do ano, o Dia da Expiação, o trabalho era desempenhado apenas pelo sumo sacerdote. Enquanto ele oferecia o incenso sobre o altar, a congregação, em atitude solene, do lado de fora do santuário, dedicava-se à oração. Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote celestial, ainda faz intercessão por nós no santuário celestial. Nossas orações sobem até Ele como suave incenso.

Apocalipse 8:5: “Então o anjo tomou o incensário, encheu-o de fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos.”

O mesmo fogo do altar que produz a nuvem de incenso que sobe para Deus com as orações dos santos é lançado na Terra, produzindo efeitos tremendos. A mesma graça que absolve o pecador torna-se condenação ao ímpio.

Para os justos, o ato do lançamento do fogo do altar sobre a Terra indica que a obra da mediação terminou. Não mais será oferecido incenso pelas orações. Por pouco tempo, os justos terão que viver sem mediação até o aparecimento do seu Senhor para arrebatá-los da Terra.

E para os ímpios que desprezaram o amor de Deus, indica o fechamento definitivo da porta da graça. Por isso, após o lançamento do fogo do altar sobre a Terra, seguem-se “vozes e trovões, relâmpagos e terremotos”, anunciando a recompensa dos ímpios. As mesmas cenas são descritas noutras visões do Apocalipse.

Apocalipse 8:6: “Então os sete anjos que tinham sete trombetas prepararam-se para tocar.”

Nos tempos bíblicos, a trombeta era usada para convocar grandes reuniões do povo (Lv 23:4), ou para anunciar a aproximação de grande calamidade ou guerra.

As sete trombetas anunciariam guerras ou juízos que desabariam sobre os opressores de todos os tempos da igreja de Deus na Terra. Segundo as profecias bíblicas na era cristã, o inimigo do povo de Deus é Roma. Primeiro, a pagã. Depois, a cristã. E, por último, a papal.

Por isso:

As quatro primeiras trombetas se referem ao colapso da Roma-Pagã, no Ocidente;

As duas seguintes: a derrota da Roma-Cristã, no Oriente;

A sétima: o colapso da Roma-Papal e de todos os persistentes inimigos da igreja de Deus.

A profecia de Daniel 2 fala da divisão do Império Romano (representado pelas pernas de ferro) através da divisão da Europa (representada pelos pés e dedos). Cada trombeta que soou era como uma martelada na estátua de Daniel 2.

Até 1844, data em que a mediação através da apresentação do incenso fora realizada no lugar santo do santuário, Roma foi, indiscutivelmente, o poder inimigo único da igreja de Cristo, sendo que, desse ano para cá, outros poderes fizeram-se também adversários abertos da igreja de Cristo, os quais cairão, pelo toque da sétima trombeta, com o resto de Roma.

Apocalipse 8:7: “O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra. Foi queimada a terça parte da terra, e terça parte das árvores, e toda a erva verde."

Naqueles dias, quando João recebeu a revelação, somente três partes da Terra eram conhecidas:

1) A Europa, tendo Roma por capital.

2) A Ásia, ou Oriente, tendo Constantinopla por sede.

3) A África, tendo Cartago por cidade líder.

Essa era também a tríplice divisão do Império Romano naqueles dias. É por isso que as primeiras trombetas indicam essas três partes da Terra, quando não eram ainda conhecidas a América e a Oceania, que completam hoje as cinco partes ou cinco continentes do mundo. Portanto, aqueles três continentes compunham todo o Império Romano.

Sucede que o Império Romano foi dividido em três partes entre os três filhos de Constantino:

1) Constâncio ficou com a Ásia.

2) Constantino II ficou com parte da Europa.

3) Constante, ficou com a Itália e a África.

Assim, cada uma dessas divisões do Império Romano representava uma terça parte do mundo então conhecido, como mencionado na profecia.

A primeira trombeta – Alarico e os visigodos

Alarico, com seus visigodos, foi o primeiro terrível inimigo de Roma a atacá-la. Ele continuou os ataques até que quebrou a espinha do poder romano. Seus constantes ataques eram como granizo estilhaçando a estátua de Daniel 2. A cidade de Roma foi cercada no ano 410 d.C.

Alarico costumava atacar pelas montanhas, queimando tudo que encontrava pelo caminho. Cidades inteiras e vilas foram queimadas, e o sangue escorreu pelas ruas.

Apocalipse 8:8: “O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.”

Apocalipse 8:9: “E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.”

A segunda trombeta – Genserico e os vândalos

O primeiro ataque foi por terra; o segundo, pelo mar. Os exércitos germanos de Genserico, rei dos vândalos, atacaram Roma. A segunda trombeta trata de uma batalha naval. Eles causaram tanto estrago que até hoje utilizamos a expressão vandalismo.

Genserico caiu sobre Roma como uma montanha em chamas, deixando destruição desde Gibraltar até a foz do Nilo.

Os vândalos levaram os candelabros dourados que Tito saqueara do templo de Jerusalém. Os ataques de Genserico, fiéis à profecia, foram quase todos pelo mar. Em uma noite, ele destruiu metade dos navios que pertenciam a Roma, na batalha de Cartago, destruindo 1.113 navios e matando mais de 100 mil homens.

Apocalipse 8:10: “O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas;”

Apocalipse 8:11: “o nome da estrela era Absinto. A terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, que se tornaram amargas.”

A terceira trombeta – Átila e os hunos (os bárbaros)

O primeiro ataque ao Império Romano foi feito por terra, o segundo pelo mar e o terceiro pelo rio. Na expressão “a terça parte dos rios” está claro que a “grande estrela” iria cair sobre os rios Danúbio e Reno que abastecem os principais rios do continente.

O terceiro ataque foi feito pelos hunos sob o comando de Átila, cujo apelido era “O Flagelo de Deus”. Enquanto Genserico e os vândalos atacavam pelo mar, a invasão dos bárbaros, chefiados por Átila, começou pelo rio Danúbio destruindo tudo o que encontravam pelo caminho.

Átila se gabava de que onde ele pisava a grama não crescia mais. Ele veio pelos grandes rios: o Reno (na França e na Itália), o Pó e o Danúbio. A batalha mais importante foi na França, ou Gália, como era chamada, no ano 451 d.C. No total, 300 mil homens morreram nessa batalha, e ali a Europa foi separada da Ásia.

Tão subitamente como apareceu, Átila desapareceu. Esse mistério foi comparado a um meteoro que aparece de repente como uma grande estrela cadente e então desaparece. Muitas pessoas morreriam nos rios e riachos daquela parte da Terra, como se uma estrela sinistra caísse nas águas e elas se tornassem amargas como o absinto.

O absinto é uma planta muito amarga e que exala um cheiro forte e penetrante, como amargas foram as conseqüências da queda da “grande estrela” na região prevista pela profecia.

Apocalipse 8:12: “O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua e a terça parte das estrelas, de modo que a terça parte deles se escureceu. A terça parte do dia não brilhou, e semelhantemente a da noite.”

Apocalipse 8:13: “Enquanto eu olhava, ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que ainda vão tocar.”

A quarta trombeta – Odoacro e os hérulos

Soa a quarta trombeta, e finalmente Roma Ocidental desaba por inteiro. Outro exército da Alemanha, chamada de Germânia, vai para a Itália. As tribos dos hérulos, lideradas por Odoacro, um dos generais de Átila, começaram o ataque.

Esses lenhadores da Germânia penetraram bem no coração do Império Romano, tiraram o rei do trono e Odoacro colocou a coroa em sua própria cabeça. As “luzes” de Roma começavam a se apagar. O imperador era referido como o Sol, e os senadores e cônsules como as estrelas. Em primeiro lugar, o imperador foi destronado, de acordo com a profecia de que o Sol se apagaria. Os senadores e cônsules continuaram a brilhar por mais um tempo, e então a escuridão cobriu totalmente a rainha das nações – Roma.

A queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476, sob a espada de Odoacro, deu por encerrada a história do que foi o cruel império de ferro. Roma perdeu a glória que desfrutou por mais de doze séculos, de 753 a.C a 476 d.C, de ser a metrópole do mundo.

Então, segundo a profecia, se fez noite completa no Ocidente romano.

A idéia parece ser que os astros seriam feridos durante a terça parte do tempo em que brilhavam, e não que a terça parte deles seria ferida de maneira que brilhariam com dois terços do seu brilho. Portanto, uma terça parte do dia e uma terça parte da noite se escureceriam. Esta figura, aplicada às divisões do governo romano, pode descrever a extinção sucessiva dos imperadores, senadores e cônsules.

A queda total da supremacia de Roma no Ocidente, determinada pelos sucessos das quatro primeiras trombetas, trouxe completa nova ordem de coisas à Europa ou ao Ocidente. Surgiram novas formas de governo, novos países, novos líderes políticos, novas leis, novas línguas e novos costumes. Foi, por assim dizer, fundado um novo continente que deu origem à Europa de nossos dias.

É anunciado que as últimas três trombetas seriam mais severas do que as primeiras que já tinham soado. Acontecimentos de conseqüências ainda mais terríveis e maior alcance tomariam lugar. A quinta e a sexta trombetas deram fim ao Império Romano do Oriente, e a sétima trombeta, que ainda não aconteceu, marcará o fim do império mundial dos reinos da força.



Desvendando o Apocalipse: árabes e turcos.

No capítulo anterior, acompanhamos a queda de Roma Ocidental pelos acontecimentos ligados às quatro primeiras trombetas. Agora, no nono, apreciaremos a queda de Roma Oriental ou do que ainda restava daquela dominação. Há muitas informações históricas neste contexto e é preciso seguir a linha do tempo para compreender as revelações que virão nos próximos capítulos.

Vamos entender que as profecias da quinta e sexta trombetas são comprovadamente cumpridas pelos árabes e turcos. Três principais fatores comprovam, sem contestação, que esses povos cumpriram, sem saber, os juízos de Deus descritos nas duas trombetas.
São eles:

1) Os símbolos nelas contidos que somente a esses povos podem ser aplicados;

2) o testemunho histórico que não deixa quaisquer dúvidas de que o islamismo, através dessas duas nações, cumpriu precisamente a profecia;

3) a apresentação profético-matemática referente ao tempo de supremacia desses dois poderes maometanos.

Os árabes enfraqueceriam o Império Romano, causando dano a todos quantos recusassem reconhecer o profeta da Arábia e seus ensinos. Os turcos, porém, atormentariam e matariam “a terça parte dos homens” numa investida de conquista do poder dos bizantinos infiéis ao Islã.

Mas a parte mais gloriosa desta profecia reside no fato de que, ao tempo dos terríveis sucessos dessas duas trombetas, haveria um povo com o “sinal de Deus” “nas suas testas”, pelo que, segundo a revelação, seria protegido pela Providência.

Apocalipse 9:1: “O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra. Foi-lhe dada a chave do poço do abismo.”

Na seqüência das sete trombetas encontramos duas estrelas que caem. A primeira, Átila, como vimos no toque da terceira trombeta, caiu sobre a região dos rios e fontes do Império do Ocidente. Mas esta outra estrela, que nos é apresentada na quinta trombeta, caiu na “terra”, o que indica que as conseqüências de sua queda teriam extensão mundial.

A quinta e a sexta trombetas apontam para o poder maometano. Por isso, indubitavelmente essa estrela representa o fundador do maometismo: Maomé.

Esse líder nasceu no ano 570. Casou-se 15 vezes e teve 11 concubinas. O fundador do islamismo afirmava ter recebido a visita do anjo Gabriel para lhe comunicar a elevada missão para a qual fora escolhido como profeta. Maomé tornou-se chefe político e espiritual da Arábia.

O “poço do abismo” é a descrição do Deserto da Arábia, um lugar de morte. Maomé recebera de seus concidadãos a “chave” da autoridade para exercer o seu poder num caos, ou num ambiente caótico que era a Arábia dos seus dias. O estado em que se encontrava o seu país, ao impor-se como profeta, era realmente lamentável. Não havia governo central. Numerosas tribos com governos próprios, independentes, formavam a nação.

A Arábia, com sua corrupção religiosa oriunda de vários cultos, principalmente a idolatria, era, sem dúvida alguma, “o poço do abismo”, cuja “chave” e autoridade foram entregues a Maomé nos dias em que ele se ergueu ali como pretenso profeta de Allah.

Apocalipse 9:2: “E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.”

Maomé se tornou ditador político e religioso, seguido e adorado por um país inteiro, levando seus súditos ao fanatismo a ponto de matar ou morrer. Esse “fumo” mortífero é a religião maometana que emanou da Arábia. Um “fumo” que escureceu o “sol” da justiça de Cristo e o “ar” do evangelho, pois o ar é um elemento vital para manutenção da vida.

Principais ensinos do Corão:

>> Nega a divindade do Filho de Deus e coloca Maomá acima dEle.

>> Nega a morte expiatória de Cristo e a obra regeneradora do Espírito Santo.

>> Não encara o pecado como tal e a necessidade de perdão como indispensável.

>> Nega, enfim, todo o plano da salvação como revelado no evangelho de Cristo.

Além de ser constituído de preceitos religiosos que contrariam as Sagradas Escrituras, o Corão contém “evocações e promessas do mais requintado sensualismo” “e da poligamia”. Na verdade, a Arábia foi o “poço” que Maomé abriu e de onde emanou sobre o mundo cristão o “fumo” de uma doutrina imoral, inventada, como se fora uma revelação destinada a substituir todos os credos, inclusive o cristianismo.

Maomé morreu em 8 de Junho de 632, aos 63 anos de idade. Quando morreu, quase todos na Arábia eram seguidores de sua religião. Visitar o sepulcro de Maomé é um dos deveres capitais do islamismo. Através dos séculos, seus seguidores o reverenciam e o adoram no seu túmulo como se fosse em realidade profeta de Allah.

Apocalipse 9:3: “E da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra, e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.”

As doutrinas do islamismo se espalharam pelo Oriente Médio, que havia sido anteriormente cristão. Jamais o mundo viu um império e uma religião alcançar em tão pouco tempo espaço territorial tão imenso. Pela rapidez com que agiam, os árabes foram comparados a espessas nuvens de gafanhotos invadindo o Oriente e o Ocidente, na tentativa de propagar pelo mundo inteiro a religião muçulmana.

Pelo sofrimento que causa a ferroada do escorpião, ele simboliza o flagelo. Enquanto os árabes invadiam as nações como enxames de gafanhotos, injetavam, como escorpiões, a doutrina islâmica. Reduzidos economicamente à condição de miséria, despojados de seus bens pelos gafanhotos-escorpiões, os povos submetidos eram picados pela religião.

Apocalipse 9:4: “Foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o selo de Deus.”

As conquistas maometanas duraram até dois séculos depois da queda de Constantinopla, em 1453. Portanto, desde o sétimo até ao décimo sétimo século, havia um povo que, segundo a revelação, tinha “nas suas testas o sinal de Deus”, ou o “selo de Deus”. Na explanação do capítulo sete ficou demonstrado que o selo de Deus é o santo sábado do quarto mandamento da Lei de Deus. A profecia destaca a proteção de Deus em favor dos que tinham o Seu sinal “nas suas testas”, isto é, os que observavam o repouso do sábado.

A ênfase desta profecia, contudo, está no fato de que os muçulmanos deveriam dirigir-se a uma classe de pessoas que não tinham “nas suas testas o selo de Deus”. Enquanto esses sofreriam com os ataques dos exércitos do Islã, aqueles seriam protegidos miraculosamente.

Apocalipse 9:5: “Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.”

Apocalipse 9:6: “Naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles.”

Ainda que os muçulmanos atacassem constantemente Constantinopla, não conseguiram tomá-la, que era o seu objetivo principal. Entretanto, as constantes investidas dos gafanhotos-escorpiões causavam muito dano e tormento, conforme profetizado.

Apocalipse 9:7: “A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra. Sobre as suas cabeças havia como que umas coroas semelhantes ao ouro, e os seus rostos eram como rostos de homem.”

Apocalipse 9:8: “Tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como os de leões.”

A Bíblia revela uma descrição precisa do povo que cumpriria a profecia. “Seus rostos eram como rostos de homens” (os árabes usavam barba). “Tinham os cabelos como cabelos de mulher” (seus cabelos eram longos). “Possuíam coroas de ouro” (esses guerreiros usavam turbantes amarelos ou adereços dourados). “Seus dentes eram como dentes de leão” (eles eram destemidos lutadores e eram movidos pela força irresistível do fanatismo religioso).

Apocalipse 9:9: “Tinham couraças como couraças de ferro, e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.”

Segundo o Corão, um dos dons divinos aos árabes são as couraças. Feitas de ferro e aço, foram difundidas pelos árabes por todo o mundo para propagar a nova religião.

Ao avançarem compactos como as ondas de gafanhotos, usavam as couraças para imitar o ruído das suas asas, semelhante ao barulho de carros puxados por muitos cavalos. O detalhe é tão fiel que parece até que os guerreiros árabes tinham conhecimento da profecia.

Apocalipse 9:10: “Tinham caudas e aguilhões semelhantes às dos escorpiões,e nas suas caudas tinham poder para danificar os homens por cinco meses.”

5 meses x 30 dias = 150 dias proféticos = 150 anos

Nesta parte da História foram os turcos otomanos que se tornaram adeptos do islamismo. Cumpriram essa parte da profecia, relativa ao período de tormento de 150 anos imposto ao governo civil do Império do Oriente. Os turcos arrebentaram a supremacia árabe ao aportarem na Ásia Ocidental.

Início: 27 de Julho de 1299 – Na Batalha de Bafeu, os otomanos invadiram o território do Império do Oriente.

Término: 27 de Julho de 1449 – O último imperador grego, Constantino XII, tomou o trono com a permissão do sultão do Império Otomano.

Apocalipse 9:11: “Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.”

O termo “anjo”, do grego aggelos, é a aplicação não só para designar um anjo real, como também a pessoa com missão religiosa especial. Desse modo, o “anjo do poço do abismo”, chamado também de “rei” do islamismo, é, sem nenhuma dúvida, o próprio Maomé, fundador do islamismo.

“Abadon” e “Apoliom”, do hebraico e grego, cujo significado é “destruidor”, é aplicado aqui a Maomé. Embora tenha inspirado a chamada “guerra santa”, cuja característica principal era a destruição, na verdade, o maior poder destrutivo desse anjo dos maometanos são os seus ensinos contidos no Corão, que encobrem o evangelho de Cristo aos povos árabes e aos demais povos que aceitaram o islamismo.

Apocalipse 9:12: “Passado é já um ai; depois disso vêm ainda dos ais.”

A palavra “ai”, quando utilizada na Bíblia, indica sofrimento. Desse modo, “três ais” significam muito sofrimento.

Apocalipse 9:13: “O sexto anjo tocou a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus,”

Apocalipse 9:14: “a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates.”

Apocalipse 9:15: “E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para aquela hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.”

O altar aqui é o mesmo altar do incenso referido em Apocalipse 8:3. Essa voz só pode ser de quem oficiava junto ao altar de ouro ou do incenso, que é Cristo. Antes do toque da primeira trombeta, Ele aparece junto ao altar do incenso; e, antes do toque da sexta trombeta, Ele ali ainda está oficiando em favor das orações do Seu povo.

Ao invadirem a Ásia Ocidental, os turcos fundaram quatro sultanatos nas imediações do rio Eufrates: (1) Bagdad, em 1055; (2) Icônio, em 1064; (3) Damasco; e (4) Alepo, ambos em 1079. São estes os anjos que deveriam ser soltos no momento do toque da sexta trombeta.

Com a união desses quatro sultanatos, todo o povo turco estava agora unido numa só dinastia – a otomana – e posteriormente num só sultanato, o de Constantinopla.

De acordo com o versículo 15, o poder da Turquia, como nação real, iniciou sua marcha em 27 de julho de 1449, quando Constantino XII reconheceu a supremacia turco-otomana ao submeter sua eleição ao consentimento do sultão. Dessa data em diante, os turcos eram senhores do Império do Oriente, embora faltasse derrubar o pouco dele que ainda restava.

Usando o princípio de que um dia profético equivale a um ano, dá para calcular o tempo dessa profecia. Analisando de trás para diante, temos o seguinte cálculo:

1 ano = 12 meses x 30 dias = 360 dias = 360 anos

1 mês = 30 dias = 30 anos

1 dia = 1 dia = 1 ano

1 hora = 360 dias divididos por 24 = 15 dias

Somando tudo = 391 anos e 15 dias

Esse é o tempo apontado na profecia, segundo o qual a Turquia exerceria, como potência política, o seu poder independente numa das mais estratégicas regiões do mundo civilizado. Acrescentado 391 anos e 15 dias a 27 de julho de 1449, a profecia apontou também que o Império Turco cairia em 11 de agosto de 1840.

A queda de Constantinopla em 29 de maio de 1453 livrou o Ocidente e o Oriente para sempre do longo martírio imposto pelos orgulhosos césares. Visigodos, vândalos, hunos, hérulos, árabes e turcos, exatamente conforme havia determinado a profecia bíblica, fizeram ruir em escombros irreconstruíveis a cruel tirania de uma raça que arruinou o mundo por mais de 16 séculos.

Com a queda de Constantinopla, a Turquia assumiu o comando sobre todo o território do Império Romano do Oriente formado pelos seguintes países: toda a Ásia Menor, Síria, Mesopotâmia, Pérsia, Iraque, Arábia, Palestina, Trácia, Romênia, Bulgária, Hungria, Grécia, Albânia, Bósnia, Sérvia, ilhas do mar Egeu, Creta, além de ter incorporado também a seu império o Egito, a Etiópia e a Líbia. Desse modo, a Turquia matou politicamente a terça parte dos homens ou conquistou todos os seus domínios.

Mas, embora pelo raciocínio lógico humano tudo levasse a crer no contrário, as conquistas turcas tiveram fim. O outrora invicto poder chegou afinal a ponto de desmoronar-se frente às influências das nações européias. Por meio de um documento histórico datado exatamente de 11 de agosto de 1840, o sultão Maomé Ali foi deposto, dando fim ao poderio otomano em Constantinopla, com a incrível exatidão indicada na profecia.

Apocalipse 9:16: “O número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões (miríades de miríades). Eu ouvi o número deles.”

Simboliza um número indefinido muito grande. Miríades é empregado na Bíblia quanto se trata de um número tão grande que não dá para precisar.

Apocalipse 9:17: “E assim vi os cavalos nesta visão: os seus cavaleiros tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre. As cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões, e de suas bocas saíam fogo, fumaça e enxofre.”

Apocalipse 9:18: “Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíram das suas bocas.”

Apocalipse 9:19: “O poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas; pois as suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com elas causavam dano.”

No caso dos turcos, a referência a “couraças” só pode ser simbólica dada a impossibilidade de se fazerem couraças com mescla de fogo, jacinto e enxofre. Mas é fato que três eram as cores que compunham as “couraças” dos guerreiros turcos: (1) fogo, ou cor vermelha; (2) jacinto, ou cor azul; (3) enxofre, ou cor amarela. Eram exatamente essas três cores que predominavam no uniforme do exército turco.

Ferozes e astutos como leões, os turcos demonstraram ser mais desumanos do que os árabes. Os cavalos vomitavam “fogo, fumaça e enxofre”. Sem dúvida, aqui a profecia faz alusão ao emprego de armas de fogo pelos exércitos turcos. Precisamente naquela época é que se iniciara o uso da pólvora e das armas de fogo nas guerras. O resultado da detonação de uma arma de fogo é realmente uma chama de fogo, uma nuvem de fumaça e um cheiro forte de enxofre.

Fogo, fumaça e enxofre são, portanto, as três pragas que os turcos usariam para matar a terça parte dos homens.

Apocalipse 9:20: “Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.”

Apocalipse 9:21: “ Nem se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.”

Uma advertência rejeitada – “Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas”, isto é, pelas armas de fogo da cavalaria turca, são os demais governantes cristãos europeus e seus súditos, aos quais a desolação turca não alcançou. Eles não encararam o terrível ataque turco como um flagelo merecido pelo Império do Oriente, como prêmio por seus pecados e de sua detestável idolatria, que era odiada com ódio mortal pelos maometanos. “Não se arrependeram” do culto dos “demônios”, como é considerada a idolatria pelas Sagradas Escrituras.

Nem tampouco “se arrependeram” dos seus “homicídios”, de suas “feitiçarias”, de suas “prostituições” e “de seus furtos”. Eis o quadro do cristianismo apresentado na profecia! Um cristianismo sem Cristo, odiado de morte pelos conquistadores muçulmanos.

Deus não se agrada daqueles que não aprendem as lições que Seus juízos lhes ensinam. Antes da visão das trombetas sobre os árabes e os turcos, a advertência foi clara – “ai! ai dos que habitam sobre a terra”. Mas o cristianismo nominal daqueles dias do avanço maometano nem fez caso - como hoje também não faz - das advertências do céu.

Nem antes nem depois dos açoites dos árabes e turcos se arrependeu de sua idolatria e de seus homicídios e maldades. O castigo, as “pragas” maometanas, não o induziu a melhorar a conduta e a moralidade. A lição foi desprezada com grave perda para a vida moral e espiritual. E assim caíram os dois Impérios, as duas Romas cristãs – Ocidental e Oriental –; a primeira pelas mãos dos visigodos, vândalos, hunos e hérulos, e a outra, sob o comando muçulmano dos árabes e turcos.

Desvendando o Apocalipse: as duas bestas  13-Parte 1

Apocalipse 13 é um capítulo extenso e repleto de nomes e figuras simbólicas. São muitos detalhes e dados históricos, por isso este estudo será dividido em duas partes. Neste primeiro, vamos tratar até o versículo 11, e no posterior até o fim do capítulo. A palavra “besta” é muito utilizada neste capítulo e para não dar margem a especulações, sua identidade está revelada em Daniel 7:17. Besta significa um poder dominante – civil ou eclesiástico. Todos os detalhes, como veremos, enquadram-se perfeitamente na história de dois poderes.

Apocalipse 12:18: “E o dragão parou sobre a areia do mar.”

É ali que a terra e o mar se encontram. Este capítulo descreve duas bestas, uma que vem do mar e outra que vem da terra.

Apocalipse 13:1: “Eu vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.”

Apocalipse 13:2: “A besta que vi era semelhante ao leopardo e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão. O dragão deu-lhe o seu poder, o seu trono e grande autoridade.”

Em profecia, as águas do mar simbolizam “povos e multidões” (Ap 17:15) e besta, como já dissemos, é símbolo de poder dominante – civil ou eclesiástico (Dn 7:17). O profeta viu levantar-se dentre as nações um poder que sobre elas exerceria o seu domínio. E tudo, em cada detalhe desta revelação, demonstra que essa besta não é um poder civil e sim eclesiástico. Certos pormenores não deixam dúvida de que se trata de Roma papal, como sucessora de Roma pagã.

Leopardo, urso e leão são imagens que já vimos em Daniel 7, quando o profeta descreveu a história política do mundo, ainda por vir. Primeiro o leão (Babilônia), depois o urso (Pérsia), a seguir o leopardo (Grécia) e finalmente a besta de dez chifres (Roma). Todas essas características estão incorporadas nesta besta de Apocalipse 13, demonstrando que a Roma papal possuía características do paganismo dos três reinos anteriores que a precederam. Nesses reinos, o paganismo era a religião oficial.

Os quatro reinos - Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma –, no conjunto, possuíam sete cabeças e dez chifres (o leopardo possuía quatro cabeças, cada um dos outros três animais possuíam uma cabeça, e a quarta besta apresentava dez chifres). Ver Daniel 7. Entre os dez chifres da quarta besta (Roma) surgiu um décimo primeiro elemento, o qual a princípio era um “chifre pequeno”, mas que veio a tornar-se um poder perseguidor poderoso e blasfemo.

O dragão dá à besta o seu poder – “A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira” (2Ts 2:9).

Aqui ocorre a transferência do poder do dragão de Roma pagã para a Roma papal. O dragão – o diabo e Satanás (Ap 12:9) – sempre opera por meio de reinos e instituições terrestres. O antigo Egito, por exemplo, foi comparado ao dragão (Ez 29:3). Quer dizer que o poder humano utilizado pelo dragão continuou o mesmo – o Império Romano – havendo tão somente sofrido uma metamorfose do paganismo declarado para o paganismo cristianizado.

Roma papal foi empossada pelo dragão no trono de Roma pagã, na sede do Império Romano, na cidade de Roma. Isso prova ter o dragão dado à besta o seu trono, ou o espaço físico de seu domínio; seu poder representado nas sete cabeças romanas e seu grande poderio ou domínio representado nos dez chifres, ou a Europa.

Realmente Constantino deu o seu trono para o papa. O trono dos césares foi deixado vago. Foi nessa vaga que o papado se assentou. Aqui estão as palavras de um escritor católico: “E piedosamente subindo ao trono de César, o vicário de Cristo tomou o cetro diante do qual imperadores e reis da Europa se curvariam em reverência por muitas eras” (American Catholic Quarterly Review, abril de 1911).

Outros imperadores também outorgaram poder ao papado. Passo a passo, o Império Romano (o grande dragão vermelho) deu grande autoridade à igreja (a besta com corpo de leopardo), com o clímax ocorrendo em 538, quando os exércitos do império expulsaram os ostrogodos de Roma, o que iniciou o período de 1.260 anos.

Desse modo, o símbolo da besta representa o papado, que sucedeu o poder, trono e poderio mantidos pelo antigo Império Romano.

Apocalipse 13:3: “Então vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas a sua chaga mortal foi curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta,”

Apocalipse 13:4: “e adoraram o dragão que deu à besta a sua autoridade, e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?”

A cabeça que foi ferida de morte era a cabeça do papado. Em 1798, durante a Revolução Francesa, sob ordens de Napoleão, o papa Pio VI foi preso pelo general Alexander Berthier. Em 1929, Benito Mussolini assinou um tratado devolvendo as terras ao Estado do Vaticano. Conforme a profecia, estava restaurado o poder temporal do papado. A ferida mortal de 1798 já estava cicatrizada.

Embora restaurado ao poder temporal em 1929, o papado jamais se conformou com apenas 44 hectares que compreendem o Estado do Vaticano. Mas nem mesmo com a Europa inteira, seu antigo domínio, se conforma o papado. As pretensões vão muito além. Reza a profecia que o papado almeja o domínio de “toda a Terra”, a totalidade do globo, todas as nações.

Sentado no trono de um Estado, o menor do mundo, é o papa um soberano mundial cujos súditos espirituais se encontram em todas as nações da Terra. Assim, já podemos dizer, em parte, que “toda a terra se maravilhou seguindo a besta”. Tempo virá, porém, em que a profecia se cumprirá em toda a sua plenitude, e o poder temporal do papado será exercido em toda a Europa, como fora exercido no passado, e estender-se-á aos países católicos da América e de outros continentes.

Não podendo receber Satanás uma adoração direta do mundo, recebe-a indiretamente por intermédio da besta. Satanás não poderia ter empregado idéia mais enganadora do que esta de receber homenagens de adoração do mundo através de um poder denominado cristão. Este é o perigo da adoração da besta “semelhante ao leopardo”.

Adorar um poder que recebeu autoridade do dragão significa cometer grave pecado contra Deus e o Céu. No entanto, o papado, na pessoa de seus pontífices, não só pretende adoração como a tem recebido de milhões de adeptos grandes e pequenos. Todo mundo sabe que o papado e também seu clero em toda a Terra exigem e recebem a adoração que só a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo pertencem de direito.

De outro lado, multidões adoram Roma papal, obedecendo a suas leis e dogmas. A um decreto seu, os expedientes governamentais, em toda a Terra, fecham suas portas, como também o comércio e a indústria detêm suas transações. As instituições de ensino, mesmo as protestantes, cerram suas portas. Sim, respeitando seus dias santificados, a Terra, em grande parte, está homenageando e curvando-se aos pés da besta.

“Quem é semelhante à besta?” Este é o desafio dos adoradores da besta. Jamais existiu outro poder comparável ao do papado, nem o dos soberanos das nações. O poder do papado é tão maior do que o das nações que exerce sua influência sobre elas. Os súditos do Vaticano são os próprios súditos das nações do mundo. Centenas de milhões de habitantes da Terra são mais fiéis a Roma do que às suas próprias nações. Por isso os seus adoradores orgulham-se em dizer: “Quem é semelhante à besta?”

“Quem poderá batalhar contra ela?” Esta pergunta é um desafio dos adoradores da besta a seus adversários. Nenhum poder terreno destruirá jamais o poder papal. Esse poder não cairá jamais pelo braço do homem. Porém, sua queda irreversível é apenas uma questão de tempo. Sua derrocada virá de cima, inesperada e segura. Deus logo ajustará contas com o poder que usurpou o Seu nome. O mundo vai se ver livre da intolerância do poder da besta “semelhante ao leopardo”.

O papado e a democracia – O papado não é uma democracia nem mesmo no seu Estado. Numa democracia, o soberano é eleito pelo povo de seu Estado para se tornar governante. Não se dá isso com o soberano do Vaticano. O papa, em seu Estado, não é eleito pelo povo católico. Este não comparece às urnas para elevá-lo ao trono. Nenhum católico do mundo, exceto os cardeais, elege o seu pontífice. O que o papa estabelece é executado. Ele domina suas consciências. E quando o futuro restaurar completamente o seu domínio temporal, e ainda muito mais ampliado, veremos coisas e leis espantosas demandarem a Terra procedentes do trono de Roma.

Apocalipse 13:5: “Foi-lhe dada uma boca para proferir arrogâncias e blasfêmias, e deu-se-lhe autoridade para continuar por quarenta e dois meses.”

Apocalipse 13:6: “E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do Seu nome, e do Seu tabernáculo e dos que habitam no céu.”

Se as palavras arrogantes da besta atingissem apenas os seus iguais na Terra e os seres celestiais comuns, isto ainda não seria tão grave. Porém, suas mais ofensivas palavras são dirigidas “contra Deus, para blasfemar do Seu nome, e do Seu tabernáculo”.

Os 42 meses proféticos da dominação temporal do papado equivalem a 1.260 anos (42x30=1.260), que foram contados da derrota dos ostrogodos em Roma (538), até a ferida mortal da Revolução Francesa (1798). Vemos assim que no ano 538 o catolicismo foi estabelecido por Justiniano como religião oficial do Estado, sendo proibidas todas as outras religiões. O bispo de Roma foi declarado o cabeça de todas as igrejas. O paganismo cedeu lugar ao papado. O dragão deu à besta “o seu poder, o seu trono e a sua autoridade”. E começaram então os 1.260 anos da opressão papal.

Na verdade, uma blasfêmia só pode mesmo ser dirigida contra Deus. Em primeiro lugar, diz a profecia que a besta profere blasfêmias contra o nome de Deus. E quando é que um ser mortal blasfema do nome de Deus? Nos evangelhos encontramos uma indicação muita clara do que seja blasfemar contra o nome de Deus. Num dos debates entre Cristo e os judeus, estes Lhe responderam: “Não Te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo” (Jo 10:30-33). A acusação dos judeus contra Jesus era falsa porque Ele realmente era e é Deus. Mas, quando um homem se intitula Deus e assume as prerrogativas de Deus e os títulos relativos à divindade, isso constitui verdadeiramente uma blasfêmia.

Há no direito canônico papal uma proposição que estabelece: “O papa romano não ocupa o lugar de um mero homem, senão o do verdadeiro Deus neste mundo. ... O papa tem tão grande autoridade e poder que pode mesmo modificar, explicar ou interpretar as leis divinas.”

Quando a igreja de Roma se arroga perdoar pecados de vivos e mortos, em desacordo com o ritual do templo celestial onde os pecados são perdoados somente pelo Filho de Deus, isso também é blasfêmia. Essa atitude desmantela a obra mediadora de Jesus no santuário e significa blasfemar “do Seu tabernáculo”.

Apocalipse 13:7: “Também foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los. E deu-se-lhe poder sobre toda tribo, língua e nação.”

Aos que o papado perseguiu taxando-os de hereges, a profecia de Deus chama-os de santos. Logo que se iniciaram os 1.260 anos de supremacia temporal do despotismo papal, os cristãos foram obrigados a optar entre renunciar a sua integridade e aceitar as cerimônias e cultos estabelecidos pelo papa, ou passar a vida nas masmorras, sofrer a morte pelos instrumentos de tortura ou pela fogueira.

Desencadeou-se a perseguição sobre o povo de Deus com maior fúria e o mundo se tornou um campo de batalha. Durante séculos a igreja de Cristo encontrou refúgio no isolamento e obscuridade. Diz a profecia: “A mulher [igreja] fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada por mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12:6).

Os governos europeus, os quais se aliaram ao papado e estiverem sob seus pés por 1.260 anos, consentiram e ajudaram-no a massacrar os seus povos em favor de Roma.

Apocalipse 13:8: “E todos os que habitam sobre a terra a adorarão, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.”

Apocalipse 13:9: “Se alguém tem ouvidos, ouça.”

Apocalipse 13:10: “Se alguém deve ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém deve ser morto à espada, necessário é que à espada seja morto. Nisto repousa a perseverança e a fidelidade dos santos.”

Em outras palavras, quem ainda tem consciência, ouça a advertência e abandone Roma e ponha-se sem temor ao lado da verdade divina.

Quando o papa foi levado prisioneiro por Berthier, essas palavras foram cumpridas. O papado tinha feito milhões de cativos e aprisionados, e agora ele mesmo estava indo para o cativeiro. No futuro, outra espada predita cairá sobre o mesmo poder opressor, então para eliminá-lo para sempre do mundo.

Apocalipse 13:11: “Então vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão.”

A primeira besta, o papado, surgiu do mar, ou seja, de uma região onde havia muitas nações e povos. Portanto, a segunda besta que subiu “da terra” e não do mar, surgiu de um território desocupado e deserto. Uma região da Terra onde ainda não havia povos e nações.

Que poder surgiu de forma pacífica (longe de povos e nações) ao tempo em que o papado recebeu o golpe mortal dos revolucionários franceses em 1798? A Europa, Ásia e África não só eram continentes habitados como sacudidos por guerras, não preenchendo os requisitos de territórios desertos e pacíficos de onde deveria surgir a segunda besta desta profecia. Na continuação do estudo deste capítulo vamos descobrir quem é este poder.

Desvendando o Apocalipse:a imagem da besta  13-Parte2

Em 1492, Cristóvão Colombo aportou no continente americano, descobrindo-o para o resto do mundo. Foi inquestionavelmente na América solitária que se ergueu a nova besta, o novo poder que iria ter extraordinária influência sobre o planeta.

Apocalipse 13:11: “Então vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão.”

Chifres, em Daniel e Apocalipse, são símbolos de poder governamental. Esta besta de dois chifres como de cordeiro usa seu poder governamental de uma maneira gentil, quase cristã. Os chifres não têm coroas como o grande dragão vermelho (Romã pagã) e a besta com corpo de leopardo (Roma papal). Isso indica que não haverá nem papa, nem rei, mas um poder democrático. O fato de ter dois chifres, neste caso, pode ser uma alusão às duas características principais dos Estados Unidos: a liberdade civil e a liberdade religiosa.

Há três poderes religiosos no mundo. O paganismo abrange todas as nações não cristãs, o que compreende mais da metade da população da Terra. O catolicismo pertence a nações que compõem uma grande parte da cristandade e o protestantismo é outro grande poder religioso.

A profecia fala sobre uma nação que representa um forte poder religioso, que não é nem o paganismo nem o cristianismo, e que é representado por uma besta com dois chifres e que emerge da Terra.

Um governo fala por meio de suas leis. De acordo com esta profecia, podemos estar preparados para enfrentar perseguições. O dragão foi um perseguidor implacável da igreja. O leopardo, que veio a seguir, também foi um poder perseguidor que ceifou a vida de milhões de cristãos durante os 1.260 anos. Quando esta besta fala como um dragão, isso quer dizer que sua natureza muda de cordeiro para dragão, e que ela faz o mesmo tipo de obras do dragão que veio antes dela.

A “fala” da nação são os atos de suas autoridades legislativas e judiciárias. Quais serão os atos dos Estados Unidos através de seus dois órgãos – legislativo e judiciário – que representarão a voz do dragão? Antes de tudo, tenhamos em vista que, em outros textos do Apocalipse, a besta semelhante a cordeiro é identificada como o “falso profeta” (Ap 16:13; 19:20 e 20:10). E um falso profeta, segundo as Sagradas Escrituras, tem a pretensão de falar e ensinar matéria de religião em nome de Deus, quando em verdade sua mensagem é falsa. É em matéria de religião, portanto, que os Estados Unidos falarão, futuramente, “como o dragão”, através de suas autoridades legislativas e judiciárias.

Apocalipse 13:12: “Exercia toda a autoridade da primeira besta na sua presença, e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada.”

A primeira besta da visão é o papado. Portanto, a autoridade que a besta de dois chifres irá exercer é o poder religioso arbitrário sobre as consciências. Chegará a ponto de exercer o poder perseguidor do papado contra todos quantos não se puserem em harmonia com seus ensinos em matéria de religião. E esse poder opressor será exercido pelos Estados Unidos na presença do papado.

A profecia anuncia aqui a união dos Estados Unidos, como nação protestante, com o papado romano. O tempo se encarregará dessa união. Não haverá como deter o poder cada vez mais crescente do catolicismo nos Estados Unidos. Uma nação capaz de fazer com que “todas” as pessoas façam alguma coisa – com exceção unicamente dos seguidores de Deus – tem de ser necessariamente um país poderoso, um líder mundial.

A declaração de que “a terra e os que nela habitavam” deverão adorar a primeira besta indica que a autoridade desta nação deve ser exercida pela imposição de alguma observância de natureza religiosa em homenagem ao papado. Somente em flagrante violação das garantias constitucionais de liberdade religiosa da nação norte-americana poderá qualquer observância religiosa ser imposta pela autoridade civil. Mas a incoerência desse procedimento está contida no símbolo profético. Afinal, não é a besta semelhante ao cordeiro que fala como dragão?

Assim é que a nação norte-americana quebrará logo a barreira constitucional que diz respeito à liberdade religiosa, para exaltar o papado e perseguir os verdadeiros seguidores de Cristo. Leis serão promulgadas pelo Congresso norte-americano em exaltação do papado e seus dogmas.

O Congresso e o presidente provavelmente não decretarão a legislação inicial com o intuito de atingir a minoria que guarda os mandamentos de Deus, do mesmo jeito que Nabucodonosor não ergueu sua imagem de ouro com o propósito de lançar na fornalha os três amigos de Daniel. O rei até mesmo concedeu àqueles homens a oportunidade de modificarem sua postura. Porém, quando os três jovens hebreus responderam bravamente: “Não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste”, a ira do rei não conheceu limites (Dn 3:18).

Apocalipse 13:13: “E fez grandes sinais, de maneira que até fogo fazia descer do céu à terra, à vista dos homens.”

Em Apocalipse 16:13 e 14 é enfatizado que da boca do falso profeta, o protestantismo apostatado, como também da boca do dragão e da boca da besta, saem “espíritos imundos” ou “espíritos de demônios que fazem prodígios”. Em Apocalipse 19:20, é dito que o falso profeta “fizera os sinais, com que enganou...” Assim, os “grandes sinais” incluindo até “fogo descer do céu”, são obra exclusiva de demônios por meio da besta que subiu “da terra”, cujo objetivo é enganar as pessoas. Trata-se, portanto, de um poder sobrenatural que opera sob o controle de demônios enganadores.

Que poder é esse? O espiritismo. Basta que a besta de dois chifres fale “como o dragão” – Satanás – para que nos certifiquemos de que todos os seus atos, que cumprem a profecia, sejam atos do próprio dragão e seus demônios expulsos do Céu.

Verificou-se no Jardim do Éden a primeira sessão espírita havida na Terra. A serpente era o médium e o espírito que por ela atuara era Satanás. Não era possível que um espírito de morto atuasse através do animal porque ninguém ainda havia morrido na Terra. Porém, em Apocalipse 12:9 temos a certeza de que Satanás foi o agente enganador invisível.

Apocalipse 13:14: “Por causa dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da besta, enganava os que habitavam na terra, e dizia-lhes que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia.”

A imagem da besta deverá ser feita pela besta de “dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” – os Estados Unidos. O fato de o versículo seguinte (15) dizer que a “imagem da besta” ao ser feita falará e matará é evidência de que não se trata, como alguns entendem, de uma imagem do culto do catolicismo.

Segundo Apocalipse 15:2, a “imagem da besta” é um poder contra o qual sairão vitoriosos os que estarão afinal no mar de vidro, significando que, para saírem vitoriosos, terão que lutar contra ele. Trata-se, portanto, a “imagem da besta” a ser formada pelos Estados Unidos verdadeiramente de um poder perseguidor vindo da união da Igreja com o Estado.

Segundo a profecia, a “imagem da besta” será realizada nos Estados Unidos como uma homenagem a Roma, em virtude de se propor exaltar o “sinal da besta” – o domingo – por uma lei constitucional. Assim, o protestantismo apostatado e o catolicismo conjugam suas forças num desmedido esforço marchando juntos para a consecução da “imagem da besta” em homenagem ao papado romano.

Apocalipse 13:15: “Foi-lhe concedido também que desse fôlego à imagem da besta, para que ela falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.”

Como a “imagem da besta” é a união entre a Igreja e o Estado, em que a Igreja faz do Estado o seu servo, a Igreja terá o poder para falar e o Estado, o dever de executar o que ela fala. Ou podemos dizer também que o Estado falará não mais como um Estado civil livre, mas como um Estado religioso opressor que é a “imagem da besta”. É isto o que quer dizer: “E foi-lhe (ao Estado pelo dragão) concedido também que desse fôlego à imagem da besta, para que ela falasse”, e falasse como dragão.

Sobre isto a profecia é muito evidente. A “imagem da besta”, revestida do poder da própria nação, falará contra os que se lhe oporem, isto é, contra aqueles que protestarão contra a união da Igreja e Estado. Sua fala contra eles será de morte, dada a fidelidade deles aos mandamentos de Deus e a recusa da aceitação da “imagem da besta” e de suas imposições.

Mas nenhum dos servos de Deus há de morrer pelas sentenças da “imagem da besta”. Deus os protegerá de modo a não lhes cair um só fio de cabelo. Serão protegidos pelas legiões de santos anjos celestiais, pelo que não será executada contra eles a sentença de morte em razão da lealdade que manifestam à lei de Deus e ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles, reza a profecia, sairão “vitoriosos da besta, e da sua imagem” (Ap 15:2). Esse futuro tempo será para eles a “angústia de Jacó” e não morte de Jacó, pois este não morreu em sua angústia.

Apocalipse 13:16: “E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na testa,”

Apocalipse 13:17: “para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”

Em harmonia com o exposto acima, o “sinal da besta” é o sinal do papado, que é a “besta”. Portanto, como o papado é um poder religioso, seu sinal deve ser necessariamente uma instituição religiosa sua por meio da qual pretenda ser reconhecido no mundo como autoridade suprema.

O apóstolo Paulo descreve o papado, na pessoa do papa, como “homem do pecado” que se arroga o direito de supremacia “contra tudo o que se chama Deus” ou revela o nome de Deus, “se adora” e se assenta “no templo de Deus”, a igreja, “querendo parecer Deus” (2Ts 2:3, 4). Desse modo, pretende o papado destronar a Deus e ser olhado por toda a igreja como autoridade em lugar de Deus e acima de Deus, pois o apóstolo revela que ele se exalta “contra tudo o que se chama Deus”.

Quando um poder pretende ter derrubado outro poder, trata imediatamente de modificar a lei daquele a quem destronou, por meio da qual ele exercia a sua autoridade. Estabelece então outra lei ou Constituição que revele a sua autoridade como novo soberano vencedor. E foi precisamente isso que o papado procurou realizar para exaltar a si mesmo acima de Deus, como usurpador dos direitos de Deus.

Referindo-se às suas pretensões, o profeta Daniel menciona três coisas que o papado faria ao colocar-se acima de Deus:

1) “Proferirá palavras contra o Altíssimo.”
2) “Destruirá os santos do Altíssimo.”
3) “Cuidará em mudar os tempos e a lei” (Dn 7:25).

Analise a lógica profética sobre um poder usurpador:

1) Fala contra o poder que derrubou.
2) Persegue e elimina os súditos do poder derrubado, se não simpatizarem com a nova ordem.
3) Muda a lei ou a Constituição do poder vencido. E não foi nada mais do que isso que o papado fez em relação a Deus.

Dos três pontos, porém, o que a profecia mais destaca é o que trata da lei em que é dito que o papado cuidará em mudar os tempos e a lei. A lei que o papado cuidaria em mudar não pode ser outra senão a lei de Deus. Pois jamais poderia ele exercer o despotismo religioso e colocar-se acima de Deus a menos que alterasse a lei divina, afastando dela a autoridade de Deus. Enquanto Daniel profetizara que o papado cuidaria em mudar a lei de Deus, nós hoje vemos a profecia cumprida.

Assim o cristianismo tem duas leis – a lei original, escrita pelo dedo do Criador, e a lei adulterada pelo papado. A lei de Deus, que é a expressão do Seu próprio caráter, requer a obediência de Seus fiéis seguidores. A lei papal, que emana de Roma, exige fidelidade à vontade do papa. Ambos, o Deus do Céu e o deus de Roma exigem obediência às suas leis. A lei a que os homens obedecem revela o Deus que eles adoram e servem.

Para que Deus não continuasse mais a reinar na Terra e sim o papado, era imprescindível que este poder afastasse da lei de Deus o preceito que expressa a Sua suprema autoridade e o substituísse por outro que revelasse, na lei, a suprema autoridade papal. E, na lei de Deus, o preceito que expressa a Sua autoridade como legislador e soberano nos Céus e na Terra é o quarto mandamento. Inquestionavelmente, o quarto mandamento, que ordena a santificação do sábado do sétimo dia, contém, por suas próprias expressões, a assinatura de Deus como legislador do Decálogo.

Todo homem que acata o sábado como dia de repouso divino e o observa conforme a ordenança do quarto mandamento, homenageia a Deus como Criador e O reverencia como seu Deus a quem unicamente adora e serve na Terra.

Para que o papado pudesse colocar-se acima de Deus e o seu pontífice pretendesse ser deus na Terra, é evidente que deveria abolir especialmente o quarto mandamento que ordena a santificação do sábado do sétimo dia e apresenta a Deus como Criador, e substituí-lo por outro dia de repouso semanal que designasse, não mais ao Criador como legislador da lei e supremo Deus nos Céus e na Terra, mas sim ao papa ou ao papado como “deus deste mundo” ou substituto de Deus entronizado em Roma.

E, posto que a Bíblia chamada católica, a Vulgata, conserve intacto o quarto mandamento ordenando o repouso do sétimo dia, temos nos catecismos autorizados da Igreja Católica uma lei, neles denominada de lei de Deus, em que o dia do repouso semanal original não é mais apresentado como dia de repouso. O primeiro dia da semana é definido nos catecismos como dia de repouso substituto do sábado do sétimo dia. E essa mudança do dia de repouso é expressamente confessada por autoridades católicas como obra real do papado em evidência de sua autoridade.

Na transferência do repouso semanal do sábado do sétimo dia para o primeiro dia da semana, o papado não fez nada mais nem menos do que substituir o sinal da autoridade suprema de Deus pelo sinal de sua própria autoridade como um falso deus sobre a Terra. Daí o domingo, na lei modificada do catecismo católico, ser o sinal do papado e como tal o “sinal da besta”.

É bom repetir que a “besta” é o papado e que a “imagem da besta” são os Estados Unidos. Agora tudo está claro diante de nós. Ao ser alterada a Constituição norte-americana e o protestantismo apostatado tornar-se religião oficial do Estado, então a igreja obrigará o Estado a impor pela lei o “sinal da besta” papal, isto é, a observância obrigatória do domingo.

Perceba que o movimento do protestantismo norte-americano visa ao mundo inteiro. Nisso vemos o cumprimento da profecia, pois reza ela que a besta de dois chifres induzirá a “todos os que habitam sobre a terra” a fazer uma “imagem à besta” pela exaltação do seu sinal.

Para a “imagem da besta” será indiferente estar o sinal na mão direita ou na testa; o que lhe importa é que todos ostentem a marca da apostasia papal.

A mão direita é a mão da ação e a grande massa da nação submeter-se-á à imposição do repouso obrigatório do domingo simplesmente por consideração de comodidade ou conveniência pessoal, sem com isso reconhecer nenhum fundamento religioso, mas dando, desse modo, indiretamente, o seu apoio a uma instituição religiosa e aceitando implicitamente a autoridade da besta imposta por sua imagem. Esses receberão o sinal na sua mão direita com a qual, indiretamente, apóiam as pretensões da besta e sua imagem.

A outra classe será constituída pelos que espontaneamente se hão de submeter às suas imposições, mas pelo coração e pelo entendimento, crendo estar servindo e apoiando uma causa justa. Estes estarão identificados com a doutrina e por ela com o caráter da besta, tanto pelo coração como pela inteligência, e terão o sinal em suas testas.

Portanto, por convicção ou não, todos serão obrigados, pelo protestantismo e Estado irmanados, a receber o “sinal da besta”. Quando tudo isso suceder, em breve, na América protestante agora livre ficará assentado com toda a evidência que o ponto característico especial da besta e de sua imagem é a violação dos mandamentos de Deus.

Os protestantes estão abrindo a porta para o papado a fim de readquirir na América protestante a supremacia que perderam no Velho Mundo.

Os cristãos das gerações passadas observaram o domingo supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, que crêem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade.

Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem.

Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma – “o sinal da besta”. E somente depois que esta situação estiver plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber “o sinal da besta”.

Mas ninguém deverá sofrer a ira de Deus antes que a verdade se tenha apresentado à consciência, e haja sido rejeitada. Há muitos que nunca tiveram oportunidade de ouvir as verdades especiais para este tempo. A obrigatoriedade do quarto mandamento nunca lhes foi apresentada em sua verdadeira luz. Aquele que lê todos os corações e prova todos os intuitos, não deixará que pessoa alguma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto ao desfecho da controvérsia. O decreto não será imposto ao povo cegamente. Cada qual receberá luz bastante para tomar inteligentemente a sua decisão.

Temos assim que “o sinal da besta” e o sinal de Deus só serão impostos quando o mundo for logo esclarecido de toda esta questão, como se acha predito em Apocalipse 18:1-4.

Apocalipse 13:18: “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem. O seu número é seiscentos e sessenta e seis.”

O versículo anterior diz que a “besta” tem um nome e que seu nome encerra um número. Para encontrarmos o seu número é imprescindível saber antecipadamente o seu nome. Sendo a “besta” um poder, é evidente que o seu nome deve ser um título representativo do seu poder empregado pelo homem que a representa.

Quer dizer ainda que esse homem e a “besta” que ele representa, pertencem a uma nacionalidade cujo sistema numeral é exemplificado em letras do seu próprio idioma (algarismos romanos). É assim que o número do seu nome é encontrado nas letras do seu nome.

O homem, cujo nome revela o título do papado, é o seu representante pessoal – o papa. Há muitos nomes e títulos arrogados pelo papa, mas o mais significativo deles é “Vicarivs Filii Dei”, que significa “Substituto do Filho de Deus”.

O número do seu nome:

V I C A R I V S F I L I I D E I

5 + 1 + 100 + 0 + 0 + 1 + 5 + 0 0 + 1 + 50 + 1 + 1 500 + 0 + 1 =

112 + 53 + 501 = 666

A profecia diz que o “número da besta” é o “número de um homem”, o que revela que o poder papal não é divino ou de instituição divina, como ele pretende que seja, mas exclusivamente humano. O capítulo 13 de Apocalipse revela peculiaridades distintas do poder perseguidor. No próximo estudo, vamos conhecer características daqueles que serão perseguidos, ou seja, os verdadeiros adoradores de Deus.



Desvendando o Apocalipse: as três mensagens: Cap14

O capítulo 14 trata de três assuntos principais: os 144 mil na glória, a tríplice mensagem angélica e a intervenção do Céu na Terra. Os detalhes deste capítulo dentro de suas divisões são de suprema solenidade. São eles: (1) Predição da restauração do evangelho eterno num movimento mundial e o anúncio da chegada da hora do juízo; (2) a denúncia da queda da Babilônia espiritual ou do falso cristianismo; (3) a mais grave e solene advertência jamais feita aos mortais contra a adoração da besta, de sua imagem e a recepção de seu sinal; (4) evidencia-se um povo que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus; (5) é referida a colheita da Terra pela segunda vinda de Cristo; (6) o juízo de Deus é executado no símbolo das uvas que são pisadas no lagar da Sua ira.

Apocalipse 14:1: “Então olhei e vi o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai.”

De tudo quanto se diz sobre os 144 mil neste capítulo e nos capítulos sete e décimo quinto, temos muitas razões para crer que eles constituem os justos que estarão vivendo na Terra por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles são um grupo especial que foi selado com o “selo do Deus vivo”. Foram congregados de todas as nações.

O nome “Deus Criador” contido no mandamento do sábado é também aplicado ao Filho de Deus visto que Ele também é Deus e Criador dos Céus e da Terra. Assim, terão os 144 mil em suas testas o nome do Cordeiro e o nome do Pai.

O monte Sião é citado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento como o trono de Deus.

Apocalipse 14:2: “E ouvi uma voz do Céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão. A voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam com suas harpas.”

A voz dos 144 mil triunfantes do monte Sião.

Apocalipse 14:3: “E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. Ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que tinham sido comprados da terra.”

Os 144 mil cantarão um “novo cântico” que está bem esclarecido no capítulo quinze. Este é um novo cântico, pois registra uma nova experiência. Ninguém senão os 144 mil, em toda a eternidade, poderá aprender esse novo cântico, pois será o cântico que expressará uma experiência pela qual jamais alguém terá passado em tempo algum além deles. E isso prova que todos os 144 mil terão idêntica experiência em um tempo único, definido, como relata Apocalipse 15:2-3.

Apocalipse 14:4: “Estes são os que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro.”

Mulher, em profecia, significa igreja. Em Apocalipse 17:5, temos o quadro de uma mulher impura com suas filhas, as quais participam de sua mesma natureza corrompida. Esta mulher é chamada “Mistério, a Grande Babilônia”.

As “mulheres” desta profecia são figuras das igrejas caídas, do mundo cristão, com as quais os 144 mil não estarão contaminados ou não terão com elas relação alguma no momento da segunda vinda de Cristo. Não quer dizer que nunca pertenceram antes a igrejas caídas. Lemos no capítulo dezoito que Deus faz um forte apelo a Seu povo, enganado, que está ainda na Babilônia espiritual, ou nas igrejas caídas, para que saia dela a fim de não participar de seus pecados. Ao deixar Babilônia, em atenção ao chamado de Deus, escapam da contaminação das falsas “mulheres” ou das falsas igrejas. Dessa maneira, uma vez desligados das igrejas corrompidas, eles serão “virgens”, pois não estarão praticando o adultério espiritual.

A igreja que estará esperando o retorno do Mestre é descrita como dez virgens (Mt 25:1-13). São virgens porque têm a fé pura. Guardam os dez mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus (Ap 14:12). As “lâmpadas” nas mãos das virgens são símbolo da Palavra de Deus (Sl 119:105). Mas não basta possuir a lâmpada; é preciso ter também o óleo – uma profunda experiência cristã que vem por meio da presença do Espírito Santo de Deus.

Apocalipse 14:5: “Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis.”

Não se achou “mentira” em seus lábios. Não revelaram qualquer intimidade com a falsa mãe Babilônia e suas filhas prostitutas. Não adoraram a besta e sua imagem. Eles “não amaram a própria vida” “mesmo em face da morte” (Ap 12:11). Eles seguem a Cristo sem medo da morte. Eles O seguem na prosperidade e na adversidade, na alegria e na tristeza, na perseguição e no triunfo. Eles rejeitaram toda falsa doutrina e proclamaram a verdade de Deus. Na sua boca não se achou engano. Eis o caráter daqueles que hão de ser eternos.

Apocalipse 14:6: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo.”

Simbolizando uma mensagem ou um mensageiro, este primeiro anjo representa um movimento de âmbito mundial; não alguma mensagem nova, mas a mesma mensagem do passado.

Deus sempre teve apenas um único evangelho. O evangelho eterno nunca muda. Ele foi anunciado primeiro no Éden (Gn 3:15), depois para os filhos de Israel (Hb 4:1-2), e é proclamado de novo a cada geração.

No capítulo oito do livro de Daniel, está bem assentada a profecia de que Roma papal lançaria por terra a pura verdade do evangelho e que a trocaria pelas tradições de homens sem Deus. E essa ação da igreja de Roma determinou a apostasia do cristianismo que redundou no surgimento do “homem do pecado” que se assenta “como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”, decretando dogmas religiosos em substituição aos do “evangelho eterno” de Deus.

Também o protestantismo, que pretende ter-se afastado de Roma, tem aviltado de igual maneira a Bíblia, introduzindo novos erros em lugar do evangelho eterno. Porém, o primeiro anjo, “voando pelo meio do Céu”, a representar um movimento de Deus nestes últimos tempos, anuncia a restauração do “evangelho eterno”.

O aviso do primeiro anjo

Apocalipse 14:7: “Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória, porque é chegada a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas.”

O que significa temer a Deus? “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (Ec 12:13).

A declaração atesta haver um tempo pré-definido em que a hora do juízo chegaria. A mensagem do juízo seria proclamada no mundo imediatamente ao chegar o “tempo do fim”, em 1798. Dessa data em diante, poderíamos esperar o anúncio da chegada da hora do juízo. Além disso, a hora do juízo chegaria quando o “evangelho eterno” fosse proclamado por meio de um grande movimento mundial “a toda nação, e tribo, e língua, e povo”, o que só poderia ser possível com o concurso da ciência, segundo anunciara o profeta (Dn 12:4). Desde o ano de 1844, segundo o profeta Daniel, teve início o juízo no Céu.

Enquanto no Céu, no santuário de Deus, se processa o juízo desde 1844, na Terra a mensagem do primeiro anjo adverte os homens sobre a sua realidade.

Em seu sermão em Atenas, Paulo disse que Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um Varão que destinou e creditou diante de todos” (At 17:31).

Os que aceitam o “evangelho eterno” se distinguem dos demais ditos cristãos, exatamente por obedecerem aos mandamentos da lei de Deus. Sabem que não estarão obedecendo ao evangelho eterno desprezando esses mandamentos. Sabem que não serão perdoados, se insistirem na transgressão da lei divina, que é a norma do juízo pela qual serão afinal julgados.

É unicamente o quarto mandamento do Decálogo que aponta “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Êx 20:8-11). O mandamento do sábado foi estabelecido por Deus com um propósito claramente definido, isto é, para que o homem se lembre perpetuamente de que Deus é o Criador do Céu, da Terra, do mar e de tudo quanto neles há. É pela observância do sábado que Deus espera ser reconhecido e adorado pelos habitantes do mundo como Criador, mantenedor e doador de todas as coisas. Antes do fim do mundo e da segunda vinda de Cristo, a partir de 1844, esta verdade deveria ser restabelecida na Terra segundo a profecia.

Em 1856, quando o “evangelho eterno” já estava sendo anunciado ao mundo havia doze anos por um povo remanescente especial, e Deus sendo dado a conhecer como Criador, surgiu Charles Darwin com o seu livro A Origem das Espécies, no qual contraria abertamente a doutrina criacionista do quarto mandamento da lei de Deus e do evangelho de Cristo.

Uma vez que o registro bíblico da Criação está sendo contrariado e uma vez que o sábado de Deus, um sinal do Seu poder criador, foi posto de lado pela humanidade em geral, é vital que todas as pessoas, em todas as partes, sejam alertadas sobre essa questão crucial que tem a ver com a verdadeira adoração.

A mensagem do primeiro anjo: (1) abrange todas as pessoas; (2) chama o ser humano para adorar a Deus (guardar os Seus mandamentos); (3) anuncia a hora do juízo divino; (4) chama o povo para adorar o Criador (guardar o sábado).

O aviso do segundo anjo

Apocalipse 14:8: “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.”

A palavra Babilônia, ou Babel, quer dizer confusão. Ela teve sua origem com a cidade e a torre que o povo tentou construir na terra de Sinar, depois do Dilúvio. Foi lá que as línguas do mundo foram confundidas. É um símbolo adequado para as igrejas populares e seculares, com suas centenas de diferentes seitas e doutrinas contraditórias. Apocalipse 12 fala sobre a mãe verdadeira, a igreja pura. Babilônia também é uma mãe; ela é chamada “a mãe das meretrizes” (Ap 17:5).

O grande pecado imputado à Babilônia é que “a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição”. Essa taça de veneno que ela oferece ao mundo representa as falsas doutrinas que propagou. Multidões têm bebido o vinho dessas falsas doutrinas.

O aviso do terceiro anjo

Apocalipse 14:9: “Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,”

Apocalipse 14:10: “também o tal beberá do vinho da ira de Deus, preparado, sem mistura, no cálice da Sua ira. E será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.”

A mensagem é dada em alta voz e há quatro pontos que devem ser considerados:

1. Alerta contra a adoração da besta. O primeiro anjo convida para adorar “aquele que fez o Céu e a Terra”. O terceiro anjo alerta contra a adoração da besta. Deve haver e há uma diferença essencial. Se aceitarmos os ensinos e mandamentos da besta em vez da Palavra e da Lei de Deus, estamos adorando-a.

2. Alerta contra a adoração da imagem da besta. Se cedermos à pressão do protestantismo apostatado, ao este dar a mão ao poder civil para impor a marca da besta, não seremos considerados verdadeiros adoradores do Criador.

3. Alerta contra receber o sinal da besta. Nas derradeiras horas da crise, a marca papal da guarda do domingo será imposta pela lei civil. O alerta de Deus é proferido contra essa marca. Ao Deus chamar as pessoas para adorar ao Criador, a questão sábado-domingo será claramente delineada.

4. Alerta acerca da ira de Deus sobre aqueles que não ouvirem Seu aviso. Todos temos que escolher entre a ira do homem e a ira de Deus. É entre a obediência ao homem e a obediência a Deus que a decisão precisa ser tomada.

Desde tempos passados até ao presente, a ira de Deus tem se manifestado, mas sempre permeada da Sua misericórdia. Mas quando ela for consumada nas sete pragas, não será acompanhada da misericordiosa graça. Assim, quando a substituição do sábado bíblico pelo domingo humano se tornar universal, Deus intervirá no mundo e punirá seus habitantes pelas iniqüidades deles.

Apocalipse 14:11: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. Não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.”

A expressão implica na afirmação de que receberão o castigo de Deus aqui na Terra, onde em verdade há dia e noite em sucessão contínua. Isaías usou a mesma figura de linguagem ao se referir à destruição dos antigos edomitas, quando disse que o fogo da destruição “nem de dia nem de noite se apagará; para sempre o seu fumo subirá; de geração em geração será assolada; de século em século ninguém passará por ela” (Is 34:10). Porém, não consta que os edomitas, destruídos na Terra, onde há dia e noite, estejam ainda ardendo no fogo da destruição. As expressões de Isaias e João enfatizam uma destruição total e irremediável e não uma continuidade de castigo interminável. Vemos que, enquanto houver qualquer partícula a queimar, os ímpios queimarão; transformadas em cinza, o fogo cessará.

Apocalipse 14:12: “Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.”

Eis o traço marcante do povo de Deus do “tempo do fim”, o que indica sua firmeza em cumprir o propósito que Deus lhe confiou, em meio a um mundo ímpio e a um cristianismo decadente.

Considerando os que guardam os dez mandamentos de Deus serem assim colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta.

A lei de Deus é a grande norma perante a qual todos os indivíduos deverão prestar suas contas no tribunal de Deus (Ec 12:13, 14). Saibam todas as pessoas que jamais serão justificadas de seus pecados pelo sangue de Cristo se não viverem em harmonia com os preceitos dos Seus mandamentos.

Disse Paulo: “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus; mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2:12, 13).

Apocalipse 14:13: “Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanharão.”

Em primeiro lugar, são bem-aventurados os mortos que morrem “no Senhor” – pois não há esperança após a morte a não ser que o morto tenha morrido “no Senhor”. Em segundo lugar, essa mensagem faz alusão a mortos “que desde agora morrem no Senhor”. “Desde agora” sugere dizer desde quando, ao ser proclamada a advertência final do terceiro anjo, aparecerem os fiéis de Deus que guardam os Seus mandamentos. E por que os mortos desse período serão bem-aventurados? Porque serão poupados de enfrentar as tribulações que vêm pela frente.

Apocalipse 14:14: “Olhei, e vi uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada.”

Colocada nesta profecia em seguida à mensagem final do terceiro anjo, a segunda vinda de Cristo comprova que a última mensagem do terceiro anjo a precede imediatamente.

O apóstolo Paulo afirma que Ele “aparecerá segunda vez, ... aos que O esperam para a salvação” (Hb 9:28). Sim, os que O esperam devem estar se preparando para esse dia.

Mas o dia da volta de Cristo será o mais terrível para todos quantos recusaram a Sua salvação. Terão que sofrer as amargas conseqüências dessa decisão. Terão que avaliar o quanto estiveram enganados.

A coroa de ouro que Lhe dera o Pai forma um flagrante contraste com a de espinhos que Lhe deram os homens, na Terra, para zombarem de Sua realeza.

A foice afiada representa a colheita do bom trigo, que é símbolo dos justos que Jesus virá buscar.

Apocalipse 14:15: “Então outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois já a seara da terra está madura.”

Apocalipse 14:16: “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada.”

Apocalipse 14:17: “Outro anjo saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada.”

Apocalipse 14:18: “Ainda outro anjo saiu do altar, o qual tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as uvas estão maduras.”

Apocalipse 14:19: “E o anjo meteu a sua foice à terra e colheu as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.”

Apocalipse 14:20: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.”

Segundo este capítulo de Apocalipse, há no mundo dois tipos de plantações distintas: A seara do Senhor e a vinha de Satanás. O trigo do Senhor e as uvas satânicas.

O lagar onde as uvas eram espremidas e convertidas em vinho, nesta profecia, é um símbolo da destruição dos ímpios como uvas negras da vinha do adversário da justiça. A colheita do trigo e das uvas ocorrerá simultaneamente por ocasião da segunda vinda de Cristo ao mundo.



Desvendando o Apocalipse: o início do fim Cap 15, 16 e 17

O capítulo 15 do Apocalipse encerra dois grandes fatos estreitamente ligados ao plano da salvação de Deus. O primeiro é uma introdução às sete pragas vindouras da ira de Deus, que assinalam o fim da graça divina. O segundo é uma grandiosa visão dos salvos vitoriosos, vistos num glorioso lugar denominado “mar de vidro”.

A segunda parte do Apocalipse, que começa no capítulo 15, apresenta as cenas preparatórias para a punição final e para a recompensa final. Os rebeldes impenitentes recebem as pragas e são sentenciados ao lago de fogo e enxofre. Os crentes fiéis são instalados em tronos e estabelecidos para sempre em seus lares na Nova Jerusalém.

Apocalipse 15:1: “Vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.”

Esta cena é uma das mais majestosas dentre as visões do Apocalipse. João não esconde a emoção que sentiu ao ter visto no Céu “outro sinal, grande e admirável”. Um novo grupo de sete anjos surge ante seus olhos. O primeiro grupo, o das sete trombetas, representa os vitoriosos guerreiros de Deus contra Seus inimigos desde Roma. O segundo grupo, que é o que agora vislumbramos, representa os mensageiros da ira de Deus sobre Seus inimigos vencidos.

Essa expressão torna claro que outras pragas foram derramadas no passado. O antigo Egito recebeu o impacto direto de dez juízos especiais de Deus – dez tremendas pragas – relatadas no livro de Êxodo. Existem semelhanças interessantes entre as pragas do Egito (Êx 7:20 a 12:30) e as sete últimas pragas. Nos dois casos, encontramos um rio, sangue, rãs, úlceras, granizo e escuridão ameaçadora. Mas não são a mesma coisa.

As sete últimas pragas representam o clímax ou limite superior da punição. E elas são derramadas “sem mistura” (Ap 14:10), ou seja, não-suavizadas pela misericórdia de Deus que em todas as ocasiões anteriores limitou o sofrimento. Ao fim dos mil anos, haverá o derramamento de outra punição (Ap 20:11-15).

Consumar implica terminar. A consumação da ira de Deus nas sete últimas pragas não é uma revelação de ódio da parte de Deus pelos pecadores impenitentes, mas sim a manifestação da justiça de Deus sobre todos os que desprezam o imenso sacrifício da cruz.

Apocalipse 15:2: “E vi como que um mar de vidro misturado com fogo, e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome, estavam em pé junto ao mar de vidro. Tinham as harpas de Deus,”

O próprio profeta não achou palavras precisas para descrever o lugar que viu. Só estando lá se poderá ter uma visão exata do que seja um mar de vidro como cristal misturado com fogo. Os que já contemplaram o espetáculo de um pôr-do-sol à beira do mar podem ter uma pálida idéia da glória que o profeta tentou descrever aqui. À medida que o Sol, como uma enorme bola de fogo, esconde-se atrás da linha do horizonte, o mar parece explodir em chamas de glória. As ondas são retocadas com um tom de vermelho e toda a cena é transformada numa mescla de muitas águas e fogo. Assim foi a visão que se abriu ante o profeta em Patmos, que ainda ouviu os sons de cânticos de vitória. Finalmente os santos estão no lar!

Apocalipse 15:3: “e cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, ó Senhor Deus Todo-Poderoso. Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos séculos.”

Apocalipse 15:4: “Quem não Te temerá, ó Senhor, e não glorificará o Teu nome? Pois só Tu és santo. Todas as nações virão, e se prostrarão diante de Ti, pois os Teus juízos são manifestos.”

João captou os ecos de um poderoso hino que surge dos lábios daqueles que, pela graça, derrotaram o poder do inimigo. É o cântico de Moisés, pois esse cântico transmite o louvor dos que, assim como os do antigo Israel no Mar Vermelho, foram milagrosamente libertos da iminente destruição. Mas é também o cântico do Cordeiro, porque fala da vitória do povo de Deus sobre a morte e a sepultura. Será um cântico de experiência pessoal, e somente os que passaram por ela poderão unir suas vozes nesse louvor.

Apocalipse 15:5: “Depois disto olhei, e abriu-se no céu o santuário do tabernáculo do testemunho,”

Apocalipse 15:6: “e os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos à altura do peito com cintos de ouro.”

Apocalipse 15:7: “Um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus que vive para todo o sempre.”

O templo no Céu abre-se agora não para a proclamação de uma nova mensagem de graça, mas para dar saída aos sete mensageiros da destruição. Esses anjos receberam a terrível e solene incumbência de derramar as taças cheias da ira de Deus sobre a cabeça daqueles que persistentemente menosprezaram o convite da misericórdia divina.

Vestidos com vestes emblemáticas da pureza e da fé, estão preparados para cumprir a terrível missão a eles confiada. Esses seres santos, que tantas vezes procuraram auxiliar os mortais na aquisição da salvação gratuita de Deus, são agora novamente enviados a eles, não mais para renovar os apelos do Céu, mas para lhes dar aquilo que seus próprios atos voluntariamente determinaram.

De um dos quatro seres viventes recebem as sete taças de ouro cheias da ira de Deus, sem a mínima mescla de misericórdia de que era acompanhada em outros tempos. O pecador terá que receber, sem qualquer clemência, a conseqüência do que ele mesmo escolheu. Receberá não o que Deus para ele havia separado - porque isso decididamente rejeitou - mas aquilo que foi a sua própria escolha em desafio aos desígnios divinos.

Apocalipse 15:8: “E o templo se encheu de fumaça, procedente da glória de Deus e do Seu poder, e ninguém podia entrar no templo, enquanto não se consumassem as sete pragas dos sete anjos.”

Na dedicação do primeiro templo, o rei Salomão subiu numa pequena plataforma de bronze, ajoelhou-se, abriu os braços e fez uma grandiosa oração. Quando terminou, a glória do Senhor encheu o templo. “Os sacerdotes não podiam entrar na Casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor” (2Cr 7:2). Aquela antiga manifestação de glória marcou o começo do ministério sacerdotal no templo de Salomão. A glória do tempo do fim, antevista em Apocalipse 15, logo marcará o término do ministério sacerdotal no santuário celestial.

Os versos finais de Apocalipse 15 descrevem uma das mais arrebatadoras cenas de todo o livro. Quando os sete anjos saem com as taças da ira, a Escritura diz que até que sua obra seja concluída, “ninguém podia entrar no templo”. Antes que as taças da ira sejam derramadas sobre os culpados, o convite de Deus será ouvido por toda pessoa sobre a Terra; a oportunidade do homem para a salvação terá passado, e a porta da misericórdia será fechada para sempre.

As sete pragas serão derramadas sobre os que receberam o sinal da besta, e esse sinal será aplicado pouco antes do aparecimento de Cristo em glória. Esses juízos cairão depois de haver Cristo terminado o Seu ministério em favor dos pecadores.

Antes do derramamento das sete taças da ira de Deus, a porta da graça divina aberta ao pecador por quase seis milênios terá que se fechar para sempre. O fato de ninguém mais poder entrar no templo durante o lançamento das sete pragas é indicativo de que não haverá mediador em prol do pecador durante o período em que elas serão lançadas na Terra; o templo se encherá a fumaça da glória de Deus e de Seu poder.

Multidões, infelizmente, ficarão do lado de fora como fizeram no tempo de Noé ao vir o dilúvio. A porta da arca salvadora, figura da porta da graça divina, fechou-se sem que as massas percebessem que haviam lavrado o próprio destino.

Ainda há tempo – hoje ainda podemos achegar-nos “confiadamente junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia” (Hb 4:16). Apocalipse 15 fala a respeito de um tempo quando ninguém poderá entrar. Deus tem permitido que o tempo da graça continue para que todos, inclusive assassinos, torturadores e os piores criminosos, possam ter tempo e oportunidade para se arrepender. Mas chegará a hora em que o tempo da graça terminará. Deus dirá: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22:11).

Quando a porta da graça se fechar, o povo de Deus estará tão arraigado na verdade que não será mais possível separá-lo dela. Esse povo já estará portando “o selo de Deus”. A vitória contra a besta e a sua imagem estará assegurada.

Graça

Muitas pessoas desconhecem o que seja a graça, embora creiam que serão salvas por ela. Para esquivar-se de certas responsabilidades impostas pela vida cristã, com freqüência afirmam que estão agora na dispensação da graça, como se não houvesse graça nos tempos do Antigo Testamento. Se não houvesse graça antes da cruz, os que viveram antes dela não poderiam ser salvos, pois todos pecaram e o salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Que somos salvos pela graça não há dúvida. Mas é claro que a graça não nos exime de todas as responsabilidades da vida cristã.

Então, afinal, o que é a graça? Muitos dos que dizem ser salvos pela graça não sabem explicá-la. Paulo define a graça: “Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2:11). Entendemos que a graça de Deus é o grande plano divino centralizado em Cristo para a salvação de todo pecador arrependido. Em outras palavras: é o evangelho de Cristo (At 20:24). Vê-se, pois, que graça e evangelho são sinônimos.

Como podemos nos apoderar da graça? Diz Paulo: “... mediante quem [por Cristo] obtivemos entrada pela fé e esta graça...” (Rm 5:2). E, depois de nos apoderarmos da graça pela fé, somos justificados por ela dos nossos pecados: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:23, 24).

Mas, quem poderá, em verdade, ser justificado pela graça por meio de Cristo? Aqui está a resposta do apóstolo: “... mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2:13).

Ora, uma vez que a fé é indispensável para nos apossarmos da graça e é necessária a observância da lei de Deus para sermos justificados por ela, concluímos que a fé e a lei estão unidas na salvação pela graça. É preciso, portanto, harmonizar a fé com a lei para nos apoderarmos da graça e da justificação, ambas indispensáveis para a salvação.

Agora, sim, somos salvos pela graça através da fé que nos conduz inexoravelmente a aceitar e observar a lei de Deus: “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é dom de Deus – não das obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:8-10). “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes confirmamos a lei” (Rm 3:31).

Resumindo: o pecador é perdoado e justificado pela graça do Salvador, não para continuar a violar a lei, mas para, daí em diante, viver em harmonia com ela. Nas palavras de Paulo: “Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Que diremos, pois? Havemos de pecar por não estarmos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum” (Rm 6:14, 15).

Quando Paulo afirma que não estamos “debaixo da lei”, ele quer dizer como meio de salvação, “pois é pela graça que sois salvos”. Ninguém é salvo pelas obras da lei. Não há qualquer dúvida quanto a isso. No entanto, ele enfatiza que os que estão “debaixo da graça” não pecam contra a lei de Deus. Pelo contrário, vivem em harmonia com ela exatamente por estarem debaixo da graça de Deus.

Por fim, o apóstolo apela para que todos nos acheguemos “com confiança ao trono da graça” (Hb 4:16). A existência de um trono implica a existência de um reino; e a existência de um reino, implica a existência de uma lei real. Não pode existir um reino da graça sem a sua respectiva lei. Desse modo, os que pretendem viver no reino da graça eximindo-se de cumprir sua lei, não sabem realmente o que fazem.

A graça de Deus é estendida a todos. O tempo de decidir é agora. Aceite-a.
Desvendando o Apocalipse: as sete pragas.

Antes de libertar Seu povo do cativeiro do Egito, Deus fez com que dez pragas terríveis caíssem sobre o poder opressor. Da mesma maneira, antes do segundo advento de Cristo, Deus fará cair sete tremendas pragas sobre os opressores de Seu povo. Elas serão derramadas sobre os que tomaram sua decisão com a besta, sua imagem, receberam o seu sinal e oprimiram o povo de Deus. As pragas serão o resultado da desobediência aberta aos mandamentos de Deus.

As sete pragas são luzes de advertência à civilização atual do grave perigo futuro. Trarão o cunho da ira de Deus, sem mescla de misericórdia, como desfecho da história de uma civilização que O desonra. Serão lançadas na Terra exatamente ao fechar-se a porta da graça. Todo aquele que as receber é digno delas, pois menosprezou o evangelho da graça que o poderia livrar do grande perigo; endureceu o coração com a mensagem de misericórdia e zombou do Salvador.

Deus é amor. Embora o povo O amaldiçoe diante de Sua face, Ele continua a abençoá-lo, derramando Suas bênçãos, como o Sol e a chuva, tanto sobre justos como injustos (Mt 5:45). Em breve a taça da ira de Deus ficará cheia e Ele, então, fará o que a Bíblia chama de Suaestranha obra (Is 28:21). É chamada assim porque Deus é amor (1Jo 4:8) e não tem prazer no castigo do ímpio (Ez 18:32).

Naquele dia, Deus protegerá Seu povo. Ele diz: “Vai pois, povo Meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Pois eis que o Senhor sai do Seu lugar, para castigar a iniqüidade dos moradores da terra; a terra descobrirá o sangue que embebeu e já não encobrirá aqueles que foram mortos” (Is 26:20-21).

De acordo com a Bíblia, as sete pragas durarão um dia profético, ou seja, o período de um ano. “Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos” (Ap 18:8).

Apocalipse 16:1: “Então ouvi, vinda do templo, uma grande voz que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.”

Apocalipse 16:2: “O primeiro saiu e derramou a sua taça sobre a terra, e apareceu uma chaga feia e dolorosa nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.”

As sete pragas serão derramadas na Terra logo após o fechamento da porta da graça. A mão misericordiosa que deteve a ira não poderá mais interceder. Será o chamado “tempo de angústia”, sem paralelo na história, predito por Daniel (Dn 12:1). As pragas são inteiramente literais. Cada praga perdurará até que todas sejam derramadas.

Não haverá quem possa curar aquele que for ferido por esta praga da ira de Deus. É este o verdadeiro quadro da profecia de Zacarias: “E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando eles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca” (Zc 14:12).

A primeira praga terá por alvo uma classe definida de pessoas. Ela cai sobre os que têm “o sinal da besta” e adoram “a sua imagem”. Assim a primeira praga será uma resposta categórica aos pretensos teólogos que, cheios de prevenção e aversão à lei de Deus, ensinam o povo a guardar o domingo, um dia que foi estabelecido por um Imperador Romano, e a rejeitar abertamente o selo de Deus, o santo sábado. Esses senhores do falso púlpito sofrerão a ira de Deus, sem misericórdia.

Antes da primeira praga cair sobre o seu alvo, anunciando o fechamento da porta da graça, a mensagem do terceiro anjo terá realizado a sua obra de advertência contra a adoração da besta, sua imagem e seu sinal. Portanto, antes que os anjos derramem as pragas, toda a família humana estará selada e dividida em duas classes de pessoas:

1. Os que guardam os mandamentos de Deus (Ap 12:17).

2. Os que têm o sinal da besta (Ap 14:9-10).

Para cada praga existe uma promessa para o povo de Deus. Não há tentação sem um escape. Não há ameaça sem uma promessa.

Promessa de Deus

“Não te assustarás do terror noturno... nem da peste que se propaga nas trevas... Caiam mil ao teu lado, e dez mil à tua direita; tu não serás atingido... Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda” (Sl 91:5-10).

Apocalipse 16:3: “O segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreram todos os seres viventes que estavam no mar.”

Esta segunda praga, que será lançada no mar, redundará numa catástrofe. Todas as águas salgadas do mundo tornar-se-ão em sangue de morto. É difícil conceber algo mais infeccioso do que o sangue de um morto. Após a morte, o sangue se transforma imediatamente. Basta dizer que todos os animais marinhos morrerão. Por certo um odor repugnante inundará a Terra, levado pelos ventos. Evidentemente, todo o tráfego internacional marítimo terá que ficar repentinamente paralisado.

Apocalipse 16:4: “O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.”

Apocalipse 16:5: “Então ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, ó Senhor, que és e que eras, o Santo, porque julgaste estas coisas;”

Apocalipse 16:6: “porquanto derramaram o sangue de santos e de profetas, também tu lhes deste sangue a beber; são merecedores disto.”

Apocalipse 16:7: “E ouvi uma voz do altar responder: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.”

Os rios e as fontes das águas são o alvo da terceira praga – Todas as águas tornar-se-ão em sangue de morto. Será uma calamidade mundial. Os reservatórios não conterão água potável, mas apenas “sangue como de um morto”.

Promessa de Deus

Deus assegura proteção ao Seu povo: “Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, Eu, o Deus de Israel, não os desampararei” (Is 41:17).

Apocalipse 16:8: “O quarto anjo derramou a sua taça sobre o Sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.”

Apocalipse 16:9: “Os homens foram abrasados com grande calor, e blasfemaram contra o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas, mas não se arrependeram para lhe darem glória.”

O Sol, adorado pelos pagãos e pelo cristianismo apostatado, revoltar-se-á contra os seus adoradores, abrasando-os. Os infiéis continuarão blasfemando contra Deus. Eles não podem arrepender-se, porque o arrependimento é obra do Espírito Santo - a quem rejeitaram -, e antes que as pragas caiam o Espírito de Deus terá sido retirado da Terra.

Promessa de Deus

Deus promete proteger Seu povo: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o Sol, nem de noite, a Lua” (Sl 121:5, 6).

Apocalipse 16:10: “O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso. Os homens mordiam as suas línguas de dor,”

Apocalipse 16:11: “e por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram contra o Deus do céu, e não se arrependeram das suas obras.”

O objetivo desta quinta praga é o trono da besta. Ao cair sobre o seu trono, ficará constatado, mais que nunca, que o seu poder pertence ao reino das trevas e está sob o controle do príncipe das trevas. Deus é um Deus de luz. A primeira coisa que Ele fez na criação do mundo foi criar a luz. Ele disse: “Haja luz.” Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo.”

Há uma semelhança entre estas pragas e as pragas que caíram no Egito. Foram juízos de Deus que caíram sobre um pequeno país, enquanto as sete últimas pragas afetam o mundo inteiro.

Promessa de Deus

Quando o Egito estava em trevas, havia luz nas habitações dos israelitas. Deus não deixará o Seu povo na escuridão.

Apocalipse 16:12: “O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.”

Por ocasião da queda da Babilônia literal, foram secando as águas do Eufrates pelo qual Ciro teve acesso à cidade. Quando Babilônia espiritual cair, as águas (que são “povos, multidões, nações e línguas” [Ap 17:15]) vão secar. Multidões enormes apóiam “Babilônia”. A Babilônia moderna confia no seu “Eufrates” (o apoio da população mundial) de maneira tão ingênua quanto a antiga Babilônia confiou no seu Eufrates (o literal). Esse apoio vai secar.

Apocalipse 17:16 diz que os chifres (as nações de todo o mundo) se voltarão contra a meretriz. Milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo vão, de repente, perceber a hipocrisia de seus líderes espirituais e terão repugnância do clero, em quem depositaram sua confiança. Elas ficarão desiludidas e retirarão o apoio que deram ao falso sistema religioso conhecido como Babilônia.

Apocalipse 16:13: “Então vi três espíritos imundos, semelhantes a rãs, saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta.”

Apocalipse 16:14: “São espíritos de demônios que operam sinais e vão ao encontro dos reis de todo o mundo, a fim de congregá-los para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso.”

As contrafações de Satanás:

1. O livro de Apocalipse fala sobre os três anjos de Deus que proclamam uma mensagem ao mundo. Os três espíritos imundos de Satanás proclamam uma falsa mensagem ao mundo.
2. A Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) é imitada pelo dragão, a besta e o falso profeta, formando uma falsa e demoníaca trindade.
3. Deus tem um trono e o Apocalipse fala sobre o trono da besta.
4. No Calvário, Jesus recebeu uma ferida mortal e ressuscitou. A besta-leopardo recebe uma ferida mortal e é curada.
5. Deus promete selar-nos com o selo de Deus. Satanás oferece o sinal da besta.

Promessa de Deus

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

Apocalipse 16:15: “Eis que venho como ladrão! Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha.”

Apocalipse 16:16: “Então congregaram os reis no lugar que em hebraico se chama Armagedom.”

Armagedom – Uma das mais importantes encruzilhadas do mundo fica no vale do Megido. Essa região conhecida como o Armagedom é o ponto de encontro de três continentes. Uma estrada vai para o Egito e a África; outra leva para a Europa e uma terceira leva para a Ásia. Foi ali que as rivalidades dos grandes poderes mundiais colidiram. Ali foi o campo de batalha onde os maiores conflitos entre Israel e seus inimigos ocorreram.

Armagedom é um símbolo da última grande batalha que ocorrerá na Terra. Será muito mais que uma ação militar em algum ponto do Oriente Médio. Será uma luta universal liderada por demônios, os quais reunirão todas as nações e as levarão a guerrear contra Deus. Será a última parte da grande controvérsia iniciada muito tempo atrás por Lúcifer. E todos nós estaremos envolvidos. Assim, como não houve neutros nos dias de Noé, tampouco haverá neutros neste conflito.

Armagedom será, na verdade, uma luta entre o diabo e as nações ímpias de um lado, e Deus e Seu povo do outro. A batalha do grande dia de Deus Todo-poderoso terá fim, não pela supremacia de uma nação sobre outra ou de um grupo de nações sobre outro, mas pelo súbito aparecimento de Jesus Cristo ao vir em grande poder e glória. Os ímpios fugirão aterrorizados.

Quando os santos que dormem forem despertados para a imortalidade, e os santos vivos tomados para encontrar o Senhor nos ares, os ímpios que recusaram a salvação fugirão aterrorizados, tão-somente para serem destruídos “com o resplendor de Sua vinda” (2Ts 2:8).

Que cena – vitória para os santos, tragédia para os pecadores intransigentes!

Promessa de Deus

"Sê fiel até o fim, e dar-te-ei a coroa da vida."

Apocalipse 16:17: “O sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito.”

Apocalipse 16:18: “E houve relâmpagos, vozes, trovões, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra, tal foi o terremoto, forte e grande.”

Apocalipse 16:19: “A grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus Se lembrou da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.”

Apocalipse 16:20: “Todas as ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam.”

Apocalipse 16:21: “E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, pedras que pesavam cerca de um talento. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga da chuva de pedra, porque a sua praga era muito grande.”

A indignação da ira de Deus culminará numa tempestade mundial assoladora. Uma grande voz procedente do templo de Deus anunciará: “Está feito.” Está consumado o juízo sobre a última geração. Um horrível quadro se vê na Terra. Multidões estão cobertas de chagas; as águas se tornaram em sangue; o Sol abrasa como fogo; o reino da besta está em trevas; os exércitos das nações estão congregados no Armagedom; por fim, o sétimo anjo terminará o quadro sacudindo violentamente todo o globo da Terra. Todas as cidades das nações ruirão como castelos de cartas. Todas as obras do homem desaparecerão para sempre.

O verdadeiro nome desta grande cidade simbólica é “Babilônia”. Ela é formada de três partes, ou três distintos poderes mundiais: o dragão, a besta e o falso profeta. É a Babilônia espiritual que cairá.

Promessa de Deus

Para os fiéis discípulos de Deus haverá plena proteção nesse tempo futuro. O Salmo 91 lhes dá plena certeza do cuidado de Deus. E o profeta Joel diz: “O Senhor bramará de Sião, e dará a Sua voz de Jerusalém; os céus e a terra tremerão. Mas o Senhor será o refúgio do Seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel” (Jl 3:16).

A mão protetora de Deus estará sobre os fiéis que O amam de todo coração.

Desvendando o Apocalipse: a Grande Babilônia.

Mulher em profecia significa igreja. O capítulo 12 de Apocalipse apresenta uma mulher cujos símbolos que a representam não deixam dúvidas quanto a ser a verdadeira igreja de Deus. Mas neste capítulo, o 17, outra mulher é apresentada. Uma mulher “vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas”. Uma mulher que tem em sua mão “um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição”. Uma mulher com a qual “se prostituíram os reis da Terra”; que embebeda os habitantes da Terra “com o vinho da sua prostituição”; que “está embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus”. Uma mulher denominada de “a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra”. Enfim, uma mulher “montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmias, e que tinha sete cabeças e dez chifres”. A profecia não deixa dúvidas de que essa mulher é a igreja de Roma.

Apocalipse 17:1: “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e me disse: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas.”

O apóstolo João descreve a cena em que um anjo se aproxima e o leva a uma visão da condenação da “grande prostituta” – assim é declarada essa igreja porque foi infiel ao Senhor Jesus Cristo. Adulterou, tornando-se amante da idolatria.

Apocalipse 17:2: “Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição,”

Essa tem sido a história da igreja de Roma, desde o quarto século até nossos dias. Deixou de ser uma igreja para ser um Estado em meio aos Estados do mundo. Sua influência entre os governos da Terra, com raras exceções, é a mais poderosa de todas as influências humanas.

E, como igreja, não está ligada ao Estado por afinidades espirituais, mas por finalidades políticas, isto é, para fazer do Estado um instrumento de sua política sob o véu da religião.

Uma pessoa embriagada tem a mente entorpecida pela ação do álcool. Perde-se a razão e o domínio próprio, e a mente se torna totalmente indefesa.

Mas o que é, afinal, o “vinho da sua prostituição?” Sabemos que a “mulher” aqui é a igreja que se prostituiu por abandonar a verdade de Cristo. Portanto, é o seu corpo de falsas doutrinas que constitui o “vinho da sua prostituição”, com o qual “os habitantes da Terra se embebedaram”.

Embriagadas com o vinho servido pela “grande prostituta”, as multidões da Terra não podem entender as verdades do evangelho. A mente está embotada pelo vinho dos enganos da “grande Babilônia” e, por mais clara que seja a verdade de Cristo, seus olhos e ouvidos não podem vê-la e aceitá-la.

Apocalipse 17:3: “Então o anjo me levou em espírito a um deserto, e vi uma mulher montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.”

A mulher santa do capítulo 12, que representa a igreja de Cristo, foi vista nas alturas dos Céus. A mulher deste capítulo 17, a “grande prostituta”, fora vista no deserto, lugar da habitação dos demônios.

A besta de cor escarlate sobre a qual a mulher está montada tem todas as características do dragão vermelho do capítulo 12 e muita semelhança com a besta do capítulo 13. O dragão, diz a profecia, é Satanás no controle do Império Romano, sendo também Roma-pagã. A besta do capítulo 13, que recebera o poder do dragão, é Roma papal, sucessora de Roma pagã. Assim podemos ter uma idéia da besta sobre a qual a igreja de Roma fora vista “montada”.

Blasfêmias são palavras que ofendem a Deus. A besta sobre a qual a mulher está montada age dessta forma. Proclamar-se intermediário entre o povo e Deus e afirmar que pode perdoar pecados são algumas das blasfêmias cometidas por essa igreja prostituta.

Apocalipse 17:4: “A mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.”

Há mais de dois mil anos, João descreveu exatamente as cores das roupas usadas pelos líderes dessa Igreja. Púrpura e escarlate são as cores predominantes na indumentária dos cardeais da igreja de Roma. Os adornos de “ouro, pedras preciosas e pérolas” mostram a riqueza dessa igreja milenar. Cumprem-se, um a um, os detalhes da profecia.

A igreja que se arroga ser depositária da verdade serve em taça de ouro abominações e imundícias resultantes da sua prostituição.

Apocalipse 17:5: “E na sua testa estava escrito: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.”

A testa é a sede da razão e da consciência. Isso significa que a liderança da igreja de Roma tem plena consciência do que a profecia diz a seu respeito. O apóstolo Paulo se referiu ao “mistério” da grande Babilônia, denominando-o de “mistério da injustiça” (2Ts 2:7).

Não era um mistério Roma pagã perseguir a igreja cristã. Mas uma igreja que se dizia cristã embriagar-se “do sangue dos santos e do sangue das testemunhas de Jesus”, isso é verdadeiramente um mistério.

Comparando a igreja de Roma com a antiga Babilônia, a revelação faz uma drástica denúncia ao responsabilizá-la pela corrupção da fé cristã. A antiga Babilônia é reconhecida por dominar as consciências humanas, impondo a idolatria e uma religião que tinha por fundamento a salvação pelas obras ao invés da salvação pela fé instituída no plano de Deus. Desse modo, Roma é a Babilônia do Apocalipse.

Quem são essas “prostitutas” das quais a igreja de Roma é a mãe? As filhas são as igrejas protestantes que com ela comungam em muitos pontos de doutrinas. Babilônia mãe e suas filhas são acusadas de provocar a confusão reinante no seio do cristianismo com suas centenas de denominações e falsas doutrinas.

Apocalipse 17:6: “Vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, admirei-me com grande espanto.”

Na Inquisição, os seguidores fiéis da Palavra de Deus foram perseguidos e assassinados. Cada detalhe da profecia é comprometedor contra a igreja de Roma. A revelação de Deus denuncia essa instituição como anticristã.

Apocalipse 17:7: “Então o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres.”

Por que João ficou admirado? Certamente não era em face da perseguição ao povo de Deus, afinal, ele havia testemunhado a feroz perseguição do poder romano contra Jesus. Mas essa perseguição vinha da Roma pagã, inimiga declarada de Cristo. Agora ele via uma igreja nominalmente cristã perseguindo cristãos verdadeiros.

Apocalipse 17:8: “A besta que viste era e já não é, e subirá do abismo, e irá à sua destruição. Os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá [agora é].”

Aparentemente, esse texto pode parecer um tanto confuso, mas existe uma explicação lógica para o verso. Nunca é sábio ser dogmático quando se estudam profecias não cumpridas. Um princípio bíblico é claro: Jesus disse: "Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais (Jo 14:29).

Os acontecimentos, quando acontecerem, sem dúvida esclarecerão muitas dessas passagens difíceis. Alguns estudiosos sustentam que se pode dizer que a besta, ou poder político do papado, era de 538 a 1798; já não era de 1798 a 1929; mas que virá.

A mulher representa o poder eclesiástico; a besta, o poder político. Nesse símbolo, encontramos completa união entre igreja e Estado, e todos cujos nomes “não estão escritos no livro da vida” ficam admirados ao testemunhar o surgimento e influência desse tremendo poder político-religioso descrito como “a besta que era, e que já não é, mas que virá”.

Apocalipse 17:9: “Aqui é necessário a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada.”

A Bíblia revela o local ou sede da igreja prostituta: Roma, a cidade edificada sobre sete montes, chamada de “a cidade das sete colinas”, denominadas: Aventino, Palatino, Quirinal, Viminal, Ceoli, Janículo e Esquilino. Assim, em primeiro plano, as sete cabeças apontam para a cidade de Roma.

Apocalipse 17:10: “São também sete reis. Cinco já caíram, um existe, o outro ainda não é chegado. Quando vier, convém que dure um pouco de tempo.”

Em segundo plano, as sete cabeças da besta “são também sete reis”. Ao tempo em que esta profecia teve sua especial aplicação, cinco das sete cabeças da besta já haviam “caído”. Embora possa não ser sábio mostrar-se dogmático sobre a identificação dessas cabeças, é significativo que há sete diferentes e distintos poderes introduzidos nas Escrituras pelos símbolos proféticos. Eles estão claramente indicados: Babilônia (o leão, Dn 7:4); Pérsia (o urso, Dn 7:5); Grécia, o leopardo, Dn 7:6); Roma pagã (a besta com dez chifres, Dn 7:7); Roma papal, ou eclesiástica (a besta com sete cabeças de Ap 13 e também a ponta pequena de Dn 7:8; Ap 13:2, 5); Democracia ou os EUA (a besta com dois chifres que fará uma imagem à besta, Ap 13:11-14) e a última grande confederação do mal (a besta escarlate, Ap 17:3).

Apocalipse 17:11: “A besta que era e já não é, é o oitavo rei. Pertence aos sete, e vai à sua destruição.”

O poder romano é um só, quer na fórmula pagã quer na papal; a besta é um único poder e suas sete cabeças a representam em toda a sua história. Desse modo, o poder revitalizado do papado é a sétima das sete cabeças da besta. E quando, por um breve tempo, a besta e o falso profeta unirem seus poderes, constituirão o “oitavo rei”.

Apocalipse 17:12: “Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam o reino, mas receberão a autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.”

Apocalipse 17:13: “Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.”

Esses assim chamados reis têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Essa grande nova confederação de poder político e eclesiástico tem pouca duração (cerca de uma hora profética). Isaías 8:9-15 fala a respeito de uma confederação que existirá nos últimos dias, a qual equivale à declaração acerca de dez reis com apenas um propósito. Apocalipse 16:13 e 14 fala acerca de três espíritos imundos que reúnem os reis do mundo inteiro para a batalha do Armagedom.

Apocalipse 17:14: “Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com Ele, chamados eleitos e fiéis.”

Apocalipse 17:15: “Então o anjo me disse: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.”

Apocalipse 17:16: “A besta e os dez chifres que viste são os que odiarão a prostituta, e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.”

Um dia, os que foram enganados pelos falsos mestres religiosos terão um triste despertar, e se voltarão contra os que os ludibriaram. Eles ficarão furiosos pela maneira errônea com que foram orientados, e deixarão de apoiar a igreja de Roma.

Apocalipse 17:17: “Pois Deus lhes pôs no coração o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus.”

Apocalipse 17:18: “A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.”

Alguma forma de religião apostatada sempre tem sido usada pelo inimigo para manipular o poder civil, tentando atrapalhar os planos de Deus e criando dificuldade para Seu povo. Durante os tempos modernos o povo de Deus tem tido descanso de perseguições governamentais.

Em breve a ferida mortal estará curada e a besta vai recobrar seu poder e o mundo todo a seguirá. O falso profeta começará a falar como dragão e todos os outros eventos acontecerão sucessivamente.

Nenhum filho fiel à Palavra de Deus será pego de surpresa, muito pelo contrário, o cumprimento das profecias bíblicas irá mais uma vez confirmar a fé em Jesus e em Seu breve e certo retorno.

Desvendando o Apocalipse: (Capítulos 18, 19 e 20)

Desvendando o Apocalipse: (Capítulos 18, 19 e 20)
Desvendando o Apocalipse: a queda de Babilônia


Este grande acontecimento - a queda de Babilônia - ocupa lugar importante na profecia bíblica. Foram preditos mais de cem detalhes a respeito da queda da Babilônia literal. Muito antes que isso acontecesse, a Bíblia identificou os poderes que marchariam contra Babilônia, quem comandaria os exércitos, como a cidade seria tomada e quais as condições na cidade no tempo da invasão.

No capítulo 18, a profecia trata, em primeiro lugar, de um grande esforço para advertir o povo de Deus acerca da iminente queda da Babilônia espiritual. Em segundo lugar, o capítulo trata da condenação da “grande Babilônia” e do imenso espanto que isso causará aos que serão condenados com ela. Mas a Babilônia “mãe” não cairá sozinha. Suas filhas serão igualmente desmascaradas e destruídas.

Apocalipse 18:1: “Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada com o seu esplendor.”

Ao anjo é dada grande autoridade por causa da importância da sua mensagem. Este anjo anuncia uma poderosa obra religiosa de âmbito universal. É uma mensagem própria para o fim dos tempos, por duas razões:

1) o anúncio da queda da Babilônia e de sua condenação;

2) a iminência do derramamento das sete pragas descritas no capítulo 16.

A queda da Babilônia é um evento público. A fim de que Seu povo esteja preparado para essa tremenda crise que virá, Deus está enviando Sua última mensagem de misericórdia. Todo o mundo será iluminado com a luz dessa mensagem.

Apocalipse 18:2: “Ele clamou com poderosa voz: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e detestável.”

Por ocasião da mensagem do terceiro anjo, a “mãe” e suas filhas serão denunciadas como igrejas caídas. E o pior: como “morada de demônios e guarida (coito) de todo espírito imundo”. Seus ensinos são denunciados como resultantes da união espiritual (coito) com demônios e espíritos imundos. Se a pomba é o emblema do Espírito Santo, as aves imundas são emblemas da Babilônia espiritual.

Apocalipse 18:3: “Pois todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela, e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância da sua luxúria.”

Suas falsas doutrinas constituem o vinho da sua prostituição com o qual embriaga as nações da Terra. As falsas doutrinas são comparadas ao vinho porque entorpecem a mente e, assim, afetam a capacidade de discernir e de raciocinar de uma pessoa. Tal como o vinho, as falsas doutrinas retiram da pessoa sua capacidade de discernir o erro.

Não fosse pela ação danosa desse vinho que mantém as nações embriagadas, multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras contidas na Palavra de Deus. Mas o vinho da Babilônia é chamado de “vinho da ira”. Por quê? O vocábulo grego thumos significa ira, ódio, raiva. É uma raiva criada pelas falsas doutrinas. Assim, quando os reis da Terra bebem desse vinho são instigados pela cólera a irem contra os que não concordam com as heresias. Por isso, aquele que se nega a beber o vinho da Babilônia está marcado para pagar por sua ousadia.

Apocalipse 18:4: “Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, para que não incorras nas suas pragas.”

Apocalipse 18:5: “pois os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus Se lembrou das iniqüidades dela.”

A expressão “sai dela” é um imperativo, ou seja, uma ordem. Babilônia não pode ser reformada, de acordo com as Escrituras. Só há um remédio: separar-se completamente dela. Assim como Ló foi chamado para fora de Sodoma, antes que ela fosse destruída por fogo e enxofre (Gn 19:14-29), assim o povo de Deus é dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe para sair de Babilônia, antes que ela caia.

Quando a velha Babilônia do rio Eufrates estava perto de ser destruída pelos juízos de Deus, o Senhor enviou a Seu povo (Israel), que nela ainda estava, um solene aviso e conselho: “Fugi do meio de Babilônia...” (Jr 51:6). Os juízos de Deus estão prestes a cair na forma das sete últimas pragas, e todos os que se recusarem a separar-se de Babilônia e de seus pecados serão destruídos com ela. Esta é a “voz do Céu” que ilumina toda a Terra: “Sai dela, povo Meu.”

Deus tem, e sempre teve, um povo em Babilônia. Mas a Sua mensagem tem iluminado toda a Terra através da “voz do Céu”. Porém, muitos que ficaram impressionados foram impedidos de compreender completamente a verdade, ou de lhe prestar obediência. Agora, os raios da luz penetram por toda a parte. A verdade pode ser vista em toda a sua clareza, e os sinceros filhos de Deus certamente se desvencilharão das amarras que os têm retido. Laços de família, relações na igreja, serão impotentes para detê-los. A verdade vale mais do que tudo.

Deus tem filhos honestos e sinceros em Babilônia que apenas não receberam o conhecimento da verdade. Estão servindo a Deus no erro. Os honestos que têm sido impedidos de ouvir a verdade acabarão por recebê-la.

Quando os que “não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”, forem abandonados para que recebam a operação do erro e creiam na mentira (2Ts 2:10-12), a luz da verdade brilhará então sobre todos os corações que se acham abertos para recebê-la e os filhos do Senhor atenderão ao chamado: “Sai dela, povo Meu.”

Assim, quando as pragas começarem a cair, não restará um justo sequer em Babilônia, como não restou em Sodoma.

Ao ser a questão da obrigatoriedade da guarda do domingo amplamente divulgada, fazendo aproximar-se o fato há tanto tempo posto em dúvida, o apelo para a fuga de Babilônia produzirá um efeito que antes não seria possível produzir. Os que forem levados aos tribunais defenderão destemidamente a verdade de Deus e muitos dos que os ouvirem serão levados a guardar os mandamentos de Deus. Assim, a luz chegará a milhares que, de outra forma, nada saberiam dessas verdades.

A obediência à Palavra de Deus será considerada rebeldia. Pais exercerão sua autoridade sobre os filhos crentes; patrões serão severos com empregados fiéis a Deus. Aqueles que se recusarem a guardar o domingo serão presos. O que agora possa parecer muito improvável deixará de ser quando o Espírito Santo Se retirar da Terra.

Apocalipse 18:6: “Tornai a dar-lhe como ela vos tem dado; retribui-lhe em dobro conforme as suas obras. No cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.”

Apocalipse 18:7: “Quanto ela se glorificou, e em luxúria esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto. Diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e de modo algum verei o pranto.”

Ela se orgulha de não ser viúva sem poder e abandonada, mas de ser rainha soberana. Seu desejo é sempre reinar, reinar sobre todas as consciências. Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar elevado, mas também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.

Apocalipse 18:8: “Portanto, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome. Será queimada no fogo, pois forte é o Senhor Deus que a julga.”

Trata-se aqui de um dia profético, ou um ano literal. Logo, Babilônia terá um ano cheio de vingança do Céu.

Apocalipse 18:9: “Os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, sobre ela chorarão e prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio.”

Apocalipse 18:10: “E estando de longe pelo temor do tormento dela, dirão: Ai! ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! Numa só hora veio o teu juízo.”

Os reis se lamentarão não por causa dos seus pecados, mas por causa do seu sofrimento, das consequêncais. Como Caim, eles não ficam tristes por seus pecados, mas apenas pelo castigo. Derramam muitas lágrimas por causa de suas perdas.

Apocalipse 18:11: “E, sobre ela, choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra a sua mercadoria,”

Apocalipse 18:12: “mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura, de seda e escarlate; todo tipo de madeira odorífera, e todo objeto de marfim, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore,”

Apocalipse 18:13: “e canela, especiarias, perfume, mirra e incenso; e vinho, azeite, flor de farinha e trigo; e gado, ovelhas, cavalos e carros; e escravos, e até almas de homens.”

Apocalipse 18:14: “O fruto que a tua alma cobiçava foi-se de ti. Todas as coisas delicadas e suntuosas foram-se de ti, e não mais as acharás.”

Apocalipse 18:15: “Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, ficarão de longe, pelo temor do tormento dela, chorando e lamentando.”

Os mercadores se lamentam por perderem mercadorias. Lamentam as perdas materiais. Entre as coisas que deixam de negociar encontram-se “até almas de homens”. Isso lembra o seu comércio com os cadáveres dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos” e missas de sétimo dia. Perdões, missas e indulgências enriqueceram a muitos.

Apocalipse 18:16: “Ai, ai da grande cidade, da que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas! Numa só hora foram assoladas tantas riquezas!”

Apocalipse 18:17: “Todo piloto, e todo aquele que navega de navio, os marinheiros, e quantos negociam no mar, se puseram de longe.”

Apocalipse 18:18: “E, contemplando a fumaça do seu incêndio, clamavam: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?”

Apocalipse 18:19: “E lançavam pó sobre as suas cabeças, e clamavam, chorando e lamentando: Ai, ai da grande cidade, na qual todos os que tinham navios no mar se enriqueceram à custa da sua opulência! Numa só hora foi assolada.”

Se há algo que arranca um sincero grito de angústia das pessoas da nossa geração é tocar em seus bens materiais. Todos esses símbolos referentes aos reis da Terra, aos mercadores e aos navegadores ligados a Babilônia, são força de expressão profética para demonstrar a total destruição de Babilônia e revelar que todos aqueles que a apoiaram e a ajudaram a difundir seus erros nada poderão fazer para salvá-la dos juízos de Deus; pois estes mesmos perecerão para sempre junto com ela.

Apocalipse 18:20: “Exulta sobre ela, ó céu! E vós, santos e apóstolos e profetas! Deus contra ela vindicou a vossa causa.”

Enquanto na Terra os súditos de Babilônia hão de lamentar sua queda e destruição, os céus se alegrarão pelo seu desaparecimento. A destruição da Babilônia espiritual será motivo de grande alegria para o povo de Deus, tal como ocorreu com a destruição de Babilônia, no tempo de Israel.

Apocalipse 18:21: “Então um forte anjo levantou uma pedra qual uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será achada.”

Afundar uma enorme pedra no mar, antigamente, era símbolo de eterna destruição. Disse o profeta Jeremias: “Em tu chegando a Babilônia, verás e lerás todas estas palavras. E dirás: Senhor! Tu falaste a respeito deste lugar, que o havias de desarraigar, até não ficar nele morador algum, desde o homem até ao animal, mas que se tornaria em perpétuas assolações. E será que, acabando tu de ler este livro, o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates. E dirás: Assim será afundada Babilônia, e não se levantará” (Jr 51:60-64).

Apocalipse 18:22: “E em ti não se ouvirá mais a voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins, nem artífice de arte alguma se achará mais em ti. Em ti não mais se ouvirá ruído de mó.”

Apocalipse 18:23: “A luz de candeia não mais brilhará em ti. A voz de noivo e de noiva não mais em ti se ouvirá. Os teus mercadores eram os grandes da terra. Todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias.”

Apocalipse 18:24: “E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.”

A destruição de Babilônia será completa. Será um retrato tremendo das cenas finais introdutórias do futuro reino de glória. A Terra será finalmente coberta pelo pleno conhecimento da salvação e a luz da verdade brilhará para sempre. A promessa é que “o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos rei; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele” (Ap 17:14)


Desvendando o Apocalipse: os dois convites.
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O capítulo 19 do Apocalipse descreve a vitória definitiva de Cristo sobre Babilônia, que é eternamente extinta, e também estende a todos os seres humanos dois convites. O primeiro é para as bodas do Cordeiro; o segundo, para o banquete das aves de rapina. Cabe a cada um de nós decidir em que banquete estar.

Aqui também se encerram as profecias que dizem respeito à batalha entre o bem e o mal, ou entre Cristo e Satanás.

Apocalipse 19:1: “Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de numerosa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e a honra e o poder pertencem ao nosso Deus,”

Apocalipse 19:2: “Pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.”

Apocalipse 19:3: “E outra vez clamaram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.”

Apocalipse 19:4: “Os vinte e quatro anciãos, e os quatro seres viventes, prostraram-se e adoraram a Deus, que está assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!”

O Céu festeja a vitória de Cristo sobre a “grande prostituta” que corrompeu a Terra. Enquanto na Terra os reis, os mercadores e os navegantes que seguiram Babilônia gemerão três “ais”, os habitantes do Céu pronunciarão três “aleluias”. Em todo o Novo Testamento não encontramos o termo “aleluia”, senão neste capítulo.

A salvação é uma atribuição exclusiva do Senhor.

Glória – Houve um tempo em que Deus parecia ter sido derrotado pelos poderes da Terra. O mundo parecia estar vencendo e os princípios de Deus tidos como ultrapassados e até motivo de chacota. Mas Seus inimigos de todos os tempos foram completamente derrotados.

Poder – Por algum tempo, o poder do mal parecia estar no comando da Terra. Mas, agora temos a certeza, a salvação, a glória e o poder pertencem ao Senhor.

Apocalipse 19:5: “Então saiu do trono uma voz, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os Seus servos, e vós que O temeis, assim pequenos como grandes.”

Apocalipse 19:6: “Também ouvi uma voz como a de uma grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já reina o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso.”

Depois do primeiro coro de alegria pela queda da Babilônia, uma voz do trono convidará os habitantes do Céu para um louvor ainda maior ao nome de Deus. Segundo o profeta, esse coro será como “a voz de uma multidão”.

Quando subjugar todos os Seus inimigos, então Ele reinará, em verdade, no mundo através de Jesus.

Apocalipse 19:7: “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória! Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a Sua noiva se aprontou.”

Em Apocalipse 21:9, a noiva é definida como a Cidade Santa, a Nova Jerusalém. Em outras passagens, a igreja é chamada de noiva. Será uma contradição? A cidade é a noiva, mas uma cidade sem habitantes é apenas um amontoado de casas e ruas. São as pessoas que ocupam essas casas que fazem da cidade o que ela é. A cidade santa não é mencionada no Apocalipse como a noiva até que os santos já a estejam ocupando.

Enquanto a noiva está se aprontando, o Noivo está preparando um lugar para ela (Jo 14:1-3). Durante o intervalo em que estão separados, a noiva deve ficar pronta. Ela está vestida “de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos” (Ap 19:8).

Apocalipse 19:8: “Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, resplandecente e puro. O linho fino são os atos de justiça dos santos.”

Apocalipse 19:9: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.”

Terminando Seu ministério, Jesus vem perante o “Ancião de Dias” para receber o reino e o domínio pelos quais morreu (Dn 7:13). Isso representa, na realidade, as bodas do Cordeiro e ocorre antes que Ele volte à Terra para buscar os Seus súditos, os quais, arrebatados para encontrá-Lo, são então levados para “as bodas do Cordeiro” na casa do Pai.

Jesus disse: “Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor quando houver de voltar das bodas” (Lc 12:35 e 36). Ver também o livro O Grande Conflito, p. 426-428.

Apocalipse 19:10: “Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não faças isso! Sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus! Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.”

Somente Deus é merecedor da nossa adoração. A adoração a qualquer outro ser constitui idolatria.

O testemunho de Jesus é definido como o “Espírito de Profecia”. O Espírito, isto é, o Espírito Santo, é o inspirador do homem. A profecia é a revelação antecipada daquilo que está por acontecer. E o profeta é o agente humano que fala por inspiração.

O apóstolo Pedro esclarece bem isso, nestas palavras: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd 1:21).

Através do dom de profecia, Jesus tem Se comunicado com o ser humano desde que ele caiu em pecado. O sonho de Jacó ilustra como o Filho de Deus Se tornou uma escada simbólica de acesso ao Céu e do Céu à Terra; do homem a Deus e de Deus ao homem.

Como, porém, o Mediador era em tudo semelhante a Deus, também Ele não podia comunicar-Se pessoalmente com o homem da parte de Deus. Foi então que surgiu a necessidade do Dom de Profecia, pelo qual o Mediador pôde entender-Se perfeitamente com o homem e transmitir-lhe as revelações da vontade de Deus. Surgiram os profetas. Eles foram escolhidos e preparados por Deus para a sagrada missão. Assim manifestou-se por intermédio deles o Testemunho de Jesus ou o Espírito de Profecia.

Desde a sarça ardente em que Deus falou a Moisés, toda a história de Israel está repleta de manifestações do Dom de Profecia. Na jornada pelo deserto, nos dias de Josué, no período dos Juízes, na época dos reis do reino unido e do reino dividido, durante e depois do cativeiro, não faltou ao povo de Deus a luz da revelação do Dom de Profecia. Com freqüência era o povo de Israel instruído, aconselhado, repreendido e advertido por homens e até por mulheres que lhe falavam da parte de Cristo.

João Batista é o primeiro profeta no Novo Testamento. Foi exatamente ele que apresentou o Salvador como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

A Bíblia revela que o Dom de Profecia deveria permanecer até a segunda vinda de Cristo (1Co 1:7; Ef 4:8, 11), sendo que o apóstolo Paulo o considera o principal de todos os dons (1Co 14:1). Aos tessalonicenses escreveu: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1Ts 5:19, 20).

Apocalipse 19:11: “Vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça.”

O profeta contempla o Filho de Deus deixando o Céu e dirigindo-Se à Terra num cavalo branco. Essa é uma cena apenas simbólica, pois Jesus não necessitou de cavalo para subir da Terra ao Céu e é evidente que não necessitará para voltar a ela. A cena representa Jesus como um grande general apressando-Se com Seus exércitos para derrotar Seus inimigos nas planícies do Armagedom. O cavalo branco, nos dias dessa visão, era um símbolo de vitória, de triunfo na guerra, o que assegura a vitória de Cristo sobre todos os Seus adversários.

Fiel e Verdadeiro – Nessa guerra de extermínio dos malfeitores, Jesus será “Fiel e Verdadeiro”. Ele cumprirá contra seus opositores todas as advertências contidas antecipadamente nas profecias. Cumprirá infalivelmente tudo o que fora prometido em Sua Palavra inspirada. E ainda mais. Vai julgar os Seus renitentes perseguidores “com justiça”. Ele lhes fará uma guerra de juízo e justiça, para dar-lhes todas as retribuições merecidas por sua rebelião contra a Lei de Deus.

Apocalipse 19:12: “Os seus olhos eram como chama de fogo, e sobre a Sua cabeça havia muitos diademas. Ele tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão Ele mesmo.”

Como em Apocalipse 1:14 e 2:18, aqui é dito que os Seus olhos são como “chama de fogo”. A expressão significa que a consciência divina observa tudo e capta até as más intenções do coração humano.

Os diademas que aparecem na visão estão sobre a mesma cabeça que recebeu na Terra uma coroa de espinhos. Por essa razão, com a cabeça coberta com os diademas de um vencedor, Cristo Se apresentará na última batalha contra os Seus inimigos.

Naquele dia Jesus terá um nome que só Ele saberá. Conhecemos muitos de Seus nomes revelados nas Escrituras. Mas um deles, o que Ele terá na guerra contra os Seus inimigos, é privativo dEle apenas.

Apocalipse 19:13: “Estava vestido com um manto salpicado de sangue, e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.”

Jesus virá para juízo e justiça. Isso está em harmonia com Suas vestes salpicadas de sangue preditas pelo profeta Isaias: “Pisei-os na Minha ira, e os esmaguei no Meu furor; o seu sangue salpicou as Minhas vestes, e manchei toda a Minha roupa” (Is63:3). Essa impressionante figura de linguagem proclama a justiça de Deus sobre os que resistiram a todos os Seus insistentes apelos.

Eternamente, Jesus será “a Palavra de Deus”. Ele tem a mente do Pai. Tudo quanto Jesus realiza no Céu e na Terra, o Pai é quem faz por Seu intermédio. A mais perfeita união é aqui revelada. A Palavra de Deus é a expressão absoluta do que Cristo é.

Apocalipse 19:14: “Seguiam-No os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.”

Apocalipse 19:15: “Da Sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações. Ele as regerá com vara de ferro. Ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.”

Três símbolos de juízo:

A espada aguda – Quando Jesus falou no jardim, Seus inimigos caíram por Terra (Jo 18:5, 6). Sua Palavra golpeia e mata. O poder é irresistível. A palavra falada de Deus é mais terrível em seus efeitos do que qualquer arma criada pelo homem.

A vara de ferro – É um símbolo do poder que Cristo exercerá sobre as nações rebeldes. “Ele mesmo as regerá.” Isso não quer dizer que Cristo governará as nações atuais, mas que Ele as destruirá (Sl 2:9).

O lagar – É uma expressão que simboliza a justa ira de Deus que será exercida contra os transgressores.

Apocalipse 19:16: “No manto, sobre a Sua coxa tem escrito o nome: Reis dos reis, e Senhor dos senhores.”

Apocalipse 19:17: “Então vi um anjo em pé no sol, o qual clamou com grande voz a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos para a ceia do grande Deus,”

Apocalipse 19:18: “para comerdes carnes de reis, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.”

O convite do anjo desta vez não é feito aos homens, porque já terão sido destruídos pelo resplendor da presença de Cristo. Mas será feito a todas as aves do Céu. O profeta Jeremias escreveu: “Serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até a outra” (Jr 25:33).

Enquanto no Céu se realiza a “ceia das Bodas do Cordeiro”, na Terra, tomará lugar o banquete das aves do Céu. Aqueles que aceitaram o convite de Deus participarão da ceia juntamente com o Salvador, enquanto os que rejeitaram o mesmo convite proporcionarão, com seus próprios corpos, uma ceia às aves de rapina.

Desse modo, os que buscaram assassinar a Palavra de Deus serão mortos por ela. Enquanto Cristo volta para o Céu levando consigo os remidos, as aves do Céu devoram os corpos dos que foram mortos. Eles foram mortos pela espada aguda. Somente reviverão após mil anos, quando receberão os efeitos da eterna destruição.

Que fim humilhante para o orgulho, a pompa, o poder e a nobreza daqueles que decidiram desafiar o governo do Céu!

Apocalipse 19:19: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para guerrearem contra aquele que estava montado no cavalo, e o Seu exército.”

Segundo a profecia, a besta se unirá aos reis da Terra e seus exércitos “para guerrearem contra aquele que estava montado no cavalo e o Seu exército”. Em Apocalipse 16:13 e 14, lemos que a besta, inspirada por espíritos de demônios, terá parte preponderante no preparo do Armagedom. Aqui é dito que ela estará ao lado dos que tentarão guerrear contra o Filho de Deus.

Apocalipse 19:20: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que diante dela fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta, e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.”

O falso profeta é plenamente identificado com a besta de dois chifres de Apocalipse 13, que é o protestantismo apostatado. Um falso profeta, para não ser desmascarado, introduz-se com um “Assim diz o Senhor”, sem que o Senhor lhe tenha incumbido de dar qualquer mensagem. O Senhor nada tem com ele.

Assim, ambos, a besta e o falso profeta, serão presos e desmascarados como poderes eclesiásticos inimigos de Cristo. E, afinal, serão lançados “vivos no lago de fogo que arde com enxofre”, no fim do milênio. O mundo estará eternamente livre deles.

Logo, a besta e o falso profeta – os dois grandes sistemas enganadores deste mundo – serão finalmente lançados no fogo consumidor de Deus, e os ímpios, por tanto tempo ousados e desafiadores, serão então destruídos “pelo resplendor de Sua vinda”.

Apocalipse 19:21: “Os demais foram mortos pela espada que saía da boca do cavaleiro, e todas as aves se fartaram das suas carnes.”

Os dias em que vivemos são dias de preparo. Enquanto o povo de Deus está se preparando para encontrar o seu Senhor, as nações da Terra estão se preparando para a grande guerra que virá.

Os convites foram feitos. Para fazer parte das bodas do Cordeiro é preciso estar vestido apropriadamente com as “vestes de justiça”. Para fazer parte do banquete das aves de rapina é continuar vestido com os “trapos de imundície”. É tempo de decidir! Que roupa você usará?


Desvendando o Apocalipse: a derrota de Satanás.
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O vigésimo capítulo de Apocalipse trata do fim da grande controvérsia entre o bem e o mal. Surge aqui o assunto do milênio, tema que se tornou um ponto de discussão no meio do cristianismo. A teologia popular entende que o milênio ocorrerá na Terra antes do segundo advento de Cristo, quando finalmente Satanás é preso e milhões se converterão e serão salvos. Aqueles, porém, que mantêm a integridade da Bíblia, ensinam o contrário, isto é, que o milênio bíblico tomará lugar imediatamente depois da segunda vinda de Cristo, durante e depois do qual não haverá mais chance de salvação. A explanação da profecia do milênio dirá de que lado está a verdade. 

Apocalipse 20:1: “Então vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na mão.”

Apocalipse 20:2: “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos.”

Apocalipse 20:3: “Lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações, até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que seja solto, por um pouco de tempo.”

Esta cena ocorre depois da morte dos ímpios e da ceia das aves de rapina dos versos anteriores. A cadeia ou corrente não é de ferro nem de aço. Não pode ser uma corrente literal porque um ser espiritual não pode ser preso por uma corrente material. É uma corrente (ou cadeia) de circunstâncias, com cada um dos seus elos forjados por um evento sobre o qual o diabo e seus anjos não têm qualquer poder. De acordo com o dito popular, suas mãos estão atadas. Ele não pode tentar os justos, pois estes já foram levados para o Céu. Não pode enganar os ímpios, pois eles estão todos mortos.

A prisão de Satanás significa que ele estará privado de suas atividades, considerando que suas obras são executadas por meio dos seres humanos que ele usa como instrumentos. Durante mil anos estará circunstancialmente amarrado e inteiramente privado de utilizar os seres humanos em suas obras. O aprisionamento será para ele um duro castigo visto que seu maior deleite é utilizar os homens na prática do mal.

Dois eventos marcam o começo e o fim dos mil anos. No começo dos mil anos, Satanás é preso; no fim dos mil anos, ele é solto. Mil anos = período literal de dez séculos.

O abismo em que Satanás será lançado é a própria Terra, transformada numa assolação completa pelas dramáticas cenas que ocorrerão na segunda vinda de Cristo.

As sete pragas, especialmente a sétima, transformarão a Terra num completo caos ou abismo, conforme a profecia. O profeta Jeremias dá conta da situação nestas palavras: “Observei a Terra, e vi que estava assolada e vazia... Vi também que... todas as suas cidades estavam derrubadas diante do Senhor...” Ainda não é o fim definitivo, pois a descrição de Jeremias continua com estas palavras: “Assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada; de todo, porém, não a consumirei” (Jr 4:23, 26, 27).

Sem dúvida, a Terra “assolada e vazia” será o abismo no qual Satanás será lançado por mil anos.

O mesmo termo hebraico (abyssos) é empregado no Gênesis para dizer que a Terra “era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo” (Gn 1:2). A Terra voltará a ser como no princípio da criação – sem forma, vazia e em total escuridão. Um terrível abismo.

Apocalipse 20:4: “Vi também tronos, e aos que se assentaram sobre eles foi-lhes dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos. Reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.”

Os justos estarão no Céu, reinando com Cristo. A eles “foi dado o poder de julgar”. Por que esse julgamento é necessário, se o seu destino já está decidido? Paulo diz: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6:2, 3).

O juízo, portanto, do qual os santos tomarão parte conjuntamente com Cristo no Céu, durante o milênio, é o juízo dos ímpios e dos anjos caídos. Esse juízo será somente para regular a pena que devem receber os ímpios e os anjos maus, segundo suas obras.

Esse julgamento não é para dar informações a Deus. Ele sabe mais a nosso respeito do que nós mesmos. Ocorre que uma pessoa infeliz no Céu estragaria o paraíso, deixando todos infelizes. O conflito poderia começar de novo. Deus vai Se certificar de que todos tenham confiança em Sua justiça.

Os livros serão abertos e os justos terão mil anos para examinar esses livros. Quando terminar o julgamento, todo o Universo saberá que nenhum pecador se perdeu sem que lhe fossem dadas oportunidades. Ninguém será condenado por algo que não conhecia, mas cada pessoa perdida estará perdida porque não andou pela fé, dentro da luz que possuía.

A razão por que os santos tomarão parte no juízo dos ímpios e dos anjos é que estarão presentes quando Deus sobre eles exercer o Seu juízo executivo. Depois disso, Deus apagará de suas mentes toda lembrança que cause sofrimento (Ap 21:4).

Ao chegarmos no Céu, teremos três grandes surpresas:

1. Vamos encontrar pessoas que achávamos que não estariam lá. De acordo com a nossa opinião, não eram boas pessoas. Se dependesse de nós, estariam perdidas. Mas Deus sabia de algo acerca dessas pessoas que não sabíamos.

2. Pessoas que tínhamos certeza de que estariam lá, mas na verdade não estarão. É o tipo de gente a respeito de quem poderia ser dito: “Se alguém for para o Céu, é essa pessoa.” Mas Deus conhece algo sobre essas pessoas que nós não sabemos. Nós julgamos pela aparência exterior e Deus julga pelo coração.

3. A terceira surpresa é ver que nós mesmos estamos lá, que o conflito finalmente terminou, e que estamos salvos!

João vê também no Céu aqueles que muito sofreram por sua fé. Menciona primeiro os mártires das perseguições do papado na Idade Média, “que foram degolados pelo Testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus”. Em segundo lugar, o profeta vê os santos vitoriosos do derradeiro conflito – contra a besta, sua imagem e seu sinal.

Apocalipse 20:5: “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição [esta parte final do verso 5 deveria estar com o verso 6. É um caso de má separação de versos].”

Apocalipse 20:6: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição. Sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos.”

O milênio começa com a ressurreição dos justos e termina com a ressurreição dos ímpios. Os que ressuscitam no começo desse período são levados para a vida eterna. Os que ressuscitam no fim, vivem por pouco tempo, antes de morrerem para sempre.

Que contraste com aqueles que ressurgiram na primeira ressurreição! Os justos estavam revestidos de imortal juventude e beleza. Os ímpios trazem os traços da doença e da morte. Os ímpios saem da sepultura exatamente como foram para ela, com a mesma inimizade contra Cristo, e com o mesmo espírito de rebelião. Não terão um novo tempo de graça para arrependimento. Para nada aproveitaria isso. Sempre serão os mesmos. O caráter deles permanecerá imutável.

Apocalipse 20:7: “Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão.”

Apocalipse 20:8: “e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para a batalha.”

A ressurreição dos ímpios, no fim do milênio, é a chave que “destranca as portas” do cativeiro de Satanás.

Gogue e Magogue – Esses nomes simbólicos são adaptados dos nomes dos inimigos de Israel (Ez 38:2). Aqui, eles representam todos os inimigos de Deus de todas as gerações.

Os mortos perdidos são ressuscitados com a voz de Jesus. Os dois grupos - salvos e perdidos - ouvem a Sua voz com mil anos de diferença. Jesus disse: “Não vos maravilheis disto, pois vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz e sairão: os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5:28, 29).

Apocalipse 20:9: “Subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida. Mas desceu fogo do céu, e os consumiu.”

O Apocalipse focaliza duas cidades: Babilônia e a Nova Jerusalém. A cidade querida é a esposa do Cordeiro, um símbolo da igreja cristã. João vê essa poderosa cidade descendo em toda a sua glória. Ela desce no local da antiga Jerusalém, mas precisamente sobre o Monte das Oliveiras (Ap 21:2, Zc 14:5, 6).

Sob o comando de Satanás, os ímpios surgem de todos os pontos da Terra para atacar a cidade de Deus. O pecado lhes deixou acostumados a pensar de maneira irracional.

A expressão “e os consumiu” não significa que irão queimar vagarosamente, mas que num ato serão consumidos, assim como o papel que é queimado.

Apocalipse 20:10: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”

Quando as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas, elas foram punidas com o “fogo eterno” (Jd 7). As palavras “eternamente” e “para sempre” não estão relacionadas com a duração do castigo e, sim, com os seus efeitos (Ml 4:1 e Sl 37:10). O salário do pecado é a morte (Rm 6:23) e jamais o tormento eterno.

Apocalipse 20:11: “Então vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele. Da presença dEle fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.”

Apocalipse 20:12: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. Abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.”

A razão por que o livro da vida será aberto no juízo executivo dos ímpios, é para que todo o Universo saiba que alguns ímpios chegaram a ter seus nomes inscritos nesse livro, mas, por vontade própria e consciente deslealdade posterior, foram riscados. “Aquele que pecar contra Mim, a este riscarei Eu do Meu Livro.”

Apocalipse 20:13: “O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o além deram os mortos que neles havia, e foram julgados cada um segundo as suas obras.”

Apocalipse 20:14: “Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.”

Apocalipse 20:15: “E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.”

A trágica história do pecado chega ao fim. Pecado e pecadores não mais existem. Toda a Terra estará livre da maldição do pecado e os justos serão felizes pela eternidade em um mundo renovado.

No próximo capítulo, conheceremos as maravilhas indescritíveis da Nova Jerusalém.



Desvendando o Apocalipse: Nova Jerusalém.

O capítulo 21 do Apocalipse apresenta o estabelecimento do reino de Deus na Terra e uma sumária descrição da cidade de Deus, a Nova Jerusalém. “Eis que crio novos céus e nova Terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Isaias 65:17). A própria lembrança do pecado estará apagada. Ainda soam as palavras de Jesus: "Vou prepara-vos lugar... e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também" (João 14:2 e 3). Em meio às confusões do mundo atual, elas trazem nova esperança e grande conforto. Elas nos dizem que dias melhores certamente virão.

Deus promete que a angústia do pecado nunca mais retornará. "Não se levantará por duas vezes a angústia!" (Naum 1:9). "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor porque as primeiras coisas passaram" (Apocalipse 21:4).

Algumas pessoas consideram o Céu como uma fantasia infantil. Não sabem o que é, nem onde está. Apenas fazem idéia de que seja um bom lugar. Outros pensam nele como algo místico, irreal, onde os anjos sentados sobre nuvens estão a tocar suas harpas.

Apocalipse 21:1: “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.”

Os Santos conhecerão a razão do porquê do mar não existir na nova Terra.

Apocalipse 21:2: “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, ataviada como uma noiva para o seu noivo.”

João olha para o Céu e vê algo simplesmente indescritível. Uma enorme cidade flutua majestosamente no ar, e desce até tocar a Terra.

Apocalipse 21:3: “E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Agora o tabernáculo de Deus está com os homens. Deus habitará com eles, e eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles, e será o seu Deus.”

O grande sonho de Deus é morar com os homens. Nosso pequenino planeta, o único que permitiu a entrada da maldição do pecado, é a única mancha escura na gloriosa criação de Deus. Logo este planeta será honrado acima de todos os outros mundos do Universo de Deus. Por quÊ? Porque “Deus habitará com eles”.

Apocalipse 21:4: “Deus enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas.”

Deus promete um tempo em que não haverá mais dor, nem sofrimento. Até qualquer lembrança que pudesse causar sofrimento será apagada da nossa memória.

Apocalipse 21:5: “E o que estava assentado no trono disse: Faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, pois estas palavras são verdadeiras e fiéis.”

Deus não fará coisas novas, mas fará novas todas as coisas. É a mesma Terra, renovada. O Éden será restaurado.

Nós nos reconheceremos? Os discípulos de Jesus O reconheceram após a Sua ressurreição. Maria O reconheceu perto do sepulcro, por voz familiar, quando a chamou pelo nome (João 20:14 e 16). Jesus foi reconhecido pelos dois discípulos no caminho de Emaús, quando viram o modo como Ele abençoou o pão (Lucas 24:13-35).

Visto que "seremos semelhantes a Ele", os redimidos certamente serão reconhecidos pelo tom de voz, por seus traços familiares e características individuais de personalidade; as marcas do pecado serão removidas, mas lá nos conheceremos e nos compreenderemos melhor do que nesta vida.

"Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face; agora conheço em parte, então conhecerei como também sou conhecido" (1 Coríntios 13:12).

Apocalipse 21:6: “Disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.”

Apocalipse 21:7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e Eu serei seu Deus, e ele será Meu filho.”

A herança da nova Terra é prometida somente aos vencedores. Os seres humanos começam projetos e deixam inacabados. Deus nunca abandona um projeto ou o deixa incompleto. Sua promessa é: “Estou plenamente certo de que Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6).

Apocalipse 21:8: “Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.”

Os medrosos – São os que temem ser ridicularizados pelos amigos por causa da Palavra de Deus. Temeram perder seu prestígio social ou talvez seu emprego, e assim hesitaram aceitar a verdade de Deus. Não eram criminosos, assassinos, adúlteros ou bêbados. Eram covardes – temiam fazer o que é certo. Obedecer a Deus requer coragem. Estar ao lado da verdade custa alguma coisa. Abandonar maus hábitos requer sacrifício e oração. O pecado exige um alto preço. Mas que terrível preço pagarão os que rejeitarem o convite de Deus!

Os incrédulos – A descrença deixará muita gente de fora da eternidade. Os eruditos ateus impenitentes estarão entre eles. Sem fé é impossível agradar a Deus.

Os homicidas – “Não Matarás” (Êxodo 20:13).

Os adúlteros – “Não adulterarás” (Êxodo 20:14).

Os feiticeiros – “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus” (Deuteronômio 18:9-13).

“Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos”? (Isaías 8:19).

Os idólatras - “Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êxodo 20:3 e 4).

Tudo que tem lugar no coração do homem e que está acima de Deus é idolatria. Só Deus é digno de adoração.

Os mentirosos – “Aquele que diz: Eu O conheço-o [Jesus], e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 João 2:4).

Apocalipse 21:9: “Então veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas pragas, e me disse: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.”

Apocalipse 21:10: “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus.”

Apocalipse 21:11: “Ela brilhava com a glória de Deus, e o seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como o jaspe cristalino.”

Apocalipse 21:12: “Tinha grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.”

Apocalipse 21:13: “Do lado do oriente tinha três portas, do lado do norte três portas, do lado do sul três portas, do lado do poente três portas.”

Apocalipse 21:14: “O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.”

Apocalipse 21:15: “Aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro.”

Apocalipse 21:16: “A cidade era quadrangular, o seu comprimento era igual à sua largura. Mediu a cidade com a cana e tinha ela doze mil estádios de comprimento, e a largura e a altura eram iguais.”

A extensão de doze mil estádios equivale aos quatro lados da cidade e não a cada lado dela; pois é dito que o anjo mediu a cidade, referindo-se a seu todo. Esse era o método antigo de medir as cidades, determinando-se assim a circunferência ou o perímetro delas.

Em Atenas, o estádio era equivalente a 185 metros e 25 centímetros. Fazendo o cálculo, concluiremos que a Nova Jerusalém medirá 2.223 quilômetros, ou seja, cerca de 555 quilômetros em cada um de seus lados.

Apocalipse 21:17: “Ele mediu o seu muro, e era de cento e quarenta e quatro côvados, segundo a medida de homem, que o anjo estava usando.”

A altura do muro é de 144 côvados. O côvado era uma antiga medida de comprimento avaliada em 66 centímetros. 144 vezes 66 centímetros, totalizam 95 metros, que é, portanto, a altura do muro. Como o muro é de jaspe como cristal, pode-se ver de fora o interior da cidade.

Apocalipse 21:18: “O muro era construído de jaspe, e a cidade era de ouro puro, semelhante a vidro límpido.”

As pessoas dão muito valor ao ouro. Para muitos, o ouro é mais importante do que tudo, incluindo a família e até mesmo Deus. Muitos arriscam perder a vida eterna por causa do ouro. Os salvos, entretanto, deram mais importância a Deus. Valorizaram muito mais as coisas espirituais do que as materiais. Por isso, terão ouro a seus pés.

Apocalipse 21:19: “Os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento era de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda;”

Apocalipse 21:20: “o quinto, de sardônica; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópaso; o décimo primeiro, de jacinto; o décimo segundo, de ametista.”

Apocalipse 21:21: “As doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma só pérola. A praça da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.”

Apocalipse 21:22: “Nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro.”

Apocalipse 21:23: “A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada.”

Apocalipse 21:24: “As nações andarão a sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.”

Por “nações” podemos entender as nacionalidades dos salvos. Estes andarão à luz da cidade como reis, já que todos serão reis, pois reinarão com Cristo eternamente.

Apocalipse 21:25: “As suas portas não se fecharão de dia, e noite ali não haverá.”

Apocalipse 21:26: “E a ela trarão a glória e a honra das nações.”

Que atividades os salvos terão no céu? O profeta Isaias escreveu: "Eles edificarão casas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e comerão do seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do Meu povo será como a da árvore, e os Meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas mãos" (Isaías 65:21 e 22).

O trabalho é uma benção. O que seria a eternidade na ociosidade? Foi Deus quem deu aos nossos primeiros pais a tarefa de cultivar e guardar o jardim do Éden. Por certo era uma tarefa muito agradável que lhes dava prazer, pois só depois da entrada do pecado é que se fatigavam para ganhar o pão (cf. Gênesis 3:17).

No Éden restaurado, Deus dará ao homem, outra vez, ocupação física. O trabalho não será cansativo, mas agradável. Contribuirá para o bem-estar. Os salvos se alegrarão ao contemplar os frutos do seu trabalho.

Teremos toda a eternidade para a prática da pesquisa. Será possível conhecer e desvendar todos os mistérios do Universo.

Haverá também crescimento espiritual. Aos santos será dada oportunidade de estudar os atributos do santo caráter de Deus, em especial o Seu amor e a Sua graça. A Escritura diz ser intento de Deus "mostrar nos séculos vindouros [na eternidade] a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus" (Efésios 2:7).

Assim, na Nova Terra os salvos aprenderão mais a respeito do amor e perfeição de Deus. Quanto mais conhecerem o Seu caráter, mais O amarão pela eternidade; e quanto mais O amarem, mais felizes serão.

Apocalipse 21:27: “E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira, mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.”

Ruas de ouro, portas de pérola, muros de jaspe. Assim como Adão se alegrava no jardim do Éden, também os salvos se alegrarão com os frutos do paraíso. Quando o Senhor restaurar a Terra, nenhum de seus habitantes dirá “estou doente”, pois os que ali habitarem serão perdoados de sua iniqüidade (Isaías 33:24).

O deserto se tornará em pomar, e os filhos de Deus habitarão em moradas de paz e em moradas bem seguras (Isaías 32:15-18). Então, quando a maldição for removida, as árvores do campo darão o seu fruto, a terra produzirá suas colheitas, e o Senhor lhes dará uma planta memorável (a árvore da vida) através da qual eles serão preservados para sempre (Ezequiel 34:27-31).

Não admira que Paulo tenha dito: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam. (1 Coríntios 2:9).

Quer você habitar por toda a eternidade nessa cidade? O convite já foi feito! Basta você aceitar e se preparar para entrar nela.

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8).

Desvendando o Apocalipse: a mensagem final.

Neste último capítulo, encontramos promessas, bem-aventuranças, certeza sobre o conteúdo do livro, declaração de que o Apocalipse não é um livro selado, conselhos a justos e a ímpios, o caráter dos que não herdarão o reino de Deus, títulos de Jesus, um ardoroso chamado do Espírito Santo e da Nova Jerusalém, advertências sobre acrescentar algo ao santo livro ou tirar-lhe alguma coisa, a certeza da volta de Jesus dada por Ele mesmo, a última oração da Bíblia e a graça do Senhor sobre todos os crentes.

Apocalipse 22:1: “Então me mostrou o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.”

A fonte do rio vem do trono de Deus. Todas as coisas boas da nossa vida provêm de Deus.

Apocalipse 22:2: “No meio da sua praça, em ambas as margens do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês. E as folhas da árvore são para a cura das nações.”

A árvore da vida é a mesma do Éden (Gn 2:9). Está “no meio da sua praça [da Nova Jerusalém], em ambas as margens do rio”.

“As folhas da árvore são para a cura das nações.” Isso não quer dizer que na Nova Terra haverá doentes que necessitem de tratamento, mas que a árvore possa conter certo tipo de vitaminas ou enzimas que previnem o envelhecimento. Seu poder curativo previne todo tipo de doença.

Apocalipse 22:3: “Ali nunca mais haverá maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os Seus servos O servirão.”

O pecado foi destruído e nunca mais retornará. A raça humana já terá experimentado suas terríveis conseqüências. Deus promete que, ao destruir o pecado, “Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia” (Naum 1:9).

Apocalipse 22:4: “e verão a sua face, e na sua testa estará o seu nome.”

Neste mundo de pecado, não temos o privilégio de ver a face de Deus. Mas na Nova Terra, viveremos tão perto dEle que poderemos olhar para a Sua face. Essa será a coisa mais importante da Nova Terra; tudo o mais, embora maravilhoso, será secundário, comparado a essa visão real. O Seu nome estará em nossa fronte, pois estaremos selados com o selo do Deus vivo.

Apocalipse 22:5: “Ali não haverá mais noite. Não necessitarão de luz de lâmpada, nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará. E reinarão para todo o sempre.”

Apocalipse 22:6: “Disse-me o anjo: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou o Seu anjo para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.”

Toda a revelação está concluída. E o anjo pôs o selo de autenticidade divina ao dizer: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras.”

Apocalipse 22:7: “Eis que venho sem demora! Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.”

A volta de Jesus é iminente. Ele está chegando para estabelecer Seu reino eterno e morar com os vitoriosos.

Apocalipse 22:8: “Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava essas coisas, para adorá-lo.”

No versículo seis, foi o anjo que deu o seu testemunho sobre a autenticidade da profecia. Agora, é a vez de João dizer: “sou quem ouviu e viu estas coisas.”

Apocalipse 22:9: “Então ele me disse: Olha, não faças isso! Sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.”

Ao ser concluída a inspiração do Apocalipse, João ficou tão emocionado que se ajoelhou diante do poderoso anjo. É a segunda vez que ele comete o mesmo erro, e a segunda vez que lhe chamam a atenção (Ap 19:10). O céu proclama que só Deus é digno de adoração.

Apocalipse 22:10: “Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque próximo está o tempo.”

O próprio significado da palavra “Apocalipse”, ou seja, “Revelação”, já exprime não ser ele um livro selado, fechado ou incompreensível. É um livro aberto para todos aqueles que desejam conhecer o plano de Deus com um coração puro e receptivo.

Apocalipse 22:11: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.”

Apocalipse 22:12: “Eis que cedo venho! A Minha recompensa está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.”

Esses versículos assinalam o fim do tempo da graça, que ocorre imediatamente antes da segunda vinda de Cristo. Há os que ensinam que haverá um tempo de graça depois de Sua segunda vinda. Mas, em nenhum lugar das Escrituras existe qualquer sugestão a esse respeito.

Não haverá uma segunda chance. Ao voltar Jesus, Ele mesmo declara: “A Minha recompensa está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”, o que constitui uma evidência de que não haverá graça após a Sua segunda vinda.

Ao Jesus terminar Sua obra sacerdotal, então aqueles que são justos continuarão justos, porque todos os seus pecados foram definitivamente apagados. Mas aqueles que são ímpios, continuarão ímpios, porque não haverá mais Sacerdote no santuário celestial para interceder por eles.

Portanto, a decisão de entregar sua vida a Jesus, aceitá-Lo como Salvador e Senhor, deve ser tomada antes de Ele deixar o lugar santíssimo do santuário celestial.

Apocalipse 22:13: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim.”

Apocalipse 22:14: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.”

Em algumas traduções encontramos “bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos”. Outras traduções dizem: “aqueles que lavam as suas vestes”. Qual a tradução correta? Como as palavras do idioma grego são muito parecidas, não podemos estar certos de como era o original.

Enrique Alford comenta o assunto da seguinte maneira: “A diferença que há nos textos é curiosa. É a diferença que há entre as frases: 'poiountes tas entolas autou' e 'plunontes tas stolas auton'. Com relativa facilidade essas frases podem tomar-se uma pela outra. Em vista de que as palavras se parecem de forma tão surpreendente, não é estranho que se encontre essa divergência."

O fato é que ambas as traduções são aceitáveis. Somente aqueles que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro são capazes de guardar Seus mandamentos. A obediência nunca é a base da graça; mas a graça de Deus é a única base para a nossa obediência. Foi a desobediência que motivou a saída dos nossos primeiros pais do Éden e os privou de desfrutar da árvore da vida. E é somente através do sacrifício de Cristo, o qual resulta numa vida de submissão e obediência, que qualquer ser humano poderá entrar na cidade e ter direito à árvore da vida.

Apocalipse 22:15: “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira.”

A Bíblia deixa claro que a Nova Jerusalém não é para todos. Os que amam mais o pecado do que a Deus não podem ser incluídos entre os que habitarão a cidade de Deus.

A expressão “os cães” é usada na Bíblia para se referir aos “maus obreiros”. Paulo diz: “Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros!” (Fl 3:2).

Apocalipse 22:16: “Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.”

A estrela da manhã é a infalível guia dos navegantes; e nós, que navegamos nos mares desta vida, temos em Jesus a estrela que aponta o caminho a seguir.

Apocalipse 22:17: “O Espírito e a noiva dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.”

A última ordem de Deus para Noé, logo antes do dilúvio, foi: “Entra na arca, tu e toda a tua casa” (Gn 7:1). Um apelo semelhante é feito para toda a humanidade hoje. Este é o último convite de Deus para o povo que almeja ser salvo. Ele usa seres humanos como instrumentos no serviço cristão, e através dessas pessoas Ele estende o convite a você.

Apocalipse 22:18: “Eu advirto a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro.”

Apocalipse 22:19: “E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro.”

O recado de Deus é uma solene advertência aos que adulteram a Sua palavra, colocando em risco a destino eterno de pessoas.

Apocalipse 22:20: “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Vem, Senhor Jesus.”

No último adeus de Cristo à Sua igreja, Ele faz a Sua última promessa: “Certamente, venho sem demora.” Não é apenas o anúncio de algum evento profético. É a voz autorizada de Cristo que ouvimos. Eis a essência da esperança do povo de Deus de todos os séculos. Da certeza dessa promessa têm vivido Seu povo. “Amém. Vem, Senhor Jesus.” E ajuda-nos a estar prontos para recebê-Lo!

Apocalipse 22:21: “A graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém.”

A graça é um ponto de encontro, / Lugar onde os fardos se espalham no chão, / Onde todo que chega cansado, / Tranqüilo descansa o seu coração.

A graça se explica em uma cruz, / Lá eu posso entender o que o Céu me traduz, / A morte era a minha sentença, / Mas agora sou livre em Jesus.

Graça simples assim, / Perdão se recebe, se aceita e fim, / Pecado não se explica, / Pecado se paga, / E cristo pagou por mim.

Havia imensa separação, / Entre a raça caída e o Deus do perdão, / Mas a graça fechou o abismo, / E sem hesitar estendeu-nos a mão.

Mostrou-nos a estrada de volta, / À casa do Pai onde iremos morar, / Nos dá a esperança que move, / A certeza que Cristo em breve virá.

Graça simples assim, / Perdão se recebe, se aceita e fim, / E Cristo pagou por mim.

O hino composto por Daniel Salles, cantado pelo quarteto Arautos do Rei, traduz perfeitamente a beleza e o magnífico significado da graça de Jesus. É essa graça que João estende aos filhos de Deus. O dom gratuito de Jesus Cristo oferece esperança a todos aqueles que almejam a vida eterna.

Ao aceitarmos Jesus como Salvador e Senhor de nossas vidas, cada um de nós oferece a Ele a oportunidade de efetuar Sua maior proposta: transformação de vida, refinamento do caráter e o verdadeiro sentido de ser um discípulo. Como conseqüência nos é garantida, pelos méritos de Jesus, a vida eterna ao lado do Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Durante aproximadamente seis meses, estudamos verso por verso o livro de Apocalipse. Revelações que Deus concedeu ao apóstolo João para que ele transmitisse a todos nós. A importância de conhecer a verdade é que através dela desfrutamos da maravilhosa liberdade que Deus nos concede.

     ( Alex Cajueiro ). 18/04/2017.

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